terça-feira, 3 de agosto de 2010

PS quer poder local a intervir na Orla Costeira

Rui Caetano, vereador do PS, vai entregar na Câmara Municipal do Funchal uma proposta de resolução propondo que aquela autarquia recomende ao Governo Regional que, antes de concluir, discutir, apresentar e aprovar os Planos de Ordenamento da Orla Costeira, crie um novo enquadramento legislativo de âmbito regional, de modo a que as autarquias locais, no contexto insular, tenham poderes de intervenção, directa e indirecta, nas áreas costeiras.
Entende o PS que esta seria uma forma de considerar um modelo de poder local mais autónomo e uma participação mais activa das Câmaras no ordenamento da orla costeira, modernização e desenvolvimento da Região.
Na proposta, Rui Caetano diz mesmo que "com os POOC aprovados, teremos as garantias necessárias de que haverá critérios mais rigorosos para a utilização da orla costeira, bem como para o uso de fins específicos do domínio público marítimo, por parte de entidades públicas ou privadas". Uma forma de melhor preservar as áreas protegidas, a beleza paisagística e os acessos ao mar, "oferecendo aos funchalenses a integridade do equilíbrio ambiental da nossa cidade".
"Defendemos a aprovação dos POOC não para impedir qualquer construção na orla costeira, mas para que essas construções respeitem os princípios da qualidade ambiental, as regras de ordenamento do território e as directivas definidas pelo referido Plano", refere a proposta, a qual não deixa de recordar que a Madeira é, neste momento, a única região do país com os POOC por aprovar.
Rui Caetano entende que em matéria da orla costeira, em vez de andar a acusar e a falar dos erros cometidos, o importante é olhar para o presente e para o futuro. "Precisamos de encontrar soluções e medidas alternativas que tenham como propósito corrigir todos erros cometidos, que ainda sejam possíveis corrigir, e evitar que outros voltem a ocorrer", sublinha.
Deste modo, sustenta que a orla costeira não pode continuar ao sabor dos caprichos, e defende, por isso, "propostas construtivas credíveis e viáveis"."No meu entender, esta proposta tem todo o sentido estratégico porque vem, por um lado, integrar o poder local no âmago das decisões sobre a orla costeira, o que até agora nunca aconteceu, e, por outro, vem também proporcionar ao governo regional uma maior capacidade de decisão sobre a nossa costa, embora com responsabilidades repartidas", salienta.
Outra das coisas que destaca é o facto da legislação actual dos POOC's não diferenciar as regiões insulares do restante continente. "Como sabemos, as nossas especificidades de ilhéus são completamente diferentes e essa diferença tem de ser respeitada. A nossa realidade é completamente diferente e temos que adaptar estes planos aos nossos interesses. Com esta proposta, reforçamos também a nossa autonomia", vincou.

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