sexta-feira, 30 de novembro de 2007

O PSD-M e novamente a independência

O grupo parlamentar do PSD-M, sempre que é contrariado por qualquer órgão superior da República, corre a ameaçar com a bandeira do separatismo e da independência.
Logo que o Tribunal Constitucional rejeitou o pedido, feito pela Madeira, de inconstitucionalidade do OE para 2007, foi alvo de ataques dos senhores do PSD-M, acusando o Tribunal de andar a fazer repressão contra a Madeira.
O mais relevante, todavia, foi a declaração política, acerca desta matéria, do porta-voz de uma iniciativa do grupo parlamentar do PSD-M, num dos concelhos da Região.
Como foram proferidas durante uma iniciativa política do grupo parlamentar, essas declarações vinculam o PSD-M. Isto é, representam a opinião dos deputados do PSD-M e do seu partido.
Ora, o deputado Gabriel Drumond, na qualidade de porta-voz, voltou a dizer: "Eu pergunto o que é que querem de nós? Eles que tomem cuidado com o que andam a fazer, porque a paciência tem limites". E diz mais: "Quem declara a independência é o povo da Madeira, mas não tenho dúvidas que um dia isso vai acontecer".
Então, há ou não há uma estratégia interna do PSD-M para criar as bases para a independência?
Há ou não há uma estratégia da ameaça constante contra a República e os madeirenses?
Há ou não há uma estratégia de implantar o sentimento do medo entre os próprios madeirenses?
Gostava de ouvir as justificações dos principais dirigentes do PSD-M, dos mesmos que se opuseram, em tempos, às palavras de independência e que no dia seguinte escolheram para porta-voz "o ponta de lança" desta teoria separatista.

Açoitar o sonho

Esta manhã abri a janela
decidido a açoitar o sonho
atado ao horizonte
olhei ao fundo e lá estava à minha espera
para apanhá-lo colei-me ao suspiro
familiar da Natureza sentindo logo
o perfume último de um calor
que se sumia no grito azul
do mar.

Rui Caetano

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Mais esbanjamentos provocados pelos senhores do PSD-M

Cá está mais um exemplo de má gestão dos dinheiros públicos por parte do PSD-M.
As salas de cinema em Machico não estão abertas ao público. Encerraram e parece que para sempre.
A desculpa da Câmara, segundo o Diário de Notícias da Madeira, recai na falta de cinéfilos.
Mas então, a Câmara Municipal e a Sociedade de Desenvolvimento, responsável pela obra, não fizeram um estudo de mercado, antes de avançar com a construção do cinema?
Não houve estudos prévios? Foi só pensar em instalar ali um cinema e depois logo se vê se é viável ou não é viável economicamente? Mas é assim que se gasta o dinheiro dos contribuintes?
E será que as salas oferecem a qualidade exigida pelos tempos de hoje?
E os responsáveis por este desastre económico? Quem são? Não me digam que chuva intensa e os ventos ciclónicos são os culpados?
Mais uma vez o Governo Regional e a Câmara de Machico, todos do PSD-M, vêm demonstrar que se limitam a esbanjar os dinheiros públicos sem qualquer responsabilidade.
Assiste-se, novamente, a uma atitude de ofensa e desrespeito pelos madeirenses.
O PSD-Madeira só pensa em gastar e mais gastar e se o que construíram não servir para ninguém nem para nada, não faz mal, encerra-se as portas.
O povo madeirense ouve, vê e cala-se?

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Quem escolhe o líder parlamentar no PSD-Madeira?

Os deputados do PSD-M estão descontentes com o comportamento do seu líder parlamentar Jaime Ramos? Os deputados do PSD-M responsabilizam o seu presidente do grupo parlamentar pela imagem degradada que têm na praça pública?
O sr. Jaime Ramos é que é o responsável pela má imagem dos deputados, em virtude da sua forma de fazer política e da forma como ataca e ofende os partidos da oposição?
Mas então quem é que elege o presidente do grupo parlamentar do PSD-M? Foram as sombras? Este senhor Jaime Ramos não foi eleito por unanimidade pelos deputados do seu partido?
Agora vêm acusá-lo?
Ou não foram os deputados que o escolheram? Ou o sr. Jaime Ramos foi imposto pelo aparelho partidário? Ou os senhores deputados foram obrigados a aceitar e a votar no senhor Jaime Ramos para líder?
Sejam coerentes e provoquem eleições no grupo parlamentar e escolham outro líder que não destrua a imagem dos senhores deputados.
Saiam da sombra! Ou têm medo das consequências?

As guerras internas do PSD-M e as "fontes"

O PSD-M entrou numa fase de desespero. O que o Diário de Notícias da Madeira publica hoje, 27 de Novembro, sobre o estilo do Jaime Ramos, é uma das faces do problema interno deste partido que, neste momento, até diria, vai servir apenas como manobra de diversão.
O autoritarismo de Jaime Ramos, presidente do grupo parlamentar do PSD-M, um dos pilares deste PSD-M, não é novo, sempre foi assim, a mudança encontra-se nas "fontes" que trazem para a praça pública as brigas internas. Estas "fontes" representam, naturalmente, a ala de um dos delfins que não quer perder terreno.
O PSD-M está a implodir! Já o tinha afirmado aqui neste blogue. Este incidente é apenas mais um indício do fim do jardinismo e do processo de implosão que já se iniciou. O dinamite está colocado nos pilares estratégicos, o rebentamento vai acontecendo aos poucos, conforme os interesses dos delfins candidatos à liderança do PSD.
O presidente do PSD-M, segundo consta, já escolheu o seu sucessor. E muitos dos lóbis internos já se aperceberam dessa escolha e estão descontentes. Os interesses políticos, e não só, correm sérios perigos.
Esta diversão do Jaime Ramos serve apenas para se juntar a tantos outros acontecimentos que não têm passado despercebidos aos madeirenses mais atentos.
São as histórias de "negociatas" lançadas por Cunha e Silva, vice-presidente do Governo Regional, contra Miguel Albuquerque, presidente da Câmara Municipal do Funchal; é o arquivamento do processo resultante do relatório às tais "negociatas" na Câmara do Funchal e os inspectores da Vice-presidência do Governo a reagirem contra; é o acidente dos Socorridos em que os membros do governo atiram a responsabilidade para a Câmara e a Câmara para cima do governo e pedem que sejam "homenzinhos".
São os comportamentos vergonhosos de destacados deputados do PSD-M em plena Assembleia Legislativa Regional; é o desnorte, a falta de estratégia e a fuga irresponsável dos deputados municipais do PSD-M que faltaram a reuniões sucessivas desta Assembleia para não discutirem o relatório das "negociatas"
São as alterações da organização interna do PSD-M e as reacções, através de "fontes", de algumas figuras incomodadas com determinados favorecimentos, a nível de cargos e destaques dentro do aparelho partidário.
São as "fontes" a descreverem as brigas que ocorrem em reuniões no interior do PSD-M. São as discordâncias de alguns PSDs, afirmadas publicamente, contra o seu presidente do grupo parlamentar.
Em suma, o PSD-M entrou numa fase irreversível de destruição a partir de dentro.
Quanto a nós, limitamo-nos a fazer o nosso trabalho político e vamos assistindo, a partir do Largo do Município, ao desenrolar dos acontecimentos.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Os novos POBRES da Madeira.

Ninguém imagina a crise económica que se instalou no seio das muitas famílias madeirenses. Tenho um amigo bancário que me contou, há dias, que o seu banco, durante este mês, já tinha tomado conta de 26 apartamentos por falta de pagamento e depois de já ter havido uma renegociação dos respectivos empréstimos.
As famílias entregam o apartamento, perdem tudo o que já tinham investido. Umas vão viver para casa dos pais, outras alugam um apartamento mais pequeno e com uma renda acessível.
Casos destes, tenho ouvido falar quase todos os dias.
Os juros têm aumentado de uma forma violenta, apanhando as famílias de surpresa, mas não podemos esquecer de que o desemprego é também um dos principais factores desta grave crise económica e familiar da nossa Região.
Esta situação agrava-se a cada dia, e há que adoptar políticas económicas e sociais que encontrem resposta para estas situações dramáticas.
Mas o Governo do PSD-M só se preocupa com o problema financeiro dos clubes de futebol profissional, com Estádios de futebol de milhões de euros, com milhões e mais milhões de euros para os partidos políticos e para a Assembleia Legislativa da Madeira e com desperdícios e mais desperdícios do erário público, com esbanjamentos e outras políticas que não vêm ao encontro da resolução dos problemas dos novos pobres do povo madeirense.

domingo, 25 de novembro de 2007

PSD-M persegue o Presidente do PS-Madeira, dr. João Carlos Gouveia!

O PSD-M anda a perseguir o presidente do PS-M, dr. João Carlos Gouveia. Não consegue combatê-lo politicamente, então utiliza estratégias ilegais e anti-democráticas.
O PSD-M, covardemente, vai levantar a imunidade parlamentar ao dr. João Carlos Gouveia, deputado da Assembleia Legislativa da Madeira, para obrigá-lo a responder em tribunal por ofensas proferidas ao presidente do Governo Regional. Imagine-se! A acusação foi apresentada pelo dr. Alberto João Jardim.
E os deputados do PSD-M que têm processos em tribunal, não levantam a imunidade? Um escândalo. É para isto que querem a independência?
Este regime jardinista atingiu a indecência, ultrapassou os princípios da democracia, a sua política assenta, cada vez mais, num poder autocrático vergonhoso.
O mais grave de tudo isto é que o presidente do PS-M teve conhecimento deste processo judicial, não pelo tribunal como deveria ter sido, mas pelos meios de comunicação social.
Depois é mentira o que se diz por aí sobre estas coisas! Nem digo mais nada!
Mas que a nossa Região está a ficar com um arzinho irrespirável, lá isso está!
Filipe Malheiro, dirigente do PSD-M, já se pronunciou, no seu blogue Ultraperiferias, sobre esta questão, mas não basta, é preciso o PSD-M, aquele que manda efectivamente, interiorizar que vivemos num PAÍS DEMOCRÁTICO e agir como um partido que aceita a diferença de pensamento.

sábado, 24 de novembro de 2007

Curiosidades da língua portuguesa

Alarme

Logo de início, não conseguimos perceber a verdadeira origem da palavra “alarme”. É interessante o que se esconde nesta palavra que hoje é indicativa de situação perigosa, de sobressalto perante acontecimento que pode ser prejudicial ou fatal para os seres humanos ou para a Natureza.
Os vocábulos que na palavra se ocultam são italianos.
Trata-se de arme que, na língua transalpina, é o plural de «arma», a que se antepõe alle, «às», simplesmente. Assim, all`arme é, na nossa língua, «às armas» e foi um grito soltado pelas tropas italianas nos séculos XVI e XVII, aquando das guerras com os espanhóis.
A palavra “Alarme passou para a nossa língua, quase directamente, sem ter havido, todavia, a adaptação do plural.
Se houvesse essa adaptação em português o plural seria «alarmas», mantida no Castelhano.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Negligência dos nossos governantes?

Aconteceu um acidente gravíssimo nos Socorridos, em Câmara de Lobos. Uma derrocada esmagou por completo um laboratório da empresa construtora Tâmega, matando dois funcionários e muitos mais poderiam ter morrido.
E de quem é a responsabilidade? Quem licenciou, por negligência, o laboratório naquele sítio? Quem não fiscalizou? Quem fechou os olhos àquela bomba?
A escarpa que cedeu constituía um perigo iminente, bastava passar por perto para nos apercebermos de que ali em cima estava uma "rocha-bomba-suicida".
A comunicação social já tinha alertado, pois em 2005, no mesmo local, houve uma derrocada que, por milagre, não teve as mesmas consequências desta última e os prejuízos foram menores. Há duas semanas atrás, no mesmo local, voltara a cair da escarpa alguma rocha de proporções alarmantes.
No entanto, apesar destes indícios evidentes, as instalações mantiveram-se no mesmo local e os trabalhadores continuaram a arriscar as suas vidas.
Infelizmente, o inevitável aconteceu. Agora, de um modo vergonhoso, os governantes entram no jogo do empurra e estão todos a tentar fugir das suas responsabilidades.
Santos Costa, o Secretário Regional do Equipamento Social, recusa culpas, Miguel de Albuquerque diz que a Câmara licenciou o que a Indústria autorizou. A directora regional do Comércio e Industria diz que naquele local não existem indústrias. O presidente do governo afirma que as causas são naturais e não há culpados. O ex-vereador da Câmara, Raimundo Quintal, responsável pela pasta do ambiente, afirma que votou contra o licenciamento do alargamento da zona industrial para aquela zona devido ao perigo.
E, por fim, a empresa Tâmega, a dona do laboratório, responsabiliza a intempérie.
Mas em relação à empresa Tâmega ainda há uma preocupação a ter em conta, pois se construíram o seu laboratório por baixo de uma escarpa tão insegura como a que ruiu e consideravam que estavam em segurança, é caso para duvidar, ou, no mínimo, questionar a segurança dos túneis que esta mesma empresa construiu por esta Madeira fora.
Estas reacções dos nossos governantes são próprias de uma região governada por políticos irresponsáveis, onde reina o abuso de poder e o desrespeito pelas vidas humanas.
Sinto-me envergonhado!

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

As câmaras municipais e a redução do IRS até 5%

A nova Lei das Finanças Locais permite às Câmaras abdicarem até 5% do IRS a que têm direito, em prol dos munícipes.
As Autarquias estavam habituadas apenas a pedirem apoios diversos, limitando, de certa forma, a sua responsabilidade e facilitando o exercício do poder.
Agora, a possibilidade de reduzir os impostos aos munícipes cria uma nova realidade, uma outra visão do poder local.
Já não é apenas o Governo da República nem o Governo Regional que podem descer os impostos, também as Câmaras conquistaram essa possibilidade.
Os madeirenses são os portugueses com o mais baixo poder de compra. Existem concelhos na Região com um índice de pobreza bastante elevado, por isso, defendo que as câmaras da Madeira deveriam ajudar estes habitantes, reduzindo 5% do seu IRS, tal como prevê a lei.
Esta medida, a ser tomada, não só beneficiaria todos aqueles munícipes que pagam impostos, como contribuiria também para a fixação das populações nos seus locais de nascimento, podendo servir ainda como mecanismo de atracção de outros cidadãos para estes concelhos com um IRS mais baixo.
Em vez de desperdiçarem os milhões de euros que desperdiçam, em vez de entregarem milhões de euros aos clubes profissionais, em vez de atribuírem subsídios sem qualquer critério nem sentido estratégico, em vez de esbanjarem os dinheiros do erário público, como se tem verificado, as Câmaras deveriam apoiar de uma forma mais directa os munícipes, reduzindo o seu IRS.

PSD-M à bulha!

Os senhores do PSD-M andam à bulha uns contra o outros. Nos últimos tempos, temos assistido a acusações graves de uns PSDs contra outros PSDs. Agora chegou a vez dos responsáveis pela área da Segurança Social. O senhor PSD que perdeu o tachinho de director do Centro de Segurança Social da Madeira, Roque Martins, ainda não se conformou com o seu afastamento. Queria mais.
No Diário de Notícias da Madeira(DN) de hoje, ataca, de uma forma violenta, o secretário regional dos Assuntos Sociais, Francisco Jardim Ramos.
O senhor Roque só acordou depois de saber que iria ser afastado do cargo, pois esteve todos estes anos calado e conivente com o sistema.
Ao ouvir o sr. secretário regional referir que apenas "18% dos madeirenses vivem com rendimentos iguais ou inferiores ao salário mínimo regional, sendo que, destes, 4,7% vivem abaixo do limar da pobreza", Roque Martins responde assim:
"A intervenção do senhor secretário, se não fosse patética, era, no mínimo, irresponsável. Eu penso que os pobres na Região merecem uma leitura mais atenta e responsável dos seus governantes. O dr. Francisco Ramos até pode ser uma óptima pessoa e um médico generoso, mas politicamente é profundamento incompetente. Ele não sabe, coitado, mas não se devia envolver. O seu gabinete é paupérrio, tem uma equipa incompetente e, por isso, cai nessas asneiras por impreparação de quem o deveria efectivamente ajudar".
Em relação à sua sucessora no cargo, lança suspeitas:
Bernardete Vieira "está legitimamente a exercer as funções para as quais foi nomeada, agora, como lá chegou, são outras histórias". Seriam os tais lóbis?

Estes senhores do PSD-M, que não aceitam ficar dependurados sem um tachinho qualquer para se entreterem, só limpam a areia dos olhos e falam da realidade e da verdade madeirense quando são afastados dos seus cargos.
Mas o senhor Roque Matins que lança suspeitas à sua sucessora ainda não nos disse como é que ele próprio chegou ao cargo.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Toxicodependência na Madeira

O problema das toxicodependências na Região começa a atingir índices preocupantes.
A directora do Centro de Santiago, de apoio à toxicodependência, Manuela Parente, disse recentemente que, no início de Outubro, estavam registados 1670 utentes no Centro, dos quais cerca de 1000 são considerados “activos”, isto é, visitam regularmente a instituição para tratamento.
Além da ajuda aos consumidores de drogas, o Centro ajuda também as famílias, havendo cerca de 581 famílias inscritas.
Se tivermos em conta que existem algumas parcelas de toxicodependentes que nunca se inscreveram nem procuraram ajuda, por desconhecimento, vergonha ou por opção própria, concluímos que a quantidade total será muito maior.
Ora, se considerarmos que ainda não sofrem deste tipo de problemas a população da faixa etária dos zero aos quinze anos e a partir dos 60 anos, quer dizer que, entre os 16 e os 59 anos, sensivelmente, temos cerca de 1% da população activa com problemas graves de toxicodependências.
Pois, quem nos governa há 30 anos é o PSD-M. Quem tem aplicado as políticas sociais na Madeira é o PSD-M.
Embora esta realidade exista em todos os países do mundo, não é só na Madeira, a diferença é que aqui, como só tivemos um único partido a nos governar sem aceitar a participação constrtuiva dos outros partidos, então, eles é que devem assumir as responsabilidades dos erros cometidos a vários níveis.
O problema agravou-se porque, ao longo dos anos, o PSD-M e o seu Governo Regional preferiram esconder a verdade dos números. Negavam a realidade dos problemas, humilhavam todos aqueles que alertavam para a situação grave da toxicodependência na Região.
Além disso, chumbavam todas as iniciativas políticas e propostas dos partidos da oposição.
O resultado está à vista. Mais uma vez, falharam nesta matéria.
Torna-se urgente avançar com um plano alargado de luta contra este tipo de toxicodependências. Há que realizar acções de prevenção sistemáticas, orientadas também para o combate ao alcoolismo, intensificando a prevenção primária, nas escolas.
Fiscalizar com mais frequência os estabelecimentos comerciais que vendem bebidas alcoólicas junto das escolas.
Dar melhores condições de trabalho e atendimento aos toxicodependentes de Santiago. Evitar ao máximo associar o álcool a eventos desportivos.
Etc, etc e etc.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Estragos com as primeiras chuvas

Nos últimos dias, as chuvas, que nem foram muito intensas, fizeram diversos estragos na cidade do Funchal, provocados por algumas obras em construção e por outras já concluídas.
Foi a água, a lama e a rocha a provocar danos em viaturas e casas, a invadir as estradas, os ribeiros, onde o caudal fora reduzido, e alguns estacionamentos.
Naturalmente que os promotores destas obras vão ser responsabilizados pelos prejuízos provocados, inclusive alguns casos são situações reincidentes.
Mas ainda ninguém perguntou ao senhor vereador Costa Neves, responsável pelo pelouro do ambiente, na Câmara do Funchal, onde é que andou a fiscalização destas obras?
Então, a Câmara não fiscaliza as obras? Os fiscais não têm capacidade de verificar se a obra garante todas as condições de segurança e se está a cumprir o projecto?
Se houve incúria dos promotores, deveria ter sido detectada pelos senhores fiscais ainda antes dos problemas acontecerem. Por isso, a Câmara não pode simplesmente atirar as culpas para cima dos promotores, deve sim assumir as suas responsabilidades.

sábado, 17 de novembro de 2007

DIA DO NÃO FUMADOR

A 17 de Novembro comemora-se o dia do Não fumador.
Fumar é um hábito voluntário e como não é proibido por lei, os fumadores têm o direito de fumar, quando e onde quiserem, desde que não prejudiquem os outros cidadãos que recusam o fumo do tabaco.
Não é justo nem correcto obrigar os não fumadores a inalarem os resíduos do tabaco dos fumadores. É uma afronta aos meus direitos.
Eu sou anti-tabaco, se as pessoas quiserem contrair doenças devido ao tabaco ou se quiserem morrer mais cedo, estão no seu direito. No entanto, perdem toda a razão quando interferem na saúde e bem-estar de todos aqueles que recusam os seus malefícios.
É extremamente desconfortável estar numa sala, café, espaço público ou outro local com o odor horrível do fumo do tabaco.
Discordo completamente do recuo do Governo da República nesta matéria. Embora esta nova lei do tabaco tenha medidas importantes, não são suficientes e mostram-se pouco arrojadas.
O Governo cedeu aos lóbis do tabaco, não teve coragem, foi fraco, prejudicando os cidadãos não fumadores.
As medidas deveriam ter sido mais duras de modo a eliminarem as fontes de exposição involuntária ao fumo do tabaco. Só com políticas eficazes é que o Estado pouparia em despesas de saúde, protegia os que não fumam e investia em estratégias de prevenção da iniciação ao hábito de fumar.

Curiosidades da língua portuguesa

ABECEDÁRIO

Embora sem certezas, calcula-se que, há pelo menos 4000 anos, deve ter surgido o abecedário que os fenícios, com base em sinais de outros povos, sistematizaram e que, mais tarde, foi acolhido e sucessivamente modificado pelas diversas populações.
É fácil compreender a palavra : a-be-ce-de a que os latinos acrescentaram o sufixo ariu(m) que designa "conjunto, lista de". Esta terminação surge noutras palavras como em noticiário, calendário etc.)
A palavra abecedário surge também como sinónimo de alfabeto. Em termos linguísticos e de funções esta relação é correcta, contudo, não tem nada a ver com a nossa escrita.
Na verdade, alfabeto é a lista das letras gregas, formada pelas duas primeiras letras, o alfa e o beta.

Por isso, alfabeto aproxima-se mais dos abecedários árabes (árabe: alifato e hebreu: alefato).
O curioso é que foi da palavra alfabeto que se formou o vocábulo que nomeia aquele que não sabe ler nem escrever, o analfabeto.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Rota aérea Madeira-continente

Pelo que se tem ouvido, os turistas que pretendam visitar a Madeira, bem como os madeirenses que tenham possibilidades de viajar para alguns países da Europa, estão razoavelmente bem servidos com voos a preços bastante acessíveis.
Estas rotas ganharam a aposta, para já.
Mas, e para o continente português? O adiamento da solução persiste. Até quando?
Apesar das constantes promessas, a linha aérea entre o Funchal e o continente português e o continente português e a Madeira continua a preços proibitivos.
Para quando a resolução deste problema? Não nos enganem mais! O Governo da República juntamente como Governo Regional têm de encontrar a solução para o problema.
Recusamos mais adiamentos, o turismo está bem servido, mas os madeirenses e os portugueses do continente estão muito mal servidos.
Hoje, paga-se por um bilhete de residente cerca de 228 euros e por um bilhete de não-residente 450 euros.
Alguém tem de defender os interesses dos madeirenses.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O sindicalismo II

A histórica sindicalista, Guida Vieira, uma lutadora pelos direitos dos trabalhadores que muito admiro, embora de outros quadrantes ideológicos, vem hoje, 15/11/2007, confirmar no DN, por outras palavras, naturalmente, o que eu escrevera, aqui no blogue, há tempos sobre os sindicatos.
O curioso é que aquilo que eu escrevera fora bastante criticado pela Guida Vieira e pelo dirigente do Bloco de Esquerda Roberto Almada. E agora é a própria sindicalista a reconhecer os mesmos problemas do sindicalismo já apontados.
E agora sr Roberto Almada, eu tinha ou não tinha razão nos meus argumentos? Aguardo um comentário seu.
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Excertos das suas palavras hoje no DN.
"Acho lamentável que alguém continue na direcção sindical quase até ao caixão. É preciso dar um sinal claro de se passar das palavras aos actos. Não se pode em discurso andar a defender que é preciso renovar os quadros sindicais e, na prática, verificar que nada disso acontece."
"Eu não compreendo como é que há grandes sindicatos na Região que continuam a ter os mesmos quadros há 30 anos à frente e não dão o lugar a pessoas mais novas. Eu acho que a União precisa de dar esse sinal. Eu julgo que a minha atitude revela esse sinal, de querer passar das palavras aos actos. Não é em alturas especiais dizer que é preciso dar o lugar aos jovens, que o movimento sindical precisa de ter gente a dar-lhe continuidade e, depois, na hora da verdade, quando se tem de eleger uma direcção para quatro anos, deixarmos sempre as mesmas pessoas."
Mais uma vez, Guida Vieira aponta também "a falta de quadros novos no sindicalismo". O problema é nacional. "Há uma permanência de quadros de há 30 anos", volta a alertar. Dado o envelhecimento gradual de quem está no activo, com um historial de luta, Guida Vieira considera importante preparar as novas gerações para assumir as rédeas. No entanto, nota "um grande atraso" nesta caminhada.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Perda de mandato. Voltei a ganhar o processo.

O Ministério Público recorreu da decisão do Juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal que tinha considerado improcedente o processo da minha perda de mandato do cargo de vereador, porque ficou provado, em tribunal, que eu não tinha sido notificado pelo Tribunal Constitucional, para que entregasse a minha declaração de património, como prevê a lei.
Como resposta ao recurso, o Juiz do Tribunal de 2.ª Instância volta a confirmar a minha inocência, decidindo que não havia razão nenhuma para eu perder o mandato.

Títulos de jornais



Diário de Notícias de Lisboa: Morgado vai investigar corrupção na Madeira



Diário de Notícias da Madeira: "NEGOCIATAS" ARQUIVADAS

"O MP junto do Tribunal de Contas viu um erro processual que vem aliviar a CMF"
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Mais uma vez, o dr. João Carlos Gouveia, presidente do PS-Madeira, tinha razão.

Assembleia Legislativa da Madeira: 17,2 milhões de euros

É para isto que querem a independência?
Tal como estava previsto, o PSD-M aprovou o Orçamento da Assembleia Legislativa da Madeira, para esbanjar em 2008.
O único partido da oposição a não votar contra, absteve-se, foi o deputado do MPT, mas aí percebe-se as razões.
Aprovaram um orçamento de 17,2 milhões de euros, sendo que 6,2 milhões de euros é para entregar aos partidos políticos. E um carro, novinho em folha, para o sr. presidente da Assembleia, que também merece. Esta mania de comprar carros novos, com os dinheiros públicos, não é só para os senhores da República.
Um escândalo!
Apesar de ter havido uma redução de 68 para 47 deputados, a verba a gastar pelo Parlamento e grupos parlamentares não reduz.
Quem tem de apertar o cinto é o povo madeirense, porque estes senhores do PSD-M continuam a gastar o dinheiro do erário público sem destino, sem controlo, sem qualquer rigor nem lealdade consigo próprios.
É para este tipo de atitudes abusivas e prepotentes que o PSD-M quer a independência da Madeira?
E o povo nem tem o direito de respirar mais alto.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Roque Martins despedido?

Lembram-se de ter falado, há pouco tempo, das ousadias do presidente do Conselho Directivo do Centro de Segurança Social da Madeira, Roque Martins?
Pois é, este ilustre senhor, e amigo do Presidente do Governo Regional, cometera o erro de contar a verdade aos madeirenses. Como seria de esperar, o PSD-M não perdoou.
Dissera que havia 57 mil pobres na Região e falara da existência de "lobbies e pequenos poderes ou grupos de pequenos interesses" dentro da Segurança Social.
O resultado desta sua afronta foi ser despachado. Não foi reconduzido, ao contrário do que estava à espera. Os tais "lobbies" parece que, desta vez, tiveram mais força.
E ele ficou tão triste. Vestido de anjinho, disse que ficara desiludido com a falta de solidariedade do dr. Alberto João Jardim. Mas que chatice!
É caso para libertarmos uma forte gargalhada, não acham?

2 reuniões extraordinárias no mesmo dia?

É por estas, e por tantas outras, que o povo acredita cada vez menos nos políticos.
O PSD-M e a Câmara Municipal do Funchal continuam na sua luta de ofender e abusar dos madeirenses. A prepotência atingiu os limites.
Então não é que o PSD-M da Assembleia Municipal do Funchal marcou duas reuniões extraordinárias para o mesmo dia.
Edital 8/2007 diz: Sessão extraordinária dia 19 de Novembro (Segunda-feira) às 15h.
Edital 9/2007 diz: Sessão extraordinária dia 19 de Novembro (Segunda-feira) às 16h.
Podem estar certos de que não é engano, a Câmara vai pagar duas senhas de presença aos deputados municipais, no espaço de uma hora, para que os PSDs consigam concretizar a estratégia de continuarem a fugir à discussão do Relatório Definitivo da Inspecção Administrativa e Financeira do Município do Funchal, que apresenta diversas irregularidades graves sem explicação.
Estão com medo de quê?
Mas não posso deixar de manifestar a minha discordância pelo facto de, na reunião de líderes das forças políticas representadas na Assembleia Municipal, os partidos da oposição, sem excepção, se deixarem enganar por esta estratégia.
Como é que é possível que deixassem marcar duas reuniões extraordinárias num mesmo dia e alterando a ordem dos assuntos a tratar?
Sinceramente, já não percebo nada!!

O presidente do PS-M, dr. João Carlos Gouveia, venceu!

O PS-M decidiu solicitar aos seus deputados na República que se abstivessem no OE 2008, pelo facto de não ter sido garantido que o Governo realizaria os investimentos propostos pela Federação Regional.
Os deputados, incorrectamente, não respeitaram essa indicação de voto e cederam ao PS-Nacional, prejudicando as negociações.
Mas provou-se que quem tinha razão era o PS-M. A atitude de passar para a responsabilidade do Presidente do PS-M a ligação com os órgãos partidários nacionais e o Governo já teve efeitos positivos.
O resultado da primeira reunião entre o dr. João Carlos Gouveia e a direcção do PS-Nacional veio provar que o PS-M tinha razão quando decidira votar de forma diferente o OE.
Pois, em virtude da firmeza do dr. João Carlos Gouveia, pelo facto de o PS-M não se curvar aos órgãos partidários nacionais, José Sócrates garantira a satisfação das nossas reivindicações.
Assim, nesta reunião do secretariado nacional, e depois do contacto com alguns governantes, ficou garantido que os ministérios da Justiça e da Administração Interna vão realizar, até ao final da legislatura, mais investimentos na Madeira, trazendo melhorias claras aos serviços do Estado na Região.

domingo, 11 de novembro de 2007

O PSD-M quer a independência da Madeira!

O PSD-M ameaça de novo com a independência da Madeira.
Embora Filipe Malheiro, dirigente do PSD-M, tenha manifestado, no seu blogue, Ultraperiferias, a sua oposição à ideia, (Contra, radicalmente), mais nenhum outro dirigente, nem o presidente do Partido, veio se demarcar de Gabriel Drumond, actual deputado do PSD-M e presidente da Associação Fórum para a Autonomia da Madeira que tem o Presidente do Governo Regional, dr. Alberto João, como sócio n.º 1.
O deputado diz, numa entrevista à TSF-Madeira, que se o Governo Português não aceitar a vontade dos PSDs cá do burgo, aquando da revisão da Constituição, “A minha atitude é declararmos unilateralmente a independência na Assembleia Legislativa da Madeira” e continua os disparates: “se essa pretensão não for atendida a Madeira deve seguir a via da independência, em 2010” e assegura que tudo fará para convencer os seus amigos do poder regional da validade da sua proposta.
Em relação à reacção do dirigente Filipe Malheiro, apesar de reconhecer a sua coragem em apresentar de uma forma tão aberta a sua discordância, nesta como noutras questões internas do seu partido, não posso deixar de comentar alguns dos seus argumentos, muito curiosos.
Ora, Filipe Malheiro discorda da independência da Madeira, defendida pelo deputado do seu partido, não porque a Madeira é parte integrante do território Nacional; não porque pugna pela unidade do território português; não porque não somos um país à parte; não porque não temos quaisquer razões em termos históricos e culturais, nem muito menos pelo facto de não possuirmos uma língua própria, mas simplesmente porque considera, naturalmente, que não haveria garantia de sobrevivência.
Então, Filipe Malheiro reconhece que a Madeira não é sustentável, que depende financeiramente da República e essa é a única razão para não desejar a independência. É a minha conclusão.
E se houvesse os tais recursos financeiros, caro Filipe Malheiro? Defendia também a independência?

Transcrevo apenas alguns dos seus argumentos:
“mas afinal onde existem garantias de que a “independência” seria o “paraíso” dos madeirenses? (...) Que receitas concretas teria a Madeira enquanto “Estado”? E as obras seriam pagas com o quê? (...) Que recursos financeiros seriamos capazes de gerar para garantirmos dinheiro necessário para pagar tudo o que actualmente pagamos (o erário público)? E as concessões feitas para não sei quantos anos, davam em quê?"
Como se vê, o único problema é o dinheiro.
São estas informações que o primeiro-ministro José Sócrates precisa de conhecer. Estas reivindicações e comportamentos do PSD-M só vêm dar razão aos discursos do presidente do PS-M, dr. João Carlos Gouveia, e da sua direcção.



O Idiota é um dos mais fabulosos romances de Fiódor Dostoiévski. Conta a história de um Principe, bom e humilde, colocado em confronto directo com a dura realidade envolvente.
Nesta obra intemporal, encontramos o conflito sentimental profundo entre o bem, o mal, o belo, a aversão e o rancor, mas sempre sem nos depararmos com uma resposta definitiva.
Li e gostei imenso. Mais um dos livros que vale a pena ler.


Um excerto:
"Em volta dele tudo era silêncio, um silêncio bom, claro, com um restolhar de folhas suave que parecia tornar o silêncio e a solidão maiores (...) por fim acercou-se dele uma mulher. Neste rosto havia tanto arrependimento e tanto terror que mais parecia o de uma horrível criminosa que acabara de cometer um crime hediondo. Uma lágrima única tremia-lhe na face pálida; chamou-o com a mão e levou um dedo aos lábios, como que avisando que fosse atrás dela sem barulho. O coração dele esmoreceu num desmaio; recusava-se , recusava-se com todas as forças a vê-la como uma criminosa, mas sentia que alguma coisa de terrível ia acontecer agora, e para toda a vida."

Outro excerto:
"Quero ser corajosa, e não ter medo de nada. Não quero ir aos bailes deles, quero ser útil. Há muito que eu me queria ir embora. Há vinte anos que me mantêm fechada e passam a vida a tentar casar-me. Já aos catorze anos eu pensava fugir, embora fosse ainda uma parvinha. Agora planeei tudo e estava à sua espera, para lhe perguntar tudo sobre o estrangeiro. Nunca vi nenhuma catedral gótica, quero ir a Roma, quero visitar todos os gabinetes científicos, quero estudar em Paris. Neste último ano tenho preparado e estudado, li muitíssimos livros, li todos os livros proibidos (...) quero mudar completamente a minha siuação social. Não quero ser filha de general (...) Nunca fui para lado nenhum. Sempre em casa, rolhada como numa garrafa, e tenho de sair directamente da garrafa para me casar."

Fiódor Dostoiévski

sábado, 10 de novembro de 2007

Escorar a vida


Vagueio por entre os trilhos da cidade
enfrento os espaços
os edifícios mais as amontoadas silhuetas
e pasmo a flutuar
saio dali e abafo as formas com o silêncio
profundo do futuro.

Esgravato um alicerce para escorar aí a minha vida
mas ouço apenas o cantar de um pássaro
não é um rouxinol
é um murmúrio longo misterioso
igual ao som do vento
a sussurrar nas gargantas das ruas estreitas.


Rui Caetano

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Os "lobbies" no Centro de Segurança Social da Madeira

Salvador Dali

Roque Martins, presidente do Conselho Directivo do Centro de Segurança Social da Madeira, não pára de nos surpreender, pela sua coragem. O estranho é que esta postura ousada surge apenas agora, quando está a terminar o mandato.

Numa entrevista ao DN, (Sexta-feira, 9 de Novembro de 2007), depois de ter dito na RTP-M que havia 57 mil pobres na Região, vem agora dizer que "há lobbies a movimentar-se dentro da segurança social..." E afirma mais: "Os lobbies em si são uma velha história desta casa. São pequenos poderes ou grupos de pequenos interesses que se querem sobrepor ao poder exercido de forma ligítima e democrática pelo presidente e respectiva equipa". E mais à frente : "... É verdade que pressinto que há outros tipos de interesses mas que não me afectam, porque é uma estratégia já conhecida e, por isso, grotesca".

Então, existe este tipo de jogos nesta instituição pública e ninguém faz nada! É assim tão comum!Estas declarações são gravíssimas, mas, na Madeira, com este Governo Regional, é tudo normal. Já agora, uma pergunta inocente ao sr. Roque Martins: Qual foi o "lobbie" que o colocou na direcção do Centro de Segurança Social da Madeira?

Orçamento de Estado e deputados

De facto, dos três deputados do PS-M na República, esperava que pelo menos o deputado Jacinto Serrão, ex líder do PS-M, grande conhecedor das nossas dificuldades políticas, tomasse outra posição na votação do OE. Em relação ao dr. Maximiano e à dra. Júlia Caré tinha a convicção de que muito dificilmente respeitariam a indicação da Madeira.
É difícil compreender o sentido de voto do dr. Jacinto Serrão nem que seja pelas funções que já ocupara no PS-M.
Mas se alguém falhou nesta questão não foi, com certeza, o PS-M, nem o seu líder nem a sua direcção, todos nós cumprimos a nossa parte e muito bem, se alguém não cumpriu e falhou não fomos nós.
O PS-M foi honesto e sério na sua posição em relação ao OE de 2008. Fomos claros nas nossas intenções e estávamos firmes nos nossos objectivos. Temos convicções e sabemos o que queremos para a Madeira.
Aquilo que pedíamos era mais do que legítimo. Os apoios que solicitámos enquadram-se numa estratégia diferente do PSD-M, pois enquanto para o PSD, e não só, o OE é apenas e só dinheiro vivo, para o nosso PS-M é mais do que dinheiro, exigimos uma outra postura em relação à Madeira, exigimos que o Governo da República invista nos organismos da sua competência na Região.
Exigimos mais meios para a Justiça, mais e melhores tribunais, mais e melhores condições para as polícias etc.
Mas os deputados eleitos pela Madeira, nas listas do PS-M, que deveriam defender os interesses dos madeirenses, têm uma visão diferente e, por isso, esqueceram-se da sua Terra.
Venham falar com o povo madeirense e ouçam o que ele tem para dizer.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Orçamento de Estado III

Os deputados eleitos nas listas do PS-Madeira, na Assembleia da República, votaram favoravelmente ao OE 2008, contrariando a solicitação dos órgãos do PS-M. Fizeram a sua escolha!
Cometeram um grave erro. Os madeirenses estão atentos.
A actual direcção do PS-M sabe o que quer. O PS-M tem um projecto com os madeirenses.
Não há mais nada a dizer.

OE: Deputados da Madeira do PS na República II

Em relação ao Orçamento de Estado, votado hoje na generalidade, a decisão dos órgãos do PS-M é que os deputados eleitos pelo círculo eleitoral da Madeira optem pela abstenção nesta fase e depois, na especialidade, conforme as negociações, o voto deverá ser alterado para a favor ou contra.
Mas é preciso ter consciência de que a decisão é dos deputados. Naturalmente que os madeirenses estão atentos ao sentido de voto. Os deputados não poderão se esquecer que foram eleitos na Madeira para defender os interesses dos madeirenses.
O Presidente do PS-M e o secretariado, defendendo os reais interesses dos madeirenses, fizeram a sua parte.
Esperemos dos deputados o mesmo. Os madeirenses estão atentos e exigem responsabilidades.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

PS-Madeira e OE: a ordem é para abstenção

Não há outra coisa a fazer.
Como ainda não vimos salvaguardadas as nossas posições em relação às obras do Governo da República na Região, consideramos que os deputados eleitos pela Madeira, nas listas do PS, não podem votar favoravelmente ao OE.
O secretariado do PS-Madeira decidiu por unanimidade solicitar aos seus deputados da República, dr. Jacinto Serrão, dr. Maximiano Martins e dra. Júlia Caré, que o seu voto, no Orçamento Estado para 2008, na generalidade, seja a abstenção .
O voto da abstenção reflecte uma porta aberta para alterarmos o sentido de voto na especialidade, se as nossas reivindicações para a Região forem salvaguardadas pelo OE.
Agora, a responsabilidade está nas mãos dos deputados eleitos pelos votos dos madeirenses. Mesmo que devam obediência estatutária ao PS nacional, devem obediência política ao PS-M e aos votos do povo madeirense, que os colocou na Assembleia da República.

Palhaçada na Assembleia Legislativa da Madeira

Esta cena ocorreu no parlamento da Bolívia, não se assustem.
A cena que conto já foi na Madeira, no Parlamento Regional.
A imagem dos políticos da Madeira e da Assembleia Legislativa Regional cai, a cada dia que passa, nas ruas da amargura.
E esta imagem surge por culpa de alguns, poucos, deputados que não sabem se comportar civicamente. Algumas atitudes antidemocráticas e de desrespeito pelos outros acontecem devido ao excesso de poder que alguns deles detêm.
Alguns senhores do PSD-M consideram-se portadores de um poder absoluto que domina tudo e todos e, por isso, não receiam adoptar uma conduta condenável socialmente, mesmo que envergonhem os madeirenses que os elegeram.
Até quando?
Já não basta o escândalo dos milhões de euros que a Assembleia esbanja, sem sentido, já não basta as mordomias que alguns deputados assumem para si, ainda se acham no direito abusivo de se comportarem mal, de não agirem com educação e deferência perante os adversários políticos, utilizando uma linguagem de baixo nível, por vezes arruaceira, segundo me dizem.
E andámos a discutir o estatuto dos alunos? E andamos a discutir a indisciplina na escola? E andamos a discutir a falta de educação dos nossos alunos? E estes senhores deputados eleitos pelos votos do povo? O exemplo deveria vir de cima.
Os alunos deveriam conhecer estes comportamentos destes senhores deputados indisciplinados e reflectirem seriamente entre si.
Ao longo dos anos, contam-me comportamentos tristes de alguns deputados na Assembleia. São provocações imorais, bocas indirectas de carácter pessoal, ofensas ostensivas e provocantes, em suma, uma autêntica peixaria.
O Presidente da Assembleia faz de conta que não ouve, porque as provocações vêm da maioria, por isso, manda seguir em frente e não intervém de modo pedagógico.
Depois choram que a imagem dos políticos é má! De quem será a culpa? De alguns deles. Não são todos, pois a estratégia de generalizar é errada e injusta, pois nem todos são de baixo nível e de uma educação terceiro-mundista. Tanto nos partidos da oposição como da maioria há deputados cumpridores e respeitadores das diferenças, mas outros há que nem na América latina teriam lugar.
Ontem, foi mais um episódio consternador, humilhante para todos nós madeirenses. Dois deputados, o do PND e o Presidente do Grupo Parlamentar do PSD-M, Jaime Ramos, investiram um contra o outro.
O deputado do PND fazia a sua intervenção normalmente e do outro lado o Presidente do Grupo Parlamentar do PSD-M, e mais alguns deputados da maioria, disparavam uma série de ofensas contra o deputado que discursava.
A determinada altura, o Presidente do Grupo Parlamentar do PSD-M insinuou questões relacionadas com a droga e com a infância do deputado do PND. Este, sentindo-se ofendido na sua honra, exaltou-se e, de mãos nos bolsos, dirigiu-se junto do Presidente do Grupo Parlamentar do PSD-M pedindo que ele repetisse as ofensas, se ele “tinha a coragem de as repetir”.
Se outros deputados não se colocassem entre os dois, com certeza, haveria agressões físicas.
Um espectáculo deprimente, humilhante para todos nós.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Rocha da Silva não entrega declaração de património?

Será mesmo verdade? Nem quero acreditar! Segundo o blogue Pravda Ilhéu, conforme o Garajau e outros blogues, Rocha da Slva, o Director Regional de Florestas e Pescas, há dez anos consecutivos que não entrega a sua declaração de património ao Tribunal Constitucional.
Então, o sr. Rocha da Silva não cometeu a mesma infracção dos vereadores que também não entregaram esta declaração dentro dos prazos estipulados por lei?
Mas os vereadores da oposição foram acusados pelo Ministério Público e este sr. director? O ministério público não fez nada neste caso?
Só se lembrou dos vereadores da oposição? Mas é assim que actua o Ministério Público?
Pede a perda de mandato aos vereadores da oposição por não entregarem um documento e já não pede a perda de mandato a um director regional que também não entregou o mesmo documento? O tratamento não é igual?
Em que país vivemos nós? Se esta informação, que ainda não foi desmentida, é verdadeira, só posso concluir que corremos todos um grande perigo.
Quem nos salva? O presidente da República? Perante esta prova, o que fazer? E depois dizem que o dr. João Carlos Gouveia, o presidente do PS-M, não tem razão.
A ser verdade, linda justiça a que temos na Madeira! Como ainda hoje me dizia um homem do povo, "se isso que você me conta é verdade isto tá pior que no tempo da Pide e do Salazar, estamos fritos e bem fritos!".

domingo, 4 de novembro de 2007

Comas alcoólicos dos estudantes nas praxes

"O Rali das Tascas".
O que dizer desta forma tão peculiar e "formativa" de integrar os novos alunos na Universidade? A Associação de Estudantes da UMa e as respectivas comissões de praxes organizam, todos os anos na Madeira, o "Rali das Tascas".
O objectivo, segundo li no DN, é quem mais beber é o vencedor, isto é, o grupo de universitários que conseguir chegar ao final do "rali da bebedeira sem limites" com mais elementos é considerado o grande vencedor.
Mas que integração no mundo universitário!
Já percebi porque é que há tanta gente a se arrastar pelas universidades, anos e anos, sem acabarem o curso, e o Estado é que suporta isto.
Esta aventura das tascas, sem qualquer sentido, aprovada e incentivada por uma Associação de Estudantes, fez com que, nestes dias, pelo menos, 10 alunos ficassem internados no Hospital em coma alcoólico.
Além das fortes bebedeiras que provocaram confusões e agressões, atingindo a polícia e outras pessoas que circulavam no local, vários estudantes universitários foram detidos e presentes em tribunal, pelas tais agressões cometidas, por injuriarem e desobedecerem às autoridades.
Este episódio, que os mesmos de sempre tentarão desvalorizar, vem trazer para a discussão, mais uma vez, as polémicas praxes.
Recuso o silêncio sobre esta matéria. O discurso reinante de que as praxes existem para integrar os novos alunos na Universidade, para mim, é uma mentira clamorosa.
Estas actividades de praxes têm apenas a função de humilhar e exercer um poder abusivo e sem regras contra os estudantes caloiros que devem obedecer cegamente.
Há que apurar responsabilidades.
Estas vergonhas não dignificam ninguém, antes pelo contrário, colocam em causa a segurança e a saúde dos universitários e mancham a imagem pública da Universidade da Madeira.

sábado, 3 de novembro de 2007

"Res Publica da Madeira"

Foram várias as pessoas que me interpelaram querendo conhecer a minha opinião acerca da organização cívica Res Publica da Madeira, fundada por 3 deputados, 2 do PS-M e 1 do PND-M, e se aceitaria integrá-la.
Embora desconheça a génese da sua constituição, segundo li, os seus mentores, como um movimento de cidadãos livres, assumem como objectivos principais a promoção do Estado de Direito e a salvaguarda das Liberdades dos cidadãos.
A criação deste tipo de organizações é positiva. E no nosso contexto político e social ainda se torna mais importante, por poder representar um espaço democrático onde deverá imperar o debate e o confronto das ideias com diversidade e pluralidade.
A Madeira está repleta de associações e organizações civis, de bombeiros, de carácter social, desportivo, cultural, recreativo, empresarial, lideradas, fundadas e dominadas pelos homens do poder laranja, desde deputados, governantes, a altos dirigentes do PSD.
Por isso, considero importante que pessoas de outros quadrantes políticos, mesmo que sejam profissionais da política, diferentes entre si, opostos nas ideias e na concepção do mundo, se organizem e criem uma organização cívica deste teor.
Em relação à minha adesão e participação na referida Associação, não tenho condições pessoais para dar o meu contributo, pois, neste momento, além da minha actividade profissional, professor, ocupar a grande parte do meu tempo, assumo também grandes responsabilidades no partido Socialista como Coordenador da política autárquica e vereador.
Assim, nesta fase, depois da minha profissão e de outros projectos de índole pessoal, opto por me dedicar à minha actividade partidária.

Homem sem rua

Pintura de Rembrandt, o mendigo


O homem
mendigo sem rua
adormece sob a costura do mundo
sem nunca perder o sorriso
que arde frio na imaginação da noite

estende o leito
com o jornal da tarde de longos dias
onde abandona o corpo desgastado pelo desejo

abafa
a notícia sempre mais além
e não consegue ler que a vida é nada
mas pior ainda
não descobre a tempo que o seu destino não chega a nascer
e se nascesse
decidiria envelhecer na orla oposta à felicidade

o homem
mendigo sem rua
cerra a luz perdida
no olhar cansado de uma vontade
até ao dia da libertação da notícia espezinhada.

Rui Caetano