Portugal está a atravessar uma grave crise económica, financeira, social e cultural. Reconheço o esforço do primeiro-ministro do meu partido, José Sócrates, em tentar ajudar a reduzir os problemas dos portugueses, é verdade que a conjuntura internacional foi dramática para nós, contudo, não posso concordar com algumas das suas medidas políticas.
Sou dirigente do PS, mas não aceito o silêncio perante os erros cometidos pelo governo. No meu entender, em prol do PS, em prol do país, José Sócrates não deveria ser novamente candidato às próximas eleições legislativas nacionais.
O povo não acredita em Passos Coelho, o povo receia as políticas de direita do PSD. O líder do PSD vai terminar com a gratuitidade da saúde e da educação, o PSD vai acabar com o Estado Social,vai liberalizar os despedimentos e o povo está com medo. Depois do anúncio da demissão do governo, os PSDs só têm dito asneiras. Fazem a política da contradição e da hipocrisia.
Perante esta situação, acredito convictamente que, se o PS apresentasse um outro candidato, em vez de José Sócrates, um candidato credível, mobilizador e com ideias de esquerda, seria possível ganhar as próximas eleições legislativas nacionais.
Há quem esteja à espera da derrota do nosso secretário-geral, nas próximas eleições legislativas, para, nessa mesma noite, aparecerem nas televisões e nos dias seguintes escreverem e oferecerem-se para entrevistas nos jornais e revistas a criticar, a exigir responsabilidades e a pedir demissões.
Não obstante, agora estão calados ou encostam-se estrategicamente à recandidatura a primeiro-ministro. Assim, não credibilizamos a política nem os partidos, é preciso sentido de responsabilidade e coragem política. José Sócrates, pelo PS e pelo país, não deveria ser candidato!
Ambiciono um partido socialista que não abandone a sua matriz ideológica, quero um PS de causas sociais, um PS com ideias, propostas e linhas estratégicas na visão do socialismo democrático.
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