quarta-feira, 9 de setembro de 2009

TVI? Cavaco sectário?

Cavaco Silva, o presidente de todos os portugueses, reagiu ao episódio da TVI, mais concretamente ao da suspensão do Jornal Nacional da Manuela Moura Guedes. Mostrou-se preocupado. Esperava que a liberdade de informação não estivesse a ser posta em causa. Afirmou: “a liberdade de expressão e de informação foi um bem precioso que conquistámos no 25 de Abril e todos os portugueses desejam que sejam preservados”.
O senhor presidente da República tem toda a razão, o problema reside na sua profunda incoerência. Pois, na Madeira, este tipo de situações e outros da mesma índole acontecem quase todos os dias e há 30 anos, todavia, perante estes atropelos à liberdade de expressão e de informação na nossa Região, o dr. Cavaco não se mostra preocupado nem boceja qualquer reacção, porque, aqui, quem está em causa é o seu PSD. Este comportamento diferenciado não significa sectarismo?
Ora, na Região, há um Jornal que recebe 10 mil euros por dia do erário público para promover e defender o PSD, provocando uma concorrência desleal vergonhosa. Um outro diário é alvo de discriminação em diversas situações, além do facto do poder político mandar suspender a sua compra pelas instituições públicas, porque não faz o jogo do PSD. Há um programa da RTP-M, “dossier de imprensa”, que foi suspenso e ainda nada foi dito. Um dos membros deste programa, jornalista do JM, foi obrigado, pelo poder político, a abandonar a sua participação, porque, naquele programa, também se questionava, às vezes, o governo regional e o PSD.
E o que é que afirma o dr. Cavaco perante estas afrontas à liberdade de expressão e de informação na Madeira? Nada de nada. Veio em visita e foi só louvores. Agora, está preocupado com a liberdade de expressão em Portugal e esquece-se da Madeira. Incoerência e sectarismo.

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