quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

'Madeira-Autonomia' para defender interesses da Região

Rui Caetano, Miguel Fonseca e Aires Pedro integram o núcleo fundador.


"É necessário que todas as forças políticas se abram ao diálogo e à cooperação"

É um movimento que está numa fase embrionária, mas que promete vir a dar que falar. Trata-se da organização 'Madeira-Autonomia'.
O movimento vai-se revestir de informalidade na sua organização. Não haverá uma estrutura formalmente constituída, nem regras internas. Será um movimento de reflexão, que terá como um dos objectivos produzir documentos sobre a vida da Madeira e da Autonomia Regional, no sentido da unidade dos madeirenses e como contributo para se ultrapassarem os momentos de dificuldades que se vivem.
Esse trabalho, em teoria, deveria estar a ser desenvolvido pelos partidos, mas isso não está a acontecer. Quem o afirma é uma das três pessoas que compõem o núcleo inicial, Rui Caetano. As outras duas são Miguel Fonseca, que se assume como subscritor número um do manifesto que já foi elaborado, e Aires Pedro.


Lembram os subscritores que já foi possível haver unidade partidária em grandes questões, como o reforço da autonomia através da revisão do Estatuto Político Administrativo. Mas foi noutros tempos.
Já existem cerca de 20 pessoas que deverão aderir ao movimento, o que neste momento passa por assinarem o primeiro documento que já foi produzido, o manifesto 'Em defesa da Madeira'. Mas 'o núcleo duro', para já, prefere não divulgar os nomes.
Certo é que o movimento está aberto a todas as pessoas que queiram participar, independentemente da proveniência e da preferência política. A única condição é disponibilidade para participar na reflexão a favor da Madeira. Isto, apesar de o núcleo fundador ser constituído por pessoas do PS.
O manifesto que já foi produzido desenvolve-se em cinco pontos essenciais, através dos seguintes capítulos: "A Autonomia insular é a pedra de toque e o aval necessário à coesão entre todos os portugueses; Pacto democrático e partidário interno para a negociação com a República submetido a referendo; Reforço das competências constitucionais e estatutárias, com novo Estatuto e potenciação negocial dos nossos recursos e da nossa posição geoestratégica no concerto nacional e europeu; Recusa intransigente do retorno a um passado de submissão ao centralismo imperial e antidemocrático que sempre se exerceu em prejuízo da coesão nacional; Defesa férrea e inabalável da Autonomia constitucional; Convite à participação cívica em defesa dos interesses da Madeira e da sua Autonomia e recusa de qualquer situação de gueto".
Mas, para retirar a Madeira da situação em que se encontra, o movimento pretende dar apenas uma colaboração.


Não pretende substituir-se aos partidos, nem transformar-se num. "É necessário que todas as forças políticas se abram ao diálogo e à cooperação, como alavanca para estabelecer as bases de entendimento necessárias a uma estratégia para retirar a Madeira da situação em que se encontra, o que deve envolver os cidadãos, as famílias e todas as instituições com representatividade de vária ordem".

domingo, 20 de novembro de 2011

A escola e as disciplinas essenciais

Pensar a educação apenas na linha estratégica das disciplinas essenciais, implica não só comprometer o desenvolvimento integral dos alunos, como também limitar os horizontes da sociedade. Há disciplinas essenciais, mais estruturantes, sem dúvida, como aliás já estão definidas nos programas actuais, contudo, aumentar a carga lectiva destas disciplinas e desvalorizar, por exemplo, o papel das TIC e da EVT, no ensino, não cria bons alunos, não garante mais conhecimentos, nem resultará na melhoria dos resultados escolares.
Embora a restruturação da carga horária exija uma reflexão aprofundada, o problema substancial não reside no número de horas das disciplinas, o que a nossa Educação necessita é de garantir as condições essenciais para melhorar a forma de ensinar e de estudar. O que as escolas exigem não é um exame de acesso à profissão docente, pois, um 20 neste exame não garante a ninguém um bom desempenho.
Ser professor é muito mais!

As escolas ambicionam uma verdadeira autonomia para que, adaptadas ao seu contexto social, económico e cultural, possam definir as melhores estratégias e consigam rentabilizar, com mais eficiência, os recursos humanos, financeiros e educativos já existentes. O fundamental encontra-se na coragem de alterar os currículos e reformar os programas extensos e complexos, sem prejudicar os níveis de exigência.
A escola tem de ensinar o português e a matemática, mas assume também a responsabilidade de ensinar as outras faces da Vida, consciencializando para os valores universais e para a necessidade de os cidadãos não abdicarem dos seus próprios direitos e deveres.

Em suma, a escola tem de proporcionar aos alunos o desenvolvimento de um sentido crítico, a transmissão das competências e dos conhecimentos necessários para resolverem os seus próprios problemas, para enfrentarem os desafios e os novos paradigmas da sociedade de hoje.


sábado, 19 de novembro de 2011

Reitor da UMa cativa alunos da Gonçalves Zarco

O reitor da Universidade da Madeira (UMa) foi o convidado especial para o Dia da Escola Gonçalves Zarco, ontem, assinalado, com diversas actividades, a destacar uma sessão solene dos alunos finalistas 2010/11 ((2.º e 3.º Ciclos, Secundário e Recorrente) com a respectiva entrega de certificados de mérito e menções honrosas aos melhores alunos.
Castanheira da Costa esteve a falar sobre a UMa, “para um público, que eu espero cativar porque a Universidade existe para vocês, portanto, eu espero ser capaz de os convencer das virtudes da instituição que dirigiu, neste momento”, começou por dizer. Aos alunos explicou como funcionam as Universidades, como estão organizadas e o que a UMa tem para oferecer.

Rui Caetano, presidente do Conselho Executivo da Escola Gonçalves Zarco deixou um desafio aos alunos. “Tendo em conta a actual conjuntura, os estudantes têm que começar a pensar em si próprios e a se preparar para o futuro e a melhor forma de o fazer é adquirir conhecimento e competências para que eles, depois, sozinhos consigam se desenrascar”, apontou.

Neste sentido, ao longo do ano são desenvolvidas actividades com o objectivo de levar os jovens a tomarem contacto com o que está fora da sala de aula. A celebrar o seu 43.º aniversário, a Gonçalves Zarco conta com 1.700 alunos. A “motivação” tem sido uma forma de contornar os cortes financeiros, sublinhou Rui Caetano.

In JM

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Escola Gonçalves Zarco - Alunos eslovenos de visita à região através do projecto Europeu Comenius

No âmbito do projecto europeu Comenius, 12 alunos oriundos da Eslovénia estão de visita à Região, num intercâmbio organizado pela Clube do Património da Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco. Ontem, os jovens foram recebidos na Câmara do Funchal pela vereadora Rubina Leal e, ao DIÁRIO, a responsável pelo projecto na escola eslovena, Kristina Valic, e uma das docentes da comitiva, Sasa Kravos, referiram que há semelhanças entre a Eslovénia e a Madeira, nomeadamente no "verde da natureza".
"Os alunos estão aqui muito bem, gostam de tudo, das pessoas, da natureza e do tempo, até porque lá, na Eslovénia, agora está muito frio", disse a responsável pelo projecto, apontando que há semelhanças entre a Madeira e a Eslovénia, nomeadamente no verde que as caracteriza. "A nossa Eslovénia também é pequena e a nossa natureza também é muito verde, há rios, mar, montanhas altas", afirmou.
Quanto à existência da ilha, pertencia ao desconhecido. "Eles conheciam Portugal, mas não sabiam que existia uma ilha, no meio do oceano, que pertence ao país", confessou Sasa Kravos.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A responsabilidade do PS-Madeira


Urge reflectir sobre os resultados do PS-M. Cada um de nós, se está no PS com sentido de partido e na política com o objectivo de defender os interesses da Madeira, deverá assumir as suas responsabilidades, acreditem que os madeirenses não são os culpados pela derrota, não votaram em nós porque não acreditaram no projecto nem nas pessoas.
Contudo, não basta reconhecer os erros cometidos e deixar tudo na mesma, como os primeiros indícios já denunciam. Pela reacção de alguns, pelo comportamento de outros, pelas atitudes dos de sempre, parece que o PS em vez de unir e assumir uma causa comum, um interesse colectivo, se limitará a desenhar o pequeno espaço dos instalados no partido, utilizando o calculismo pessoal, o preconceito, a exclusão e a ofensa anónima.
O PS-M não é uma associação recreativa de bairro, onde qualquer sócio poderá concorrer a presidente bastando ter as quotas em dia e escrever um conjunto de intenções. Uma moção é importante, no entanto, insuficiente. Estes documentos podem ser encomendados a um amigo ou a uma empresa de marketing. O cerne do problema do PS-M está na liderança. Somos um partido de alternativa de poder que precisa de reconquistar o respeito por si próprio. E o respeito só se conquistará quando o PS apresentar um verdadeiro líder, não um chefe de facção que procura apenas defender o seu meio metro quadrado ou um presidente arrogante que se esconde do povo e pensa que liderar é gritar, humilhar, acusar os outros e ter medo da sua própria sombra.
Os madeirenses anseiam para o PS-M um líder que conheça a realidade e o sentir do povo, exigem um líder autêntico, mobilizador, com capacidade política, visão estratégica, com carisma e com competência suficiente para ser presidente do governo.

domingo, 2 de outubro de 2011

A Dívida: a Madeira vai ser independente por falta de solidariedade nacional?

Por Miguel Luís Fonseca - Dom, 02/10/2011 - 18:31

1. Vamos lá ver se a gente se entende: não há dívida do Continente e dívida da Madeira: há dívida nacional, dívida regional dos Açores, dívida regional da Madeira e dívidas autárquicas. Depois há as PPP's em todo o território nacional, a dívida das Empresas Públicas, a dívida dos transportes públicos – Metro de Lisboa e do Porto, Carris, Transtejo, empresas regionais de transportes nas duas Regiões Autónomas.
2. Na Madeira, há as Sociedades de Desenvolvimento, a Vialitoral, a Via Expresso, os Horários do Funchal, a RTP-Madeira, a RDP-Madeira, a Empresa de Electricidade da Madeira, entre outras.
3. A responsabilidade da Dívida Nacional é de todos os Portugueses, isso é óbvio. A responsabilidade das autarquias, de cada autarquia, é dos munícipes de cada município. As dívidas dos municípios não podem ser endossadas para o Orçamento de Estado para as solver.
4. A dívida de cada Região Autónoma é da responsabilidade política e constitucional dos respectivos órgãos, que a assumiram para benefício das respectivas populações. E devem ser as regiões a assumi-la.
5. Acontece que o Governo da República cortou o subsídio de natal de todos os portugueses, incluindo os das Ilhas, e reteve-o, com o argumento de que havia uma situação de grave emergência nacional e de que, sendo um imposto extraordinário, todos os portugueses deviam contribuir para isso – incluindo os da Madeira. E ninguém contestou esse princípio, nem sequer o Governo Regional do PSD – “et pour cause”!
6. Em síntese e por princípio geral: a) todos os portugueses devem ser solidários com tudo o que se faz no País, seja na construção de bens de equipamento, seja nos apoios sociais. Aliás, defendo que as Regiões não devem reter todos os impostos cobrados nelas e que se deve desenvolver o conceito de Autonomia partilhada – o estado social e de direito é uma responsabilidade soberana. b) todos os portugueses devem ser solidários com uma determinada Região do País em situação de catástrofe; c) A nação, as regiões – autónomas e futuras administrativas – e os municípios devem assumir responsabilidades à medida das suas competências e solvências.
7. Vivemos, no entanto, uma situação de coincidência de emergência nacional e regional, o que repõe o princípio da solidariedade nacional para uma determinada parcela do território em situação emergente equivalente a uma situação de catástrofe natural – vide o 20 de Fevereiro – era quase preciso uma nova Lei de Meios -, o que impede uma dupla penalização para os madeirenses, chamados a contribuir também para acudir à emergência nacional.


Ou seja, se os madeirenses se recusassem a partilhar os sacrifícios do todo e o todo recusasse a solidariedade a esta parcela do território nacional, estava criada uma situação de secessão de facto, que punha em causa a coesão nacional. E isso ninguém deseja. Isto sem embargo de concordar que os madeirenses vão ser chamados a pesadas e graves responsabilidades. Assumam a sua como cidadãos já no dia 9 de Outubro, derrotando os responsáveis.

In DIÁRIO

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Rui Caetano sai do Parlamento

O deputado do PS eleito pela Madeira na Assembleia da República vai renunciar ao mandato de deputado a partir de segunda-feira. A confirmação foi dada ao DIÁRIO pelo próprio Rui Caetano, que nem quis esperar pelo relatório da comissão de Ética para aferir se há incompatibilidade entre as funções parlamentares e a direcção da escola Gonçalves Zarco. Sabe-se, contudo, que devido à lei de incompatibilidades que vigora na República, ao contrário do Funchal, não seria possível manter as duas funções.
"Opto pela escola", disse o socialista. "Sempre disse que se tivesse de escolher e não pudesse acumular as duas situações seria por aí", revelou. E prosseguiu: "Perante a demora da comissão de Ética senti que era o momento de tomar a decisão"
Deputado do PS preferiu a escola ao trabalho parlamentar; Sena Lino volta a Lisboa
O deputado esteve três meses em São Bento, em substituição do líder do PS, Jacinto Serrão, e faz um balanço bastante positivo. "Ganhei consciência de como as coisas funcionam na Assembleia da República e vejo que é possível se houver vontade, trabalho e empenho, fazer um bom trabalho em favor dos madeirenses".
Rui Caetano elege a oportunidade de ter falado pelo partido em plenário durante a discussão de um projecto de resolução sobre a comunicação social regional como um dos momentos altos da sua passagem por Lisboa.

Ainda deu tempo para enfrentar o partido na votação da suspensão do modelo de avaliação dos docentes, em que violou a disciplina de voto dos socialistas. Agora, não se afasta da vida política totalmente, mas assume maior distância. "Mantenho o meu lugar de vereador na Câmara do Funchal", assegurou o vice-presidente do PS-M. Isabel Sena Lino regressa assim a Lisboa, aonde já cumpriu mandato.


-

O título da primeira página do DIÁRIO não está correcto. Pois eu não fui obrigado a abandonar o Parlamento, o correcto é que eu optei por abandonar o parlamento. Além disso, a Comissão de Ética ainda não se tinha pronunciado sobre a eventual incompatibilidade e se considerasse incompatível, o relatório teria de ir ao plenário e eu teria ainda mais 30 dias para optar.

sábado, 3 de setembro de 2011

Caetano chama directores da RTP-M e RTP-A a Lisboa

Sandra Cardoso, Correspondente em Lisboa
-
Os deputados socialistas da comissão de Ética, Cidadania e Comunicação querem ouvir os directores da RTP-Madeira e Açores, em Lisboa. A iniciativa, que partiu do madeirense Rui Caetano, já deu entrada no parlamento e recorda, entre outros aspectos, o contrato de concessão do serviço público de televisão, que determina que o serviços "de programas televisivos especialmente destinados às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira devem atender às respectivas realidades sociais e culturais e valorizar a produção regional".
Face a esta nota introdutória, os socialistas lembram que "foi com preocupação" que assistiram à intenção do ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, que tutela a comunicação social, de reduzir as emissões da RTP Madeira e da RTP Açores a quatro horas por dia, das 19h00 às 23h00, com o argumento de que "os habitantes locais têm acesso às outras antenas da RTP, tal como os portugueses do continente" .
No documento, os socialistas requerem ao social-democrata Mendes Bota, presidente da comissão, que "seja criado um grupo de trabalho que possa 'in loco' avaliar as eventuais consequências que uma tal medida coloca à coesão nacional".

Solicitam ainda a convocação dos directores dos centros regionais da RTP dos Açores e da Madeira para serem ouvidos em audição, "de forma a prestarem esclarecimentos sobre a possibilidade de estes canais regionais continuarem a cumprir as obrigações quantitativas e qualitativas (...) num quadro reduzido de emissão".
In DIÁRIO

sábado, 13 de agosto de 2011

Entrevista a José Tolentino Mendonça - "Tenho fome de silêncio"




Em Setembro será lançado um seu novo ensaio, intitulado 'Pai Nosso que Estás na Terra'... de que trata este seu novo trabalho?


É evidente que Deus é sempre o outro, e faz todo o sentido continuar a dizer que Deus está nos céus... Mas a provocação do título é para ajudar a ver como Deus se intromete na história que vivemos. Nós tropeçamos na questão de Deus em muitos momentos da nossa vida, e, nesse sentido, acho que há uma espécie de património que crentes e não crentes partilham, acerca de Deus, que é a interrogação e a procura.

É académico, ou seja, um investigador científico das coisas, e um padre, alguém que acredita numa religião revelada e procura transmiti-la aos outros. Isso tem sido um dilema para muitos, que têm progressivamente abandonado a crença em Deus.


A fé e a razão são realidades diferentes, com caminhos que lhes são específicos, mas não são inconciliáveis. Na tradição cristã, diz-se que a própria fé procura as razões. E ela é sustentada numa razão que não é puramente de tipo racional, mas inclui também as razões de tipo racional. Nesse sentido, é muito importante, por exemplo, retomarmos o famoso discurso de Bento XVI na Universidade de Ratisbona, em que ele diz que o Cristianismo deriva dos profetas judaicos, mas também dos filósofos gregos. Isto é, Deus não é irracional, e não podemos pressupor uma irracionalidade para chegar a Deus. O crente não nega a razão, pelo contrário, abre-se a ela e procura que seja a razão a sustentar a sua acção, a sua presença na história.

Mas há muita irracionalidade na religião.


O papa Bento XVI nesse discurso pronuncia-se precisamente contra uma das formas mais terríveis de irracionalidade em nome do religioso, que é a violência. Acreditarmos que pode haver uma guerra santa, ou que podemos matar em nome de Deus. O cristianismo é feito de revelação mas também de pensamento. E nestes dois mil anos de história temos São João da Cruz, temos os místicos, mas também temos São Tomás de Aquino, Santo Agostinho, que são espíritos profundamente analíticos e racionais. De certa forma, há uma complementaridade entre a razão e a mística.

Se bem que as justificações lógicas que se tentou encontrar, nos casos de São Tomás de Aquino e Santo Agostinho, foram sucessivamente analisadas e consideradas falhas em muitos aspectos. Permita-me contrapor com pensadores como Bertrand Russell, autor, inclusive, do ensaio 'Porque não sou cristão'. Penso que aceita basicamente a realidade de que as religiões reveladas não têm actualmente um sustentáculo, em termos históricos, como se chegou a crer noutros tempos. Ser crente hoje é apenas e basicamente uma questão de fé?


De facto, não se consegue, pela razão lógica, provar a existência de Deus. Mas o contrário também é verdade. Não se consegue provar a não existência de Deus. E aí todo o ateísmo contemporâneo, na linha de Bertrand Russell, acaba por falhar. Porque afirmar logicamente que Deus não existe também é levar a própria razão ao seu paradoxo. De maneira que, pela razão pura, ficamos num plano de igualdade. A toda a filosofia ateísta, nós podemos contrapor toda uma filosofia apologética.

Mais que ateísta, trata-se de uma filosofia agnóstica...


A filosofia nunca é neutra, digamos. As procuras humanas, a procura do nosso pensamento e da nossa sensibilidade nunca é neutra, vai sempre procurando um sentido. Depois, dizer que não há um fundo histórico para as religiões reveladas parece-me um juízo demasiado radical no qual não me posso reconhecer. É verdade que o cristianismo pressupõe uma hermenêutica, uma interpretação, mas a interpretação não quer dizer que não exista um fundo histórico, pelo contrário. Toda a hermenêutica que o cristianismo pressupõe não joga contra ele, dizendo: afinal, tudo o que a Bíblia diz não aconteceu assim como está lá escrito: pelo contrário, essa hermenêutica acaba por jogar a favor de uma densidade de sentido, ou seja, é mais do que está lá escrito, não menos.

Os Evangelhos foram escritos à posteriori. Trata-se de relatos em segunda e em terceira mão. Como biblista, sabe que isto é verdade. Ao mesmo tempo, concedo que a Bíblia, do ponto de vista literário, inclui livros muitíssimo interessantes.


A Bíblia é um património não apenas do ponto de vista literário, mas também da verdade expressa. É claro que os Evangelhos foram escritos numa geração seguinte. Não são relatos de uma crónica de jornal acerca de Jesus, mas são em grande medida uma meditação sobre a vida de Jesus, sobre o seu significado. Do ponto de vista crente, isso é muito mais pertinente do que se tivéssemos uma pura ilustração, do que se pudéssemos ter um puro directo sobre os gestos e as palavras de Jesus. Porque aquilo que nos é dado é o testemunho de um significado que gerações posteriores colheram do que Jesus representou para mulheres e homens do mundo concreto.

É um lugar comum dizer-se hoje em dia que o mundo perdeu espiritualidade. A ascensão do ateísmo ou do agnosticismo é um dos factores. Outro são as pressões da vida moderna, e o facto de as pessoas questionarem hoje crenças que foram abraçadas sem questionar durante séculos. Ao mesmo tempo assiste-se ao vazio deixado por essa perda. As pessoas viram-se para fenómenos de auto-ajuda, como 'O Segredo'. E o seu livro 'O Tesouro Escondido'? Há quem o veja como um livro de meditação filosófica, e há quem o veja como um livro de auto-ajuda cristão...


Penso que hoje o lugar do religioso está em recomposição. O próprio mapa do cristianismo está-se a alterar. Há valores novos. Penso que é preciso saber ler a realidade. Por exemplo, acho que grande parte daqueles que caberiam na categoria de não praticantes, são cristãos culturais. Porque a cultura do homem contemporâneo no Ocidente é uma cultura muito marcada pelos valores, pelo imaginário, pela iconografia cristã. E, em determinados momentos, há zonas de abertura que se criam, para o religioso, que vale a pena atender e valorizar. Não partilho do juízo de que o mundo contemporâneo é um mundo em que a espiritualidade está em extinção. Vejo assinaladas formas de procura. Há uma grande sede espiritual. Há caminhos novos de procura com os quais é necessário entabular um diálogo. Há soluções que são imediatistas, como essas de que fala todo o sistema de auto-ajuda ou de soluções rápidas para as grandes questões da vida.

Mas ao mesmo tempo, por detrás de todos esses fenómenos, há coisas muito importantes, um desejo de busca, latente na nossa cultura. O meu livro, 'O Tesouro Escondido', é um trabalho de teologia, de espiritualidade cristã, mas ao mesmo tempo há uma atenção, uma curiosidade, em relação a estas buscas, que eu acho que é necessário atender. Uma pessoa que procura um livro de auto-ajuda... é preciso compreender aquele gesto, é preciso que se interrogue aquele gesto.

Ser crente, hoje em dia, implica buscar outras formas de pertença, já que há muita gente que renega a Igreja Católica, ou pelo menos aponta-lhe muitos defeitos?


Hoje, a experiência cristã não está localizada ou paroquializada como estava há décadas atrás, isto é, não tem a firmeza dos contornos rituais, formais ou mesmo morais que teve numa época anterior. Hoje há uma mobilidade muito grande, as pessoas procuram, muitas vezes não ligam a prática cristã a um espaço ou a uma temporalidade específica, mas ao mesmo tempo não deixam de ter uma abertura, uma curiosidade, uma atenção em relação ao fenómeno religioso, e de investir aí uma parte importante do seu afecto, e da sua racionalidade. Com tudo isso, há zonas de afastamento, de esfriamento, de recomposição da própria prática religiosa.

Foi um dos criadores convidados para a exposição que assinalou, no Vaticano, os 60 anos da ordenação de Bento XVI enquanto sacerdote. O seu convívio coma Cultura expressa-se a vários níveis: como poeta, ensaísta, docente universitário... Também é próximo da comunidade artística. Qual o contributo que a Cultura pode dar para uma melhoria social?


A Cultura é essencial, porque coloca as questões de fundo. Não apenas as questões da sobrevivência... mas a Cultura abre-nos horizontes na procura de um significado para a vida. E precisamos disso. A Cultura não é apenas um ornamento nas nossas sociedades, e que em alturas de crise até podemos dispensar. A Cultura tem de acompanhar a nossa viagem pela história. Porque se em cada momento não somos ajudados, mobilizados, incentivados a levantar o olhar das nossas questões ou do nosso ponto de vista, e nos confrontarmos com o mundo, com a complexidade da vida, passarmos das questões penúltimas para as questões últimas, que é também o trabalho da Cultura, penso que ficamos muito mais pobres. Hoje a Cultura tornou-se uma indústria, e não um lugar de reflexão da condição humana, que eu acho que é a sua missão primeira.

Bento XVI, quando substituiu João Paulo II, foi bastante criticado, porque é tido como de uma ala mais conservadora, de um estilo diferente... um papa mais intelectual. É o papa para este tempo, quando muitos, mesmo dentro da Igreja Católica, defendem mudanças radicais?


Tem sido o papa para este tempo, tem-se imposto pela força do seu pensamento, que é tomado em consideração por crentes e não crentes, que respeitam a vitalidade, a honestidade e o vigor das suas propostas. Penso que tem sabido apontar caminhos de renovação e de aprofundamento, nesta hora que todos sentimos ser de encruzilhada. Não só dentro da Igreja, mas na cultura ocidental, em que sentimos que estamos a terminar uma época e a começar outra. Penso que é unânime perceber que temos de encontrar novos modelos, um novo enquadramento, porque aquilo a que estamos a assistir é de facto à falência estrondosa de modelos que até aqui serviram, mas que claramente já não são capazes de dar resposta às necessidades que se colocam.

E a alternativa, qual é?


Penso que ninguém tem na manga uma alternativa. Gostávamos que aparecesse um super-economista, um super-pensador, que nos resolvesse esta aparentemente irresolúvel dificuldade em que estamos mergulhados. Mas ao mesmo tempo, este espaço aberto, austero, em que não há soluções fáceis, é um tempo de grande criatividade. É talvez um tempo para a política se basear em valores de verdade, se renovar como exercício de cidadania, e ao mesmo tempo buscarmos com coragem novos modelos que conduzam este grande barco que é a Europa.

Tem desenvolvido actividade ensaística... E a sua poesia, para onde caminha?Conhecemos o percurso até agora, e o futuro?


A gente diz que o futuro a Deus pertence. A poesia tem sempre um lugar muito importante... para mim, pessoalmente, é aquele lugar de combustão mais íntima da própria realidade. Tenho um projecto de um livro em comum com a poetisa Adília Lopes, sobre um jardim de Lisboa, o Jardim do Tourel. Pensamos, na próxima Primavera, publicar esse livro conjunto.

A sua poesia caminha para um desejo de encontro interior e de algo de que fala em alguns dos seus textos: a necessidade de silêncio. Hoje é uma necessidade que se sente, em meio a tanto ruído?


É uma necessidade que eu sinto. Tenho fome de silêncio.

Revoltas populares: "são campainhas, sinais de alerta"
Questionado sobre o modo como perspectiva os fenómenos de revoltas populares que se têm multiplicado em diversos países - como em várias nações árabes, nas quais têm estado associados a um desejo de mudança de regime, ou na Europa, onde reflectem insatisfação com a situação social e económica, e mesmo em relação ao recente caso da Inglaterra, que mais parece um caso de oportunismo sem sustentáculo ideológico, Tolentino Mendonça diz que "há sempre razões de ser" para estes acontecimentos. "Nada justifica a violência. Mas é preciso escutá-la, essa voz difícil, intransigente que nos chega.

Hoje, as nossas sociedades são muito fragmentárias, o comunitário diluiu-se, acaba por ser mais uma associação de interesses individuais do que propriamente a procura do bem comum a unir-nos e a mobilizar-nos em vista de uma construção do presente, e há uma multidão numerosa que se vai sentindo à margem, desintegrada e sem capacidade de integrar, digamos, o mundo do trabalho, o mundo dos direitos civis, o mundo da própria democracia.

O movimento dos indignados em Espanha, e este movimento em Inglaterra, mais adolescente, de pura raiva, são campainhas, sinais de alerta, que importa tomar em devida consideração. Não são apenas fenómenos isolados, casos de polícia; acho que são casos de sociedade e de civilização".



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Rui Caetano propõe lobby autonómico na República

Deputado do PS envia carta a todos os parlamentares da Madeira e Açores.
Explicar as autonomias à "comunidade nacional" é o objectivo do deputado do PS-M, na Assembleia da República, que para isso pretende a colaboração de todos os parlamentares das regiões autónomas.
Rui Caetano vai enviar uma carta aos deputados de São Bento, oriundos da Madeira ou dos Açores, a propor a realização de 'Conferências Autonómicas' que poderão ter como palco as representações das duas regiões na capital.
O deputado refere, no texto a que o DIÁRIO teve acesso, que "há sectores na sociedade portuguesa onde as autonomias nunca foram pacíficas". Uma atitude que, segundo Rui Caetano, radica numa visão "centralista do Estado" que tem impedido qualquer descentralização "mesmo para as regiões do território continental".
Explicar as autonomias
Na carta, alerta os deputados da Madeira e dos Açores, dos vários partidos, para o facto de, "nos últimos tempos, o sentimento anti-autonomista" ter começado a ganhar "contornos preocupantes" e a atingir sectores que anteriormente estavam imunes a estes comportamentos.
"A aversão às autonomias ganha proporções muito particulares nestes tempos em que os recursos escasseiam", sublinha.
Rui Caetano considera importante explicar as vantagens da autonomia ao resto do País.
"Cabe-nos a nós, deputados insulares, dar o nosso contributo para que a nação entenda, cada vez mais, as autonomias como um factor de coesão nacional", afirma.
Caetano admite que a ideia de criação de um 'lobby' insular possa ser aprofundada e avançar para outras iniciativas, mas começa por propor a realização de 'Conferências Autonómicas' - a designação pode ser outra -, em Lisboa, em espaços como as Casas da Madeira e dos Açores. Conferências que deverão ter uma participação o mais alargada possível.

In Diário

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Lei de Meios em debate na ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

PSD e CDS-PP chumbaram ontem na Assembleia da República (AR) uma proposta do PCP para a criação de um grupo de trabalho para acompanhar a execução da Lei de Meios na Região.
A proposta, que foi apoiada pelos restantes partidos, foi apresentada na Comissão Parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, e foi também defendida pelo deputado socialista madeirense, Rui Caetano.
"Votamos favoravelmente, porque concordávamos com os objectivos apresentados, que passavam por acompanhar a execução da Lei de Meios", explicou ao DIÁRIO o deputado, ressalvando que ficou "claro" que o grupo de trabalho não tinha como propósito "interferir" ou "fiscalizar" os órgãos próprios da Região Autónoma da Madeira.
"Aprovamos na perspectiva de acompanharmos a execução da Lei de Meios que foi aprovada na AR através dos canais próprios e sem colocar em causa as questões da autonomia política", sublinhou Rui Caetano, explicando que o grupo de trabalho iria estabelecer contactos com os grupos parlamentares da Assembleia Regional e com o Governo da República.
Caetano, que não faz parte da referida comissão e esteve presente a pedido do grupo parlamentar socialista - uma situação que o regimento da AR permite - diz que o grupo de trabalho iria "averiguar" se o executivo de Lisboa está ou não a "exercer todas as suas competências" para que o Governo Regional cumpra o acordo e não se afaste do "espírito" da Lei de Meios.
in Diário

-

ALÉM DO CDS/PP TER VOTADO CONTRA A PROPOSTA, O CURIOSO É QUE O DEPUTADO MADEIRENSE JOSÉ MANUEL RODRIGUES NÃO ESTEVE PRESENTE NA COMISSÃO.

sábado, 30 de julho de 2011

Na Assembleia da República, Rui Caetano vota ao lado dos professores e contra orientação do PS de LISBOA




Sandra Cardoso, Correspondente em Lisboa
Deputado socialista madeirense vota contra avaliação dos professores.
O deputado madeirense do PS na Assembleia da República, Rui Caetano, desrespeitou ontem a disciplina partidária e votou ao lado do PCP e do BE duas propostas pela suspensão do actual modelo de avaliação de desempenho dos docentes, uma bandeira do Governo de Sócrates.
As iniciativas foram chumbadas pelos partidos de coligação, PSD e CDS, e pelo PS. Mas o parlamentar, que é professor e presidente da Escola Gonçalves Zarco, optou por votar ao lado dos proponentes. Numa declaração de voto onde justifica a posição, o madeirense arrasa o actual modelo de avaliação do desempenho dos professores, elaborado pelo seu partido.
"É pois um modelo que não avalia o professor nem o seu real desempenho na escola, antes pelo contrário, além dos factores de instabilidade, implica mais trabalho burocrático", acusa. E prossegue: "Retira mais tempo da actividade lectiva e/ou formativa do professor para que ele consiga cumprir os requisitos exigidos". O professor considerou ainda no documento que "a suspensão do actual modelo facilitaria a implementação de um novo modelo que venha ao encontro dos interesses dos professores, dos alunos e da comunidade educativa em geral".
Rui Caetano escusou-se a comentar o assunto e remeteu a posição para a declaração de voto entregue. O DIÁRIO sabe, contudo, que a postura de rebeldia não caiu bem no grupo parlamentar, sobretudo devido ao assunto em causa.
Entretanto, o actual Governo está a trabalhar num novo modelo. O ministro da Educação, Nuno Crato, anunciou que quer concluir até ao dia 9 de Setembro a negociação com os sindicatos sobre o novo sistema de avaliação. Mas garantiu que as quotas são para manter. "As quotas são uma orientação geral da Função Pública" e se não existissem "seríamos todos excelentes, o que seria injusto porque queremos que os melhores professores sejam privilegiados", justificou.

In DIÁRIO

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Serrão manda Caetano votar contra "roubo" à Madeira

Mais do que um "roubo", Caetano e Serrão denunciam "um acto de puro colonialiamo"

Com o novo governo nacional politicamente sustentado pelo PSD e o PP, os planos inverteram-se. Agora é o PS-M que aplica a estratégia e as acusações que durante os últimos anos foram seguidas pelo PSD-M e devolve as acusações de roubo. Em causa, a sobretaxa que vai implicar cortes no subsídio de Natal e cujas verbas, no caso da Madeira, deverão ser transferidas para Lisboa, apesar de a Região ter direito às receitas fiscais aqui geradas.
A decisão do PS-M já está tomada. Independentemente do que decidir o grupo parlamentar socialista na Assembleia da República - provisoriamente liderado por Maria de Belém Roseira - Rui Caetano vai votar contra a ideia do ministro das Finanças que insiste em considerar essas receitas como extraordinárias e, por isso mesmo, pertença do Estado português e não da Região, como reclama o Governo Regional e os próprios deputados do PSD e do PP eleitos pela Madeira.
Jacinto Serrão recorda que a posição do partido é contrária à aplicação do imposto extraordinário, por o considerar injusto. Disso mesmo terá dado conta o próprio Serrão ao Presidente da República na audiência de segunda-feira, em Belém.
Mesmo assim, se a intenção do governo de Passos Coelho e Paulo Portas se mantiver, Serrão promete "esgotar todos os meios" para que "as intenções centralizadoras" e reveladoras de "um acto de puro colonialismo" do Governo da República "não se concretizem".
Esta questão é um dos primeiros testes à robustez do acordo entre PSD e PP nacional. Os deputados das ilhas defendem que o valor do imposto extraordinário deve ficar na Região. Entendimento diferente têm os dirigentes e deputados nacionais, alegando o carácter extraordinário de tão impopular medida. A divergência foi tão acentuada que, na passada semana, obrigou Pedro Passos Coelho e Paulo Portas a uma intervenção directa junto dos deputados da Madeira de cada um dos partidos. Resta saber se terá sido suficiente para travar a vontade de votar contra esta proposta.

A jurisprudência

•O argumento de que a Região não tem direito às verbas da sobretaxa devido à decisão nesse sentido tomada pelo Tribunal Constitucional em 1983, perante uma situação muito idêntica, não colhe junto do líder do PS-Madeira.
•Serrão lembra que, entretanto, o Estatuto Político-Administrativo veio consagrar os impostos, taxas, multas e coimas cobradas cá como "receitas da Região", mesmo no caso de impostos extraordinários.
•O PS-M discorda da interpretação que o ministro das Finanças Vítor Gaspar, deu ao acórdão de 1983. O ministro esquece, diz o PS no que aparenta ser a base da argumentação que vai apresentar o deputado Rui Caetano, que o Estatuto aprovado em 1991 blindou "qualquer tentativa centralizadora de desvios dos valores cobrados aos madeirenses, como aconteceu em 1983". Desta vez, garante, "os madeirenses não aceitarão" a mesma receita.


Maximiano 'afina' agulhas com o PS de Lisboa

Sandra Cardoso, Correspondente em Lisboa
-

O candidato do PS à presidência do Governo Regional foi ontem a Lisboa deixar um apelo a um diálogo constante entre a liderança regional e a bancada parlamentar. Maximiano Martins não quer que situações como a que se passou no Palácio de Belém, em que a líder da bancada parlamentar socialista se distanciou do líder do PS-M, Jacinto Serrão, por causa da sobretaxa extraordinária. Maria de Belém reiterou que o partido não tem posição oficial sobre quem deve ficar com a receita cobrada nas Regiões Autónomas. "Vamos acertar posições sobre todas as matérias", disse aos jornalistas.
Maximiano Martins, que se fez acompanhar do deputado socialista madeirense na Assembleia da República, Rui Caetano, revelou ainda que em cima da mesa estiveram para além da sobretaxa extraordinária, a privatização dos aeroportos, a Lei de Finanças Regionais e ainda outras medidas previstas no acordo com a chamada 'troika' internacional, que têm implicações na Madeira. "Ficou também definido o papel que o deputado Rui Caetano vai ter na discussão de projectos relativos à Região que já estão no parlamento nacional".
O socialista, que foi deputado em Lisboa durante oito anos, aproveitou para rever amigos, que lhe apresentaram saudações e desejaram sorte para o embate. A todos os socialistas com quem se cruzou manifestou confiança num bom resultado. "Os madeirenses estão sedentos de mudança", referiu.
Maximiano Martins não pediu, contudo, apoio directo ao grupo parlamentar para a campanha.
"O nosso principal combate é com meios internos, é nisso que estamos empenhados", justificou. Mas acrescentou: "Todos os contributos vindo do exterior, serão, obviamente, bem-vindos". O candidato acredita que António José Seguro, novo líder do PS, passará pela Madeira, mas disse que não está nada agendado ainda.

terça-feira, 12 de julho de 2011

PS questiona Passos sobre ultraperiferias - Rui Caetano quer saber qual a estratégia delineada para as 'rup' portuguesas

O deputado do PS eleito pela Madeira na Assembleia da República estreou-se na semana passada nas perguntas ao Governo da República. Rui Caetano faz uma questão directamente ao primeiro-ministro, apesar de este não estar obrigado a dar resposta de acordo com o regimento parlamentar, onde questiona Passos Coelho sobre a estratégia delineada, por este Governo, para as regiões ultraperiféricas portuguesas.
No documento preliminar a que o DIÁRIO teve acesso, o deputado socialista recorda que o Programa de Governo é omisso sobre estas matérias e por isso pretende saber que iniciativas pretende o novo Executivo desencadear no sentido de garantir o cumprimento do estatuto da ultraperiferia pela União Europeia.
O madeirense lembra ainda que Bruxelas "acaba de apresentar as propostas para o próximo Quadro Financeiro Plurianual, para o período 2014 a 2020, no âmbito do qual serão definidos os montantes de apoio estrutural a Portugal e às suas regiões".
O madeirense sublinha que "este período de negociações é decisivo" para Portugal "assegurar os apoios comunitários necessários a um desenvolvimento equilibrado e sustentado da Madeira e dos Açores".
E prossegue: "A actual conjuntura europeia exige uma negociação rigorosa e firme de modo a que as regiões ultraperiféricas portuguesas não sejam ainda mais prejudicadas na definição da política de coesão económica, social e territorial e do envelope financeiro que lhe dará consistência".
Adoptar outros indicadores: para além do PIB
Rui Caetano diz que a situação reveste-se ainda de maior importância pelo momento de crise e diz que a altura exige "que o estatuto da ultraperiferia seja salvaguardado e aprofundado, nomeadamente através da adopção de um modo mais rigoroso de medir o verdadeiro nível de desenvolvimento das regiões e do seu grau de carência de financiamento comunitário".

Para isso, garante que "há necessidade de se adoptar outros indicadores e critérios para além do PIB (Produto Interno Bruto). "Os problemas de cálculo deste indicador, associados ao uso excessivo de métodos descendentes, requer uma disponibilidade do Governo para, em articulação com INE (Instituto Nacional de Estatística), ajudar o Governo Regional da Madeira a proceder a um cálculo dos verdadeiros valores PIB da Região, desde 1995", justifica.
No documento, o socialista revela não ter dúvidas de que "a negligência das deficiências de medição do desenvolvimento e o reconhecimento parcial da condição da Madeira como região ultraperiférica, levou a que, nas últimas negociações, esta região deixasse de pertencer ao grupo de regiões mais pobre da União e perdesse abruptamente mais de 450 milhões de euros".
Apesar de não ser habitual os deputados colocarem questões ao primeiro-ministro, mas sim aos respectivos ministérios com a tutela, de acordo com os trâmites parlamentares, Rui Caetano afirmou ao DIÁRIO que a questão deve ser abordada por Passos Coelho.

sábado, 2 de julho de 2011

Escola Gonçalves Zarco faz parceria com o CAB




A prova decorre na Escola Gonçalves Zarco no Funchal e envolve um total de 21 equipas. Quatro clubes são continentais e os restantes sete da Região, numa prova que termina na próxima quarta-feira.
Começa oficialmente hoje e prolonga-se até à próxima quarta-feira (dia 6) mais uma edição do Torneio Minicesto, que em 2011 decorrerá nas instalações da Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco, no Funchal.
O Torneio conta com a presença de quatro clubes oriundos do vontinente (Grupo Desportivo Bolacesto; Atlético Clube Alfenense; Basquete Clube de Barcelos; Clube Desportivo da Póvoa), que se juntam a mais sete colectividades regionais, que competem habitualmente nas provas da Associação de Basquetebol da Madeira (ABM). A saber: ADR Água de Pena, CAB Madeira, CD Escola Francisco Franco, CF União, CDR Santanense, AD Galomar e CCD Hor´´arios do Funchal.
Ao todo, na edição deste ano do Torneio Minicesto estão envolvidas 21 equipas, num evento que, em seis dias, contará commuita competição nos escalões de Mini-10 e Mini-12 -masculinos e femininos -, além de um vasto programa social que visa “mostrar” alguns dos pontos turísticos da ilha da Madeira.
Ontem, ao longo do dia (parte da manhã e à tarde) chegaram à Região as equipas continentais, sendo que a noite foi reservada para o jantar com as diversas comitivas, ao que se se seguiram actividades lúdicas.

1.º dia “a sério”
Hoje, 1.º dia “a sério” do Torneio, haverá uma caminhada entre o Parque de Santa Catarina e os Jardins do Lido, numa actividade inserida no âmbito da Prevenção à Toxicodependência, sendo que todas as equipas participantes no evento devem estat concentradas a partir das 9h30.
A seguir ao almoço, das 14h30 às 19h00, o Torneio Minicesto tem a 1.ª jornada, finalizando-se o dia com mais actividades lúdicas. Já amanhã, a competição desportiva apenas acontece na parte da manhã (entre as 9h00 e as 13h00), sendo a parte da tarde livre para todos os participantes.

In Jornal da Madeira

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Caetano pressiona com IRS

Deputado sugere agenda para a reunião de hoje entre Cavaco e Passos.
"O Presidente da República deverá alertar o primeiro-ministro para que resolva de imediato a situação das transferências em atraso dos 5% do IRS colectado nas regiões insulares". Quem o diz é o deputado do PS eleito pela Madeira na Assembleia da República, em jeito de sugestão de agenda da primeira reunião do Presidente da República com o novo primeiro-ministro, que terá lugar hoje.
Rui Caetano lembra que "a Lei das Finanças Locais define que um dos critérios para apoiar os municípios, proporcionando uma mais justa repartição dos recursos públicos, consiste em atribuir a cada um dos municípios 5% da taxa variável do IRS de modo a garantir uma melhor repartição dos recursos públicos", mas que isso deixou de ser feito para as câmaras municipais da Madeira e dos Açores, a partir de determinada altura determinada altura, em virtude de um entendimento do anterior Governo.

"Em virtude desta irregularidade do não cumprimento do Orçamento de Estado, o Governo da República acumula uma dívida aos municípios da Região Autónoma da Madeira na ordem dos 14 milhões de euros", recorda o socialista, sublinhando que na qualidade vereador na Câmara do Funchal esteve sempre do lado das autarquias nesta matéria.
PSD e CDS resolvem
Rui Caetano acredita que não há nenhuma razão para que este assunto não seja resolvido de imediato, já que "na legislatura anterior, o Orçamento de Estado foi aprovado com uma alteração proposta pelo PSD referente à transferência da participação variável dos 5% no IRS para os municípios das ilhas, com o apoio do CDS-PP, BE, PCP e 5 deputados do PS".
E, por isso, conclui Rui Caetano: "Como o actual Governo é do PSD e do CDS-PP, e como sempre defenderam que esta irregularidade deveria ser resolvida, o Presidente da República não deverá ter dificuldade em convencer o primeiro-ministro a pedir ao seu ministro das Finanças que autorize, de imediato, a transferência destas verbas".
In Diário

domingo, 19 de junho de 2011

Caetano desafia Rodrigues a garantir novo hospital

Toma posse amanhã e escreve logo ao ministro da saúde para saber se há apoio.
O novo governo nacional ainda nem tomou posse e já é desafiado por três partidos a apoiar a construção de um novo hospital na Madeira, em vez da ampliação das actuais instalações. Pelo meio, o Governo Regional é pressionado também por três partidos para reconsiderar a decisão de abandonar o projecto de Santa Rita. Primeiro o PCP, depois o PP e agora o PS. Todos defendem o regresso a São Martinho e a candidatura da nova construção a Projecto de Interesse Comum, o que daria direito a verbas do Orçamento de Estado.
Com tanta unanimidade, Rui Caetano, que amanhã toma posse em Lisboa como deputado do PS-M, desafia José Manuel Rodrigues a garantir que o novo governo nacional vai mesmo apoiar a construção do novo hospital. É isso que os madeirenses querem saber, sublinha Caetano. E deixa a promessa de que mal tome posse vai escrever ao ministro da Saúde perguntando se tenciona ou não apoiar o novo hospital da Madeira. "O Governo da República terá de dizer se sim ou não. Não vamos andar aqui a brincar ao faz-de-conta, ou financiam ou não financiam". Feita a promessa, Caetano provoca o líder do CDS-PP/M e também deputado em Lisboa: "O sr. José Manuel Rodrigues poderá tentar esconder que está coligado ao PSD na República, mas nós vamos lembrando e informando os madeirenses".
Rui Caetano sugere a José Manuel Rodrigues que telefone "ao dr. Portas que, por sua vez, telefonará ao dr. Passos Coelho e a resposta será imediata" sobre as garantias de financiamento, diz ainda o vice-presidente socialista. Se a resposta for afirmativa, todos os partidos na Madeira devem, na Assembleia regional, forçar o Governo Regional a retomar o hospital em Santa Rita.

In Diário

sábado, 7 de maio de 2011

AS PRIORIDADES DO PSD-M :'Ponta Oeste' recebe 7 milhões do P. Santo

GR arranja forma de pagar o campo de golfe da Ponta do Pargo, tirando à 'Sociedade' local. Vão ser sete milhões de euros transferidos para pagar o campo de golfe na Ponta do Pargo.
O Governo Regional introduziu uma nova estratégia na sua relação com as suas participadas Sociedades de Desenvolvimento, no caso as do Porto Santo e da Ponta do Oeste, uma vez que a primeira vai emprestar dinheiro à segunda. Vão ser sete milhões de euros que seguem directamente da conta da SD do Porto Santo para a SD da Zona Oeste da Madeira, que encaminhará essa verba para o projecto de construção do Campo de Golfe da Ponta do Pargo.
Segundo a resolução do GR, esta alteração de rumo do dinheiro para investimento avalizado para recurso ao crédito bancário, que tinham sido assinados a 30 de Outubro de 2007 com as quatro Sociedades de Desenvolvimento (incluindo a Metropolitana e do Norte) e a Madeira Parques Empresariais, justifica-se pela simples razão que os projectos previstos para o Porto Santo foram cancelados.
A "conjuntura económica que obrigou à revisão do plano de actividades da Sociedade de Desenvolvimento do Porto Santo, S.A.", que recebera aval para recorrer ao crédito no valor de 7 milhões de euros, vê agora esse dinheiro transferido para a empresa 'irmã' que opera nos concelhos da Calheta, Ribeira Brava e Ponta do Sol.
Ora, recorrendo aos registos de aval de então (2007), a SD Ponta do Oeste recebeu uma autorização de ir à banca no valor de 36 milhões de euros (que passa para 43 milhões), valor que não chegou para reservar uns milhões para que a obra maior obra alguma vez realizada na freguesia da Ponta do Pargo do concelho da Calheta tivesse cabimento orçamental, obriga agora o GR a introduzir esta novidade porque o projecto do campo de golfe "ainda não dispõe de financiamento integral".
Entre os considerandos do documento, assinado pelo próprio presidente do Governo a 28 de Abril, destaca-se que o contrato prevê amortizações antecipadas do financiamento, apenas, após o final do período de carência (ou seja, após 2017)", que serão pagos aos bancos EFISA, S.A. e Infrastrutture Innovazione e Sviluppo S.p.A. (esta substituta do banco OPI, S.p.A. desde Janeiro de 2008), que concordaram com a transferência sem "alterar as condições de financiamento originais, muito favoráveis", garante.
Sem que a alteração implique qualquer nova disponibilização de fundos - na altura foram avales no valor de 125 milhões de euros - ou acréscimo das responsabilidades do capital avalizado, para o GR é fácil: sem novas obras no Porto Santo, as 'agulhas' voltam-se para a Ponta do Pargo, no extremo leste da ilha da Madeira.



-

Um escândalo! As prioridades do GR são os campos de golfe. Mais esbanjamento e desperdício!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Jacinto Serrão, presidente do PS-Madeira, defende que "GR deve pagar a guardas-nocturnos"

O líder socialista defende a utilização das verbas das multas de trânsito.
O PS-M defende que o Governo Regional deve assumir o pagamento dos custos com os guardas-nocturnos, utilizando para tal as receitas advindas do pagamento das multas de trânsito.
Uma medida defendida ontem pelo líder dos socialistas madeirenses, Jacinto Serrão, no decorrer de uma acção política na Camacha, uma localidade onde os guardas-nocturnos estão já a assegurar um serviço complementar de segurança.
Lembrando que a segurança deve ser assumida como garantia por parte do Estado, o líder regional do PS considera "injusto" que sejam os cidadãos a custearem os pagamentos dos guardas-nocturnos, como vem sucedendo actualmente. Até porque, sublinha, através do pagamento dos seus impostos "as pessoas já estão a contribuir para que o Estado, a Região, a Câmara Municipal garantam a segurança de pessoas e bens".
Nesse sentido, Jacinto Serrão lembra que o Governo Regional dispõe de "recursos financeiros provenientes das multas que a polícia cobra", que entram directamente nos cofres da Região e que devem servir para "custear estes meios complementares de segurança".

In DIÁRIO

sábado, 30 de abril de 2011

PS propõe referendo sobre aterro - Escolha deverá ser entre cais junto ao aterro ou ampliação da pontinha

O Partido Socialista pretende que a Câmara do Funchal organize um referendo municipal sobre o futuro do aterro colocado junto ao cais da cidade, dando a possibilidade de a população escolher entre as duas soluções que estão em cima da mesa: a proposta do Governo Regional para a construção de um cais e outras alterações de fundo de toda a frente mar; ou a proposta da própria autarquia funchalense que defende o prolongamento do Molhe da Pontinha em 400 metros.

Esta proposta foi entregue pelo vereador Rui Caetano na última reunião camarária, realizada na passada quinta-feira. No entanto, a respectiva votação só acontecerá numa próxima reunião.
"A frente mar da cidade do Funchal é um bem intransmissível e inegociável, por isso defendemos que os funchalenses deverão ser chamados a participar de um modo activo e empenhado, manifestando a sua opinião de um modo objectivo, antes da decisão final dos governantes sobre o projecto", justificou o autarca socialista.
Governo não inspira confiança
Rui Caetano chama à atenção que está em causa o futuro estratégico da cidade e dá a entender que não é possível confiar no processo que está a ser conduzido pelo executivo madeirense.

"O processo de discussão pública que decorre não traz qualquer hipótese de alternativas. O que o Governo pretende é cumprir o requisito legal e pede sugestões para o seu projecto", aponta o mesmo autarca. Em alternativa, o representante socialista prefere realizar um referendo, com "debate alargado, confronto de propostas e ideias consistentes, o envolvimento dos funchalenses na discussão, com sessões de esclarecimento e depois chamá-los a participar na decisão entre as duas propostas existentes".
A terminar, Rui Caetano recorda que "o Governo Regional não tem demonstrado, ao longo dos anos, exemplos que garantam a fiabilidade do seu projecto", em termos de segurança das pessoas e de viabilidade económica. A este respeito, aponta o caso da marina do Lugar de Baixo.

In DIÁRIO

domingo, 24 de abril de 2011

Pilar de Saramago - Pilar fala do escritor e do homem da crise e da Madeira. E ensina a ler Saramago



Entrevistada por Sandra Cardoso



Saramago, a Madeira e as Canárias. A crise económica portuguesa, que afinal "resulta de uma crise moral do Mundo". O papel do cidadão. O DIÁRIO à conversa com a mulher do Nobel da Literatura português, menos de um ano depois da sua morte.
A mulher que tornou José Saramago "mais acessível, mais aberto, capaz de derramar os sentimentos e de abandonar a sua habitual atitude de defesa". A descrição é de Violante Matos, a filha do escritor, sobre Pilar del Rio, a jornalista espanhola que partilhou com o escritor os últimos 24 anos e quatro dias de vida. Foi sua companheira, tradutora da obra para castelhano, secretária e militante nas convicções. Sempre sem deixar de parte o jornalismo, mesmo quando refugiados na inóspita ilha espanhola de Lanzarote. Nem os mais de 20 anos de idade que os separavam foi impeditivo para um história de amor imortalizada no documentário José & Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes.
(...)
Activistas da liberdade?


Sim, mas não como entendem os neoliberais Da igualdade e da fraternidade, porque uma sem a outra são coxas. São valores fundamentais, mas falar deles nos dias de hoje é invulgar e pode parecer patético. Os neoliberais falam muito de liberdade, mas da liberdade deles próprios não a de quem trabalha para eles, não da liberdade de outros povos, de outras zonas do Mundo onde há escravos, porque isso traz-lhes benefícios e graças a isso podem viver uma vida esplêndida. Não se pode falar da liberdade, sem igualdade e fraternidade. Não quer dizer que tenhamos que ser todos os mesmos. Não podemos ser todos altos, loiros, magros e multimilionários, mas podemos ser iguais, uns com mais, outros com menos, uns altos e outros baixos, uns mais inteligentes que outros, uns mais cultos que outros, mas todos iguais.


Ninguém mais que ninguém. A não ser os cidadãos mais dos que os Governos, porque os cidadãos depositam a representação nos eleitos para que exerçam o acto de governar.

"Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos"

A luta por esses valores é um dos objectivos da Fundação José Saramago, a que preside?


Está nos nossos estatutos. Os valores cívicos e a Declaração Universal dos Direitos do Homem, não a declaração para ser dita em dias solenes, mas para levá-la à prática e de forma muito concreta, é para isso que começamos a caminhar. Será uma Fundação de discussão e de debate, de ideias, de valores, de actividade cultural, mas também de um posicionamento muito claro e nítido.

(...)


Uma entrevista a não perder no: DIÁRIO

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Arquivamento do inquérito às mortes da catástrofe "é o culminar de um processo doloroso"

O secretário regional dos Assuntos Sociais da Madeira disse hoje que o arquivamento pelo Ministério Público do inquérito às mortes provocadas pelo temporal de 20 de Fevereiro "é o culminar de um processo doloroso para as famílias".
"É o culminar de um processo de um período de muito sofrimento e o Ministério Público trabalhou célere para bem das famílias que perderam os seus familiares", disse à agência Lusa Francisco Ramos.
O secretário regional adiantou que com o encerramento do inquérito, as famílias vão poder resolver "partilhas, receber os dividendos e as pensões" a que têm direito.
O jornal Público noticia hoje que o "Ministério Público, na investigação feita ao temporal de 20 de Fevereiro de 2010 na Madeira, não encontrou indícios que permitam imputar a morte de qualquer das 48 vítimas a acto humano, voluntário ou meramente negligente", acabando por concluir que todas as mortes resultaram de "causa natural".
"O procurador da República na Região ordenou assim o arquivamento do inquérito, sem desencadear qualquer procedimento criminal", refere o jornal.
O diário acrescenta que no "no despacho de arquivamento, o procurador da República coordenador na Madeira, Gonçalves Pereira, justifica que durante a investigação não foram recolhidos indícios do cometimento de qualquer ilícito criminal, de natureza pública, razão pela qual não determinou a extracção de qualquer certidão para procedimento criminal".
"Todas as mortes são de causa acidental, não podendo estabelecer-se qualquer nexo de causalidade entre comportamento humano, culposo ou doloso, e os resultados da morte verificados", diz ainda o relatório.
O temporal de 20 de Fevereiro causou 48 mortes e sete desaparecidos e 1.080 milhões de euros de prejuízos.

In DIÁRIO
-

Na Madeira é sempre assim! Não há culpados, é um regime de inimputáveis crónicos! O tempo paga tudo! O governo aprova obras em zonas de risco e o tempo é que é o culpado, a Câmara autoriza e promove intervenções em zonas de risco e a culpa é do tempo. Os governantes não salvaguardam as pessoas e os seus bens, desprezam o risco iminente, em diversas zonas da Região, ocupam os leitos das ribeiras, alteram os seus percursos, reduzem as zonas de vazão e o tempo é que é o culpado.

Os madeirenses que não se deixem enganar por este poder de inimputáveis laranjas!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Escola Gonçalves Zarco vai ter compostor de lixo orgânico

No âmbito do projecto Eco-Escolas, a Secundária Gonçalves Zarco, através de um projecto desenvolvido por um grupo de alunos de 9.º ano e empenho de um encarregado de educação, vai construir um compostor definitivo de material orgânico proveniente dos jardins e da cozinha da nossa escola.

Segundo comunicado da direcção executiva da escola, liderada por Rui Caetano, vai construir "um compostor orgânico para ser utilizado depois como fertilizantes orgânicos ou húmus, nos nossos jardins e horta urbana, tendo como objectivo a melhoria das características dos solos sem causar prejuízos ou qualquer risco ao ambiente", explica. "Deste modo, conseguimos, por um lado, nutrir o solo e, por outro, reciclamos o lixo orgânico produzido na nossa escola", frisa ainda.

"O compostor será construído pelos funcionários da escola e o material foi cedido pela AFA (Avelino Farinha & Agrela)", numa parceria entre a Gonçalves Zarco e a referida empresa de construção civil. "Sem este apoio não seria possível concretizarmos este projecto importante do ponto de vista da educação ambiental", conclui. In DIÁRIO

sexta-feira, 25 de março de 2011

POR PORTUGAL, OUTRO CANDIDATO DO PS A PRIMEIRO-MINISTRO

Portugal está a atravessar uma grave crise económica, financeira, social e cultural. Reconheço o esforço do primeiro-ministro do meu partido, José Sócrates, em tentar ajudar a reduzir os problemas dos portugueses, é verdade que a conjuntura internacional foi dramática para nós, contudo, não posso concordar com algumas das suas medidas políticas.
Sou dirigente do PS, mas não aceito o silêncio perante os erros cometidos pelo governo. No meu entender, em prol do PS, em prol do país, José Sócrates não deveria ser novamente candidato às próximas eleições legislativas nacionais.
O povo não acredita em Passos Coelho, o povo receia as políticas de direita do PSD. O líder do PSD vai terminar com a gratuitidade da saúde e da educação, o PSD vai acabar com o Estado Social,vai liberalizar os despedimentos e o povo está com medo. Depois do anúncio da demissão do governo, os PSDs só têm dito asneiras. Fazem a política da contradição e da hipocrisia.
Perante esta situação, acredito convictamente que, se o PS apresentasse um outro candidato, em vez de José Sócrates, um candidato credível, mobilizador e com ideias de esquerda, seria possível ganhar as próximas eleições legislativas nacionais.
Há quem esteja à espera da derrota do nosso secretário-geral, nas próximas eleições legislativas, para, nessa mesma noite, aparecerem nas televisões e nos dias seguintes escreverem e oferecerem-se para entrevistas nos jornais e revistas a criticar, a exigir responsabilidades e a pedir demissões.
Não obstante, agora estão calados ou encostam-se estrategicamente à recandidatura a primeiro-ministro. Assim, não credibilizamos a política nem os partidos, é preciso sentido de responsabilidade e coragem política. José Sócrates, pelo PS e pelo país, não deveria ser candidato!
Ambiciono um partido socialista que não abandone a sua matriz ideológica, quero um PS de causas sociais, um PS com ideias, propostas e linhas estratégicas na visão do socialismo democrático.

terça-feira, 22 de março de 2011

ESCOLA GONÇAVES ZARCO - Trazer as aves de volta aos meios urbanos

Alunos da Gonçalves Zarco colocaram abrigos para pássaros na mata da Nazaré
Com o intuito de sensibilizar para a conservação das espécies e dar as boas-vindas à Primavera, um grupo de alunos da Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco desenvolveram, ontem à tarde, na Mata da Nazaré, uma actividade no âmbito da disciplina de Área de Projecto, colocando dez abrigos para pássaros nas árvores, de forma a que as aves possam fazer ninhos e regressar ao meio urbano.
O coordenador da Área de Projecto e do programa Eco-escolas na Gonçalves Zarco, José Manuel Silva, explicou que os abrigos foram realizados pelos alunos, que este projecto já está implementado nos jardins da escola, mas que sentiram a necessidade de transportá-lo para fora da comunidade escolar, de forma a chamar a atenção para esta causa. "Por que se trata de um meio urbano e devido a uma série de ruídos, as aves ausentaram-se desta localidade e cabe a nós, porque ocupamos o seu meio, dar-lhes as melhores condições possíveis para que, as que puderem, regressem aos jardins públicos e privados", afirmou, referindo que estes abrigos são uma boa forma de atingir esse objectivo.
O projecto já tem resultados práticos. Na escola, a ave que mais nidifica nas casas lá existentes é o melro preto. Esta iniciativa na Nazaré também não ficará por aqui, já que tencionam monitorizar a situação.
O vereador com o pelouro do Ambiente da CMF, Henrique Costa Neves, acompanhou de perto esta actividade dos alunos da Gonçalves Zarco e enalteceu a iniciativa, recordando a importância das aves, não só a nível estético, mas para o meio urbano, "no controlo que fazem sobre a natureza, integrado nas cadeias alimentares". "Estas aves urbanas consomem muitos insectos, fazem um controlo natural sobre os insectos, alguns dos quais que, se forem em excesso, são prejudiciais ao homem", explicou, referindo que a melhoria do habitat destas aves é importante "para a propagação e disseminação" dessas espécies.

sábado, 19 de março de 2011

A nossa GONÇALVES ZARCO é a escola "MAIS 2010" do concurso do DIÁRIO e TSF

GANHAMOS! A nossa GONÇALVES ZARCO é a escola "MAIS 2010" do concurso do DIÁRIO e TSF.
Obrigado a todos os que votaram na nossa ESCOLA!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Na Gonçalves Zarco - Alunos concretizam livro 'Contos com pontos'

Fruto do trabalho do Clube de Português da Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco - que nasceu este ano lectivo -, foi lançado, ontem, o livro 'Contos com pontos', que congrega textos seleccionados de vários alunos da escola.
A responsável pelo clube, Magda Abreu, apontou que jovens de diversos anos participaram "com gosto" nesta iniciativa, que contou com a ajuda do escritor Viale Moutinho para a elaboração do prefácio e posterior apresentação da obra. "O balanço é positivo, os alunos ficaram maravilhados por verem este projecto que foi todo feito na escola, desde a edição, a gráfica e a escrita", focou, referindo que pretendem continuar com este projecto.
À margem da apresentação do livro, Viale Moutinho frisou que os contos têm "uma qualidade invulgar para a idade dos jovens". "São a promessa que de a ficção da Madeira não vai morrer", sublinhou.
In DIÁRIO

terça-feira, 15 de março de 2011

Semana das línguas na Gonçalves Zarco

Durante esta semana os alunos da Escola Gonçalves Zarco vão fazer parte de um conjunto de actividades no âmbito da Semana das Línguas, a fim de ficarem a par da importância que tem a língua estrangeira.
A Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco iniciou ontem a Semana das Línguas, com a conferência “A importância das línguas no mundo actual”.
«Divulgar a importância de aprender o conhecimento pela língua estrangeira» é o objectivo desta desta iniciativa, segundo referiu o presidente do Conselho Executivo desta escola.
Rui Caetano fez notar que, num mundo global, as línguas estrangeiras são um veículo para encontrar uma saída, não só do ponto de vista académico, mas fundamentalmente do ponto de vista profissional.

«No mundo em que vivemos, o ir para um país estrangeiro e encontrar trabalho é cada vez mais recorrente», apontou, adiantando a este respeito a importância de os alunos tomarem consciência da importância de conhecer uma língua estrangeira, seja ela qual for.
O professor de línguas, João Coutinho, foi o orador da conferência que transmitiu aos alunos que todas as línguas são importantes mas são, ao mesmo tempo, «efémeras» pois. «O Império Romano conquistou quase toda a Europa , mas não se fala latim em lado nenhum», exemplificou, acrescento que, por outro lado, «Portugal, pequenino, em 500 anos conseguiu espalhar o português pelo mundo».
No entanto, defende que nestas questões da língua há que ser prático, pois «o mundo hoje é feito de globalização e não é cada um fechar-se na sua aldeia, na sua língua».
Aos jovens deixou um conselho: Apostar sempre na aprendizagem das línguas e não se limitarem às línguas que todos sabem, por que acabam por ser os que não têm mercado».

In JM


segunda-feira, 7 de março de 2011

Perto de 460 mil portugueses perderam abono de família no último ano

Cerca de 460 mil portugueses perderam o abono de família em janeiro face ao mesmo mês de 2010, o que representa uma quebra de aproximadamente 27% no último ano, segundo dados hoje divulgados pela Segurança Social.
Também em janeiro, 125 mil pessoas perderam esta prestação social face a dezembro, uma quebra de 9 por cento face ao mês passado, em que havia 1.379.076 beneficiários.
Os dados hoje divulgados apontam para a segunda maior quebra verificada nos últimos meses: a primeira grande quebra de 2010 registou-se em novembro, mês em que perto de 385 mil beneficiários perderam esta regalia social, com a eliminação dos dois últimos escalões da prestação e do pagamento adicional de 25% a famílias com rendimentos mais baixos.
Apesar de a lei de condição de recursos ter entrado em vigor em agosto do ano passado, somente em janeiro deste ano as famílias sentiram as alterações nos rendimentos, tendo o Governo já avançado com uma estimativa de corte.
Das 823 mil prestações (referentes a subsídio social de desemprego, Rendimento Social de Inserção e abono de família) que contam para reavaliação de recursos, deverão ser cortadas 83.500, 90% das quais referentes ao abono de família, estima o Executivo.

In
Diário
-
Quero um Partido Socialista que defenda os direitos sociais e garanta os postos de trabalho. Ambiciono um governo que promova a justiça social, um governo que acabe com os gastos desnecessários.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Alunos da Gonçalves Zarco monitorizam resíduos no litoral do Funchal


Actividade no âmbito do projecto 'Coastwatch'
Os alunos do 'Clube Zarcociências' da Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco (EBSGZ) vão monitorizar resíduos e inventariar espécies na zona litoral da cidade do Funchal, entre a Barreirinha e a Pontinha.
A actividade desenvolve-se terça-feira e integra o projecto nacional da ONG GEOTA – Grupo de Estudos do Ordenamento do Território e Ambiente denominado 'Coastwatch', que na Madeira é coordenado pela Câmara Municipal do Funchal.
“Este projecto é de extrema importância não só para os alunos directamente envolvidos nas actividades mas também para a comunidade em geral, que a médio prazo toma consciência de que os resíduos provocam grandes problemas de saúde pública”, refere o Presidente do Conselho Executivo da EBSGZ, Rui Caetano, na nota enviada à imprensa.
Segundo Rui Caetano, os dados recolhidos nos últimos seis anos apontam para uma diminuição da quantidade de resíduos, embora se mantenha a tipologia.
Por outro lado, assiste-se a “um pequeno aumento” do número de indivíduos de algumas espécies na área estudada.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

PS- MADEIRA - APRESENTAÇÃO DA MOÇÃO

Hoje, na apresentação da Moção Global Mais PS, em São Vicente, junto do povo, o presidente do PS fez um excelente discurso. Com garra e entusiasmo, mobilizou os militantes, esclareceu as suas ideias, lançou as principais linhas estratégicas da Moção. Um grande discurso! Jacinto Serrão faz história no PS e na Madeira.