Na reunião de ontem da Assembleia Municipal do Funchal, antes da ordem do dia, um dos deputados municipais do PSD fez uma intervenção que, embora eu estivesse na reunião enquanto vereador, senti-me na obrigação de responder.
Apesar de estar no seu direito e a opção até ser ligítima, considerei que a sua intervenção foi demasiado medíocre e ofensiva.
O senhor deputado municipal limitou-se a atacar o PS-Madeira. Fez uma análise das nossas intervenções públicas, ao longo do mandato, acusou os anteriores vereadores do PS que nada fizeram e depois perderam o mandato, abordou os resultados eleitorais do PS-Madeira, fartou-se de adjectivar a nossa forma de fazer política e acabou por fazer referência às minhas intervenções, afirmando que eu não tinha ética nem seriedade ao falar como falei, na última iniciativa política, sobre o Ministério Público e as auditorias do tribunal de contas à CMF.
Perante esta intervenção, pedi ao senhor presidente da CMF para defender a minha honra. E então disse ao senhor deputado que se havia falta de ética e de seriedade era da parte do PSD porque em vez de vir para a reunião da Assembeia Mnicipal falar dos problemas da cidade, apresentar propostas para solucionar a grave crise que afecta os funchalenses ou para apresentar os problemas da nossa cidade, e foi para isso que foram eleitos, limita-se a falar do PS-Madeira.
Naturalmente que aceito as críticas, somos democratas, disse, compreendo a intervenção porque todos sabemos que têm de marcar pontos, têm de demonstrar trabalho aos seus superiores políticos e trabalho aqui é atirar contra o PS.
E perguntei porque será que ficam tão nervosos quando falamos no Ministério Público e no Tribunal de Contas. E porque não falou dos diversos casos que estão a ser investigados pelo Ministerio Público? Não falou também do caso Marote que já está em julgamento.
E se houvesse honestidade política o que o senhor deputado fazia era defender o seu presidente de Câmara dos ataques do vice-presidente do governo regional, dr. Cunha e Silva. Pois quem falou em "negociatas" na CMF foi o dr. Cunha e Silva e não o PS.
Quem, nos últimos dias, voltou a atirar pólvora contra a CMF foi de novo o vice-presidente do governo ao dizer na Assembleia Legislativa da Madeira que ninguém questiona os milhões desperdiçados no Hinton, mas o senhor não defendeu o seu presidente, não fundamentou e provou que era mentira, não cumpriu o seu papel de defensor do dr. Albuquerque. E quem falou da existência de "formiga branca" na CMF foi o dr. Raimundo Quintal, ex-vereador do PSD nesta autarquia, contudo, nunca ouvi o senhor desmentir o dr. Raimundo nem fazer intervenção a atacá-lo em defesa do bom nome da vereação PSD.
A sua intervenção foi muito fraquinha e fiquei desiludido com o nível da sua intervenção. Afinal, não estão aqui para servir a população, mas para marcar pontos para dentro do seu partido.
O senhor deputado não reagiu, ouviu e calou-se, mas o curioso é que depois quem veio defender o senhor deputado foi o dr. Carlos Rodrigues, fazendo-se de vítima e no fim ele já afirmava que falava em termos pessoais. Ninguém percebeu.