sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Jacinto Serrão critica critérios da AMRAM

Luís Gabriel, que foi preso e condenado, figura na lista; Martins Júnior, presidente da Câmara de Machico durante dois mandatos, não.
O presidente do PS-Madeira, Jacinto Serrão, emitiu hoje um comunicado no qual aborda as homenagens realizadas no âmbito dos 25 anos da Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira (AMRAM).
Diz o comunicado que a AMRAM, no âmbito do 25º aniversário da sua constituição, que hoje se celebra, decidiu em boa hora homenagear publicamente os autarcas que, ao longo das últimas décadas e em vários quadrantes político-partidários, mais se destacaram na promoção, na autonomia e no desenvolvimento do poder local na RAM.
Em tempo oportuno, a AMRAM anunciou a sua intenção de relevar, através de uma cerimónia comemorativa, o contributo dado por vários cidadãos para o engrandecimento do poder local na Região.
"É por isso lamentável", diz Jacinto Serrão, "e incompreensível que a lista de homenageados pela AMRAM, divulgada hoje pela comunicação social regional, seja omissa relativamente a um conjunto de personalidades, de vários partidos, que, na opinião do PS-Madeira, muito contribuíram para o prestígio acumulado que o poder local, nas suas componentes de apoio, conhecimento dos problemas e proximidade face às populações, granjeou na Madeira do pós-25 de Abril".
Serrão cita personalidades como Martins Júnior, que presidiu à Câmara de Machico durante dois mandatos; Juvenal Carvalho, que liderou a Junta de Freguesia das Achadas da Cruz e que faleceu no exercício das suas funções, ao proceder à limpeza de uma vereda; Aníbal Alves, presidente da Junta de Freguesia do Caniço há vários mandatos; ou Aníbal Rodrigues, o autarca com mais anos de serviço na história do poder local em Portugal.
A sua ausência, diz o líder do PS-M, suscita "espanto". "Não há (...) critérios de naturea ética ou moral que justifiquem o 'apagamento' destas personalidades da história autárquica da RAM".
A estupefacção é maior, refere Serrão, quando se verifica que na lista de homenageados consta o nome de Luís Gabriel, ex-presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz que cumpriu pena de prisão por crimes relacionados com a sua actividade de autarca.
"Esta incongruência leva-nos a suspeitar que os critérios de orientação para a realização desta homenagem são essencialmente de natureza político-partidária, e não têm em conta a dimensão ética e de devoção à causa do poder local patenteada pelos 'esquecidos' da AMRAM. Em nome dos princípios e propósitos da Plataforma Democrática, que defendemos para a Região e para o Poder Local, não nos revemos nesta forma de fazer política do PSD-Madeira", termina o comunicado.

3 comentários:

amsf disse...

Tudo muito bem, no entanto não faz sentido omitir que os eleitos do PS/M iriam participar nos 25 Anos da AMRAM e que agora não o farão em repúdio perante estas homenagens. De que serve tomar uma posição simbólica de força se não dermos conhecimento da mesma à opinião pública?! O que não se divulga não existe!

amsf

Anónimo disse...

É incrível como há dirigentes sem "faro" político. Desperdiçam as oportunidades e ainda conseguem desmoralizar os seus "seguidores"! Possivelmente nem se deram conta...o que é triste...

amsf

Anónimo disse...

O mais lamentável disto tudo, é a continuação desta «normalidade».
Para mim, que não sou da Madeira, olho para isto perplexo, se nestas pequenas coisas isto funciona assim imagino o que não se passará no resto, dando razão à ideia generalizada que realmente a democracia na Madeira é coisa só para alguns e que quem contesta isto, é abafado, impunemente, pela mal criação pública dos seus mais altos dirigentes.