quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Os custos da democracia?

Custos? Sim, a democracia implica custos. Mas a bandeira das despesas, necessárias à manutenção de um estado democrático, não pode ser erguida para defender gastos desnecessários, nem para justificar caprichos ou pequenos interesses de cariz meramente partidário. Os custos da democracia, acima de qualquer demagogia barata, exigem compromissos sérios e o respeito profundo pelos princípios éticos. A democracia não serve para tudo e muito menos para criar regimes de inimputáveis que exercem as políticas do esbanjamento e aplicam, com arrogância, as leis dos desperdícios sem qualquer sentido de responsabilidade nem rigor, nem controlo.
Haja deferência pelos cidadãos que pagam os seus impostos e não se cometam abusos com os dinheiros do erário público
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Nesta perspectiva, nem que seja a título simbólico, defendo que, neste ano, se deveria juntar dois dos três actos eleitorais previstos. A matéria é discutível, reconheço. Contudo, em meu entender, não haveria qualquer problema político ou legal juntar as eleições europeias com as legislativas nacionais. Podem vir argumentar que seria uma forma de desvalorizar um dos actos eleitorais. Podem justificar que será importante aprofundar o debate pelas questões europeias e, por isso, não convém juntar as eleições.
Olhando, todavia, para as eleições europeias anteriores, nenhum destes fundamentos foi capaz de convencer os eleitores de um modo claro, basta contabilizar a excessiva abstenção. Essa sensibilização e essa discussão deveriam ter sido concretizadas ao longo dos anos, não apenas agora.
Ao juntar as eleições europeias com as legislativas não se comete nenhum crime nem se fere os princípios da democracia, antes pelo contrário, promove-se a rentabilização de meios, a contenção de recursos financeiros, provenientes dos impostos, e poupa-se tempo aos portugueses.

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