sábado, 26 de fevereiro de 2011

Governo retira Jardim do Amparo à Câmara

O Conselho de Governo resolveu ontem retirar a obra do Jardim do Amparo à Câmara Municipal do Funchal (CMF) e atribuir a execução da mesma à Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais. Uma medida que surpreendeu Miguel Albuquerque, como o próprio reconheceu ao DIÁRIO quando foi contactado para explicar o porquê de a obra ter passado para a alçada do Governo.
Apesar de não ter sido informado, o autarca recusou polemizar o assunto. "Até ficamos contentes por saber que o Governo tem dinheiro para fazer coisas boas para a cidade do Funchal", disse, sublinhando que a decisão também "retira o ónus da Autarquia de ter de realizar mais um investimento".
Contudo, acrescentou que esperava ver "implementado o projecto a Câmara já tem pronto para aquele espaço (cujos pormenores foram noticiados pelo DIÁRIO em Janeiro), pois é bom e barato".
O autarca lembrou que a ideia de construir um jardim naquele terreno partiu da CMF, depois desta entidade ter ficado a saber que ia ficar um grande terreno (15 mil m2) no interior de uma rotunda. "O Governo aceitou, e bem, a nossa sugestão. Mas se agora querem fazer obra, não nos opomos", reiterou.
O Governo invocou a defesa do "interesse público" para chamar esta obra à sua tutela de modo a "colocá-la ao serviço da população o mais rapidamente possível". Mas, segundo apurámos, já há questione que esta decisão é uma resposta à medida que a CMF tomou na semana passada de mandar arranjar a rotunda à entrada da Pontinha, cuja responsabilidade é de uma entidades próxima do Governo.
Na reunião de Conselho de Governo de ontem, que reuniu sobre a presidência de Alberto João Jardim, foi ainda resolvido adjudicar a obra de construção da Praça Central de Santana e acessos.
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O que está aqui em causa não é se a obra será executada pelo governo ou pela Câmara, o que se torna evidente, nesta atitude do governo, é que a estratégia do quero, posso e mando continua a ser lei na Madeira.
Mais uma vez se prova que não existe planeamento, a cidade está a ser construída avulso, sem um linha estratégica. O governo, de costas voltadas para a Câmara, contra a vontade da Câmara, sem ouvir a opinião da Câmara, volta atrás no que tinha decidido em relação ao Jardim do Amparo. Apesar da autarquia já ter um plano pronto, embora já tenha gasto tempo e dinheiro na sua elaboração, agora corre o risco de ter de deitar tudo no lixo, devido à prepotência dos senhores do governo regional.

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