quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Graça Alves, uma escritora madeirense

Graça Alves, página a página, foi construindo o seu próprio caminho no mundo das letras, tornando-se já hoje num valor seguro da literatura que se escreve na Madeira. Referir a sua origem madeirense é um pormenor secundário, todavia, serve não só para manifestar um sentimento de orgulho, mas também para tentar desembaciar alguns olhares estrategicamente nublados.
O local de nascença de um escritor até pode influenciar as narrativas e as temáticas abordadas, contudo, essa circunstância não representa o fundamental, a literatura e a poesia nascem com as palavras e as palavras estão livres de qualquer cor, bandeira, ilha ou continente. A palavra surge, o romance acontece, o poema desliza porque o escritor sente, em cada dia, o mar à sua volta. Porque, enquanto a terra firme corre entre os seus passos inquietos, o deserto que ele não conhece polvilha as suas ilusões e, o mais importante, porque o silêncio de um olhar fala de amor.
Ora, todos esses lugares sem morada certa, repletos de emoções e metáforas de sentimentos, existem ao mesmo tempo na memória dos Homens e é por isso que a vida recriada pela linguagem dos livros ganha alma. O escritor, sempre atento aos diversos sentires do que é humano, liberta sensações e abre novas passagens ao sonho com as suas histórias inventadas a partir de um real sem distância, sem espaço, nem tempo.

Ler os livros da escritora Graça Alves implica envolver-se na cumplicidade dos seus belos textos. Utilizando uma linguagem simples, poética em vários momentos, constrói histórias cheias de emoções profundas que conseguem prender a curiosidade do leitor até ao fim do enredo.
Tendo já publicado algumas obras, tem vindo a solidificar o seu percurso de escritora, reconhecida por quem a lê e pelos diversos prémios literários conquistados.
Com o livro O Sétimo Dia ganhou o Prémio Literário Escritor Horácio Bento de Gouveia, em 2004. Com a obra Foi o Mar voltou a ganhar, em 2006, o mesmo Prémio Literário Escritor Horácio Bento de Gouveia.
Com o seu livro Um Pingo De Sol na Areia ganhou o Prémio Literário Professor Francisco de Freitas Branco 2007/2008. E porque a sua qualidade de escritora é já uma realidade inquestionável, volta a ganhar mais um concurso em 2008. Entre 66 contos concorrentes, venceu com o conto Gaivota Vinho e Cidade a III edição do Prémio Literário Vinho Madeira.

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