quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O esbanjamento das câmaras

As transferências das Câmaras da Madeira, provenientes do OE para 2008, recebem um aumento de 3 milhões de euros. Apenas a Câmara do Porto Santo sofre uma diminuição de verbas.
Este aumento não é suficiente para cobrir os encargos com as novas atribuições e competências das câmaras. É verdade. Estou ao lado das câmaras quando exigem mais meios financeiros e técnicos para que possam servir as populações com qualidade.
As câmaras estão a reagir contra as verbas transferidas do OE para 2008, pois este orçamento não vem ao encontro das suas expectativas.
Que as câmaras exijam mais dinheiro é perfeitamente natural, no entanto, a meu ver, falta a outra face da questão.
Os presidentes destas nossas câmaras só se lembram de pedir dinheiro, mas esquecem-se de exigir a eles próprios rigor e contenção nos gastos dos dinheiros públicos. Também não informam os madeirenses dos gastos supérfluos, dos esbanjamentos que promovem ao longo dos seus mandatos.
Além de algumas autarquias cometerem irregularidades nos actos administrativos e não empreenderem, na sua maioria, critérios rigorosos na atribuição de subsídios, desperdiçam, sem qualquer penalização, os dinheiros públicos.
Indico apenas alguns exemplos concretos desse desbaratar sem controlo.
Uma câmara gasta, no mínimo, 60 mil euros para levar os amigos e afilhados à venezuela.
Uma câmara pagou, numa única obra, 660 mil euros de obras a mais do adjudicado inicialmente.
Construiram caminhos, com saneamento básico, em sítios que não beneficiam uma única habitação, embora, por mera coincidência, venham beneficiar terrenos do vice-presidente dessa autarquia.
Fazem outras estradas com curvas e contracurvas de modo a passar junto da Quinta de um sr. Secretário Regional.
Uma câmara paga almoços e serviços de cocktail a comitivas de gente do futebol na sala VIP do Estádio dos Barreiros.
Uma Câmara entrega 145 mil euros ao clube de futebol do Concelho, sem qualquer retorno nem benefício para os munícipes.
Há câmaras que utilizam o procedimento de ajuste directo em obras que, pela verba envolvida, exigiam concursos públicos.
E fico por aqui.

10 comentários:

quintarantino disse...

Aí como cá!

Anónimo disse...

Se fosse a escrever todas as irregularidades que os vereadores do PS-M e alguns populares tem descoberto em todas as autarquias da Madeira, dava uma lista gigantesca de casos para rir ou chorar... O povo é mesmo burro, vê estas coisas e ainda votam neles, por uma parte é bem feito, pois se não são eles que vão pagar a factura serão os filhos e netos deles, pela atitude passiva que estão a ter agora por ver tudo isto e não reagir contra isto. Há sempre qualquer coisa que se pode fazer... Ficar a ver e não dizer nada é o que não se deve fazer!

António Inglês disse...

Meu caro

Uma Junta gastou 100.000€ em alcatroamentos num parque de campismo que sabia tinha de ser encerrado...
É aqui, em São Martinho do Porto...
dá para acreditar?
Aí como cá, só mudam mesmo as moscas...
Um bom fim de semana
Um abraço
José Gonçalves

Anónimo disse...

A contagem decrescente para o fim do jardinismo esta boa no blog, mas é deprimente ver que ainda falta tanto tempo! lol

Anónimo disse...

Nada que os socialistas nos Açores e no Continente não façam.

Woodworm disse...

Quero é ver os números quando o PSD deixar o poder...

PAULO SANTOS disse...

Caro amigo
Vim deste modo retribuir a visita que fizeste lá ao inetrior!
Deparo com um blogg que espelha o país real...
palavras para que????

Um abraço!

Anónimo disse...

O tal Alexandro não devia chamar burro ao povo madeirense, quando ele parece que nem sabe escrever bem.
O PS-M não vai lá ofendendo os madeirenses.

Ps: ao contrário do que parece, só espero que esse Alexandro não esteja também ligado ao tal blog covarde de extrema direita ressabiada a fingir ser de esquerda, aqui publicitado.

amsf disse...

Caro woodworm,

Refere-se aos números das dívidas contraidas nestes últimos anos?

Anónimo disse...

O funcionamento «irregular» das Câmaras não é só por aí... e a Justiça que temos nem sempre cumpre como desejaríamos, mas há que denunciar irregularidades e ter fé quando estamos dentro da razão.
Parabéns pela postura.