domingo, 23 de janeiro de 2011

Herzog & de Meuron: "A democracia é boa e má para a arquitectura"

China, São Paulo, a arquitectura em tempos de crise e os efeitos da democracia, ou da falta dela, sobre os arquitectos: uma das duplas mais famosas da actualidade falou ao Cidades sobre um mundo em mudança.

Paris vista do céu é uma cidade de constelações. Beirute vista do céu é uma cidade de cicatrizes. Guadalajara vista do céu é uma cidade de divisões - de um lado os mexicanos ricos (percebe-se pelo enorme número de piscinas), do outro os pobres.

É assim, como quem paira sobre elas, que os arquitectos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron olham para as cidades. E é de cidades - "esculturas psicológicas petrificadas dos seus habitantes" - que Herzog fala antes de falar de edifícios.

O arquitecto - na dupla é geralmente sempre Herzog o que fala - explicou numa conferência esta semana na Aula Magna, em Lisboa, no encerramento da Trienal de Arquitectura 2010, o trabalho da Herzog & de Meuron, responsável pelo Estádio Olímpico de Pequim, a Tate Modern em Londres e de muitos outros projectos emblemáticos por todo o mundo, e distinguida com os prémios Stirling (2003) e Pritzker (2001).
Na manhã seguinte, o Cidades conversou com os dois arquitectos durante o pequeno-almoço num hotel de Lisboa. Pierre de Meuron estava descontraído a ler o jornal, Herzog chegou com um pequeno atraso e, como sempre, falou mais. "Quero ser muito preciso", disse no início da conversa. Depois descontraiu.

A não perder a entrevista no
Público

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