segunda-feira, 21 de julho de 2008

A Revolta da Madeira I

O dr. Alberto João disse, durante uma inauguração, que “Lisboa parece não ter percebido as ilações do que foi a Revolta da Madeira”. O presidente do Governo tenta desvirtuar a essência dos acontecimentos e insiste, uma vez mais, em atirar para o continente as suas próprias responsabilidades. É uma estratégia arcaica, cheia de mofo, que muito tem prejudicado a Região, embora, do ponto de vista partidário, consiga garantir bons resultados eleitorais ao PSD.
O povo madeirense ouve esta teoria de que a culpa é sempre dos outros, durante todo o ano, nas rádios, nas televisões, nos jornais, nas inaugurações de obras públicas e privadas, nas sessões de abertura de eventos públicos e privados, nas associações desportivas e culturais, nas casas do povo, em suma, em quase todos os sectores da sociedade, por este facto, é natural que esta mensagem falaciosa se fixe na memória e, pela repetição, se transforme numa verdade difícil de questionar. O esclarecimento e o desmontar destes ardis, por parte de alguns partidos da oposição, surgem, mas soam isolados, em situação de profunda desigualdade. Limitam-se aos meios de comunicação social e aos contactos pessoais.
Nesta questão da Revolta da Madeira, quem ainda não entendeu as ilações desses acontecimentos foi o próprio dr. Alberto João e os seus acólitos.
Aquele levantamento popular contra a ditadura, incentivado por um grupo de exilados militares, enquadrava-se num plano mais alargado, com ligações ao continente, às colónias e aos Açores onde, aliás, se deram, quase em simultâneo, revoltas em várias ilhas.
Na Região, o povo juntou-se em defesa da sua sobrevivência. As causas principais foram de origem económico-social, onde se destaca a grave crise das exportações tradicionais, nas indústrias dos bordados e dos lacticínios, que provocou um aumento significativo do desemprego, aliado também à falência de algumas instituições bancárias. O ambiente de insatisfação contra a opressão do governo do continente tornava-se expressivo, existindo, já nesses tempos, um forte sentimento autonomista.

5 comentários:

MMV disse...

De facto quem votou contra os estudantes madeirenses foram?!

Magnolia disse...

Às sete para as cinco, aconteceu a revelação mais curta da história do sensual Edifício Magnólia. Queres espreitar?

São disse...

Eu repito(-me): poque não se dá independência à Madeira?!
Gostaria de saber como o Dr. Jardim se governaria...
Boa semana.

mundo azul disse...

Aqui, aprendo alguma coisa sobre Portugal! Obrigada!

Beijos de luz e o meu carinho...

Cristina Caetano disse...

Estou aqui descobrindo coisas que não sabia. Os telejornais daí, que costumo assistir, falam pouquíssimo sobre a Madeira. Teu blog, pra mim, é um grande achado!!!

Abraços