quarta-feira, 28 de maio de 2008

As novas taxas da água

As levadas que transportam a água

As Câmaras Municipais da Madeira demonstram a sua dificuldade em gerir os destinos dos Concelhos com orçamentos de contenção e de rigor. As últimas decisões vêm dar a entender que primeiro olham para os seus interesses imediatos, alguns deles longe do anseio dos munícipes, e só depois é que surge a preocupação com os problemas dos cidadãos. A medida de criar uma tarifa de disponibilidade de serviço em substituição da taxa de aluguer dos contadores da água vai nessa linha de actuação. As justificações apontadas não conseguem abafar o erro estratégico nem o quanto estão a prejudicar os munícipes.


O Governo da República criou uma nova lei de Serviços Públicos Essenciais que proíbe a cobrança de taxas de aluguer dos contadores de água, luz e gás.
Esta proposta viria beneficiar os cidadãos, reduzindo as suas despesas e equilibrando, um pouco, os orçamentos familiares.
Não obstante, as autarquias recusam perder aquelas verbas, fundamentando a iniciativa com os problemas de tesouraria e a necessidade de não reduzir os seus orçamentos. Estas Câmaras lembram-se das suas dificuldades, todavia, esquecessem dos graves problemas das famílias madeirenses.

Estas famílias, ao longo dos anos, têm gerido os seus orçamentos com rigor e contenção, definindo as suas prioridades. As autarquias, por outro lado, têm vivido ao sabor do esbanjamento e do desperdício. Nunca souberam actuar com regras, não sabem governar com poupança nem conseguem investir em projectos sustentáveis. Por isso, querem que seja o povo a custear os seus erros e a má gestão dos dinheiros públicos.
As Câmaras, nos últimos tempos, andaram a viajar com inúmeras comitivas à Venezuela, despejaram milhares de euros no futebol profissional, sem qualquer retorno para os concelhos, pagaram jantares e outras festas de clubes desportivos profissionais.
Gastaram sem ter em conta critérios objectivos ou qualquer sentido de prioridade. Não é justo nem correcto exigir mais esforço das famílias madeirenses.

11 comentários:

LeniB disse...

neste país quem tem o poder é rei...
bjs

Duarte disse...

A água, sempre a água. Esse liquido elemento que, pelo menos aqui, está a levantar uma guerra subterrânea incrível. Creio que mais política que outra coisa, mas é certo que é um bem imprescindível e escasso.

Como vai a venda do teu livro?

Abraços

tulipa disse...

Sabe bem
quando ficamos assim
tranquilamente,
sem esperar nada,
apenas ali
para o que acontecer...


Que bela imagem das levadas na Madeira!
Um abraço.

mdsol disse...

o meu comentário hoje é 2 em 1 como os shampôs modernos:
1) Apesar de o seu registo crítico, vir aqui acumula-me saudades da sua terra liiiiinda!
2) A questão da águ apreocupa-me há muito. Atrevo-me a deixar aqui 2 pequeninas manifestações dessa preocupação.

http://okayempatins.blogspot.com/2008/05/crise-da-gua.html
http://okayempatins.blogspot.com/2008/05/gua-2.html

mas como não duas sem três e tristezas não pagam dívidas, uma brincadeira que também mete água....
http://okayempatins.blogspot.com/2008/05/gua-benta-aos-berros.html

poetaeusou . . . disse...

*
nem água,
nem vinho . . .
,
saudações,
,
*

com senso disse...

Mais do que serviço público, o importante é manter meios para fazer obras de fachada que permitam ganhar as eleições.
Esse é o mal do Portugal, insular e continental.

Val Du disse...

A primeira foto é linda. Plantas e água. Natureza cheia de beleza e riqueza.
Pena que existam tantos problemas de ordem social e econômico, que atrapalham o contemplar dessas coisas que são essenciais.

Alexandro Pestana - www.miradouro.pt disse...

Além de quererem comer mais dinheiro pela água, em muitos concelhos a água não têm a qualidade que devia ter. Acho que o PS podia era recolher água de vários pontos da ilha e mandar fazer análises e confrontar as câmaras com esses resultados...

Jay Dee disse...

Não é só na Madeira...

Anónimo disse...

Gostei do seu blog! =)

BIA disse...

Rui, desculpe, só agora, dizer alguma coisa...
Gosto de retribuir visitas e comentários...
Problemas de gestão de recursos naturais e orçamentais, avolumam-se com as políticas interesseiristas e umbiliguistas dos governos, que funcionam de atrelado... a uma coisa que todos sabemos!
Indiscutivelmente, eu e a política desgovernamental, não nos damos nada bem!

Abraço de peito aberto

BIA