domingo, 20 de novembro de 2011

A escola e as disciplinas essenciais

Pensar a educação apenas na linha estratégica das disciplinas essenciais, implica não só comprometer o desenvolvimento integral dos alunos, como também limitar os horizontes da sociedade. Há disciplinas essenciais, mais estruturantes, sem dúvida, como aliás já estão definidas nos programas actuais, contudo, aumentar a carga lectiva destas disciplinas e desvalorizar, por exemplo, o papel das TIC e da EVT, no ensino, não cria bons alunos, não garante mais conhecimentos, nem resultará na melhoria dos resultados escolares.
Embora a restruturação da carga horária exija uma reflexão aprofundada, o problema substancial não reside no número de horas das disciplinas, o que a nossa Educação necessita é de garantir as condições essenciais para melhorar a forma de ensinar e de estudar. O que as escolas exigem não é um exame de acesso à profissão docente, pois, um 20 neste exame não garante a ninguém um bom desempenho.
Ser professor é muito mais!

As escolas ambicionam uma verdadeira autonomia para que, adaptadas ao seu contexto social, económico e cultural, possam definir as melhores estratégias e consigam rentabilizar, com mais eficiência, os recursos humanos, financeiros e educativos já existentes. O fundamental encontra-se na coragem de alterar os currículos e reformar os programas extensos e complexos, sem prejudicar os níveis de exigência.
A escola tem de ensinar o português e a matemática, mas assume também a responsabilidade de ensinar as outras faces da Vida, consciencializando para os valores universais e para a necessidade de os cidadãos não abdicarem dos seus próprios direitos e deveres.

Em suma, a escola tem de proporcionar aos alunos o desenvolvimento de um sentido crítico, a transmissão das competências e dos conhecimentos necessários para resolverem os seus próprios problemas, para enfrentarem os desafios e os novos paradigmas da sociedade de hoje.


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