sábado, 19 de fevereiro de 2011

PS-M procura demarcar-se da estrutura nacional

A oito meses das eleições legislativas regionais, a estratégia do PS-M parece seguir um rumo oposto ao de 2007, no que diz respeito ao relacionamento com a estrutura nacional do partido e com o Governo da República.
Depois de, há quatro anos, terem sido acusados, pelo PSD e por Alberto João Jardim, de grande proximidade em relação às medidas de José Sócrates, os socialistas madeirenses mostram-se empenhados em demarcar-se de Lisboa. Os exemplos sucedem-se, a começar pelo presidente e por um dos vice-presidentes do PS-M.
Jacinto Serrão tem sido particularmente crítico em relação ao Governo da República e até contesta a forma como os ministros que visitam a Região se comportam.
Nas redes sociais (Facebook), o líder regional do PS critica o facto de os ministros que se deslocam à Madeira seguirem sempre o mesmo percurso: "Do Aeroporto vão direitinho pedir orientações à Quinta Vigia e depois fazem tudo para acompanhar e promover a propaganda do regime jardinista".
Esta semana estiveram na Madeira o ministro da Defesa, Augusto Santos Silva e a ministra do Ambiente, Dulce Pássaro. Ambos vieram anunciar obras e, no caso da titular da pasta da habitação, garantir os contratos para realojamento de vítimas do 20 de Fevereiro. Uma situação curiosa, uma vez que poderia esperar-se que o PS-M se associasse a estas acções do Governo de Sócrates que têm efeitos positivos na opinião pública.
Caetano ataca Sócrates
Rui Caetano diz que o partido nem sempre tem a consciência "do que é a autonomia"
Mais directo é Rui Caetano. O vice-presidente do PS-M participou no último Conselho Nacional e não foi brando nas críticas ao Governo da República. No caso específico da não transferência das verbas do IRS para as autarquias madeirenses, acusou o Executivo de não cumprir a lei.
"Como é que posso pedir credibilidade e verdade aos outros partidos se o governo do meu partido não cumpre a lei do Orçamento de Estado", perguntou.
Questionado pelo DIÁRIO sobre este afastamento do PS-M da estrutura nacional, Rui Caetano reconhece que há "autonomia" e "uma visão diferente dos problemas". O vice-presidente dos socialistas madeirenses reconhece que o PS-M quer "marcar uma posição" e que não concorda "com algumas medidas do Governo da República".
Caetano lamenta que, no partido nacional, "muitas vezes não haja uma consciencialização" do que é uma Região Autónoma.
"Não conseguem entender os nossos problemas e têm uma falta de percepção do que é a Autonomia", afirma.


In DIÁRIO

Sem comentários: