quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A Praxe!

Um estudante da Escola Superior Agrária de Coimbra ficou paraplégico em consequência de uma praxe em Novembro passado.
O rapaz de 20 anos foi obrigado a se lançar de cabeça de um escorrega com um desnível de dois metros para um túnel. A aventura custou-lhe muito caro.
Cá está mais um exemplo dos excessos e dos abusos da Praxe. É para isto que os estudantes querem uma praxe?
Não estamos perante um caso isolado, são tantos os casos que se ouvem falar. Mas que integração é esta? Ninguém pára este tipo de abusos?
Vamos continuar a ouvir casos deste género nos próximos anos e haverá sempre alguém a defender este tipo de praxe!

23 comentários:

Hélder disse...

Embora este seja um dos blogs por onde passo sempre, não costumo comentar. Desta feita, terei que o fazer.

Sou um acérrimo defensor da Praxe (praxes não existe). E estranhei muito ver este tipo de texto por aqui. Isto porque, com tantas críticas que por aqui passam, estas têm sido sempre construtivas, opinativas mas esclarecidas.

Logo à partida, acho errado criticar-se uma instituição por alguns abusos. Parece-me o mesmo que defender uma ditadura porque a criminalidade é menor... não faz sentido!
Em segundo lugar, eu que fiz parte da vida académica durante todo o curso, sei que as coisas não são assim. Se alguém me disser para saltar de uma ponte, eu não o faço!
Além disso, venho de uma faculdade onde sempre se levou a Praxe a sério e a integridade também.
Abusos há em todo o lado, e aceitaria, e corroboraria, as críticas ao mau funcionamento das instituições de Praxe, por permitirem que tal aconteça. Nunca à Praxe em si, porque a Praxe repudia essas situações.

Abraço.

bettips disse...

A sabedoria, a sábia e inofensiva brincadeira, ausentou-se dessas mentes "cultas". Uma andorinha não faz a Primavera mas um filho paraplégico faz a desgraça. Como agrários to be, talvez limpar as valetas com orelhas de burro, arranjar aqueles caminhos que, para Escola Agrária me parecem bem descuidados! Obg pelas tuas palavras lá em casa. Abçs

sofialisboa disse...

acho que não é bem assim, ele não era caloiro e num acto de exibicionisto lançou-se de um murro abaico e bateu com a cabeça no chão, esse muro tinha dois metros de altura...desculpa mas devias ler a historia até ao fim. ele ou estava bebado ou então não regula bem da cabeça...mesmo assim o diagnóstico diz que vai recuperar, espero que juizo tb sofialisboa

Gonçalo Tavares de Almeida disse...

Bem, primeiro há que dizer que o que ouvi foi que o rapaz teria saltado de livre vontade num acto de exibicionismo estúpido, mas aquilo que ouvi pode estar errado.
Segundo, ao contrário do comentário anterior sou ferverosamente contra a praxe. E porquê? Porque a praxe nada mais é do que um execrício de autoridade dos ditos doutores (piada..) sobre os caloiros. Desde o simples pintar até ao amarrar pesos nos testículos ou pênis dos caloiros, vale tudo para provar que o caloiro é inferior e que quem manda ali é o "veterano". Até sou capaz de aceitar as pinturas, que foi o que me fizeram quando entrei na FLUL, mais que isso não aceito, mas aceito que haja quem goste de ser humilhado. Quando se entra na violência só mesmo quem seja masoquista é que gosta...
Não me venham com histórias de paninhos quentes de que a praxe não é nada disso e blá blá, porque todos os anos conhecem-se situações absurdas de abusos, traumas, ameaças, violência e até morte. E o que acontece aos culpados? Nada! E isto porque também existe um lobby fortissímo do lado desses senhores duxes e duques e o raio que os parta que passam anos e anos a chumbar na faculdade apenas para poderem andar bêbados a praxar com o resto das suas associações de estudantes.
Como disse, quando entrei na faculdade pintaram-me a cara e toda (felizmente foram 2 miudas giras), mas senti-me integrado? Não, nem um pouco! Agora imaginem aquele pessoal que é obrigado a cometer actos humilhantes e auto flageladores. Esses também se devem sentir muito integrados, não?
Ah, e não venham dizer que podem sempre negar-se a praticar tais actos, porque é mais que sabido que as represálias são sempre fortes e a doer...

Tiago R Cardoso disse...

Neste caso e em muitos outros a praxe é a total desvirtuação das tradições, isto que hoje em dia se faz não passa de uma forma de voltar aos tempos primitivos.

Rosamaria disse...

Vim agradecer tua visita, Rui.

O que vocês chamam de Praxe, pra nós é trote. Aqui alguns foram proibidos, pois prejudicava a saúde dos estudantes. Agora estão promovendo trotes legais, com arrecadação de alimentos não perecíveis, roupas, etc, para ajudar instituições de caridade.

Um abraço.

Rosamaria disse...

Vim agradecer tua visita, Rui.

O que vocês chamam de Praxe, pra nós é trote. Aqui alguns foram proibidos, pois prejudicava a saúde dos estudantes. Agora estão promovendo trotes legais, com arrecadação de alimentos não perecíveis, roupas, etc, para ajudar instituições de caridade.

Um abraço.

Maria Laura disse...

Custa-me a entender como uma tradição que, de alguma forma, tendia a integrar os novos alunos se transformou em práticas de abusos físicos e psicológicos chegando a casos como o que contas. Porquê?

Joana disse...

Soube disto há dias, tentei investigar para saber mais, mas depois passou-me.

Vou reiterar tudo o que disse no meu comentário anterior acerca desta temática. Um pouco no seguimento do senhor anterior a mim, mas não em tão acérrima defesa da dama que é a Praxe, até porque sou menina, não defendo damas! :P

Em suma, a Praxe como tudo na vida, tem bom e mau. Bons e maus doutores, boas e más práticas, bons e maus caloiros, boas e más leis. É humana, feita por e para seres humanos. A Praxe, no SINGULAR enquanto processo, conjunto de iniciativas, actividades que visam integrar..., na minha opinião, integra de facto o aluno recém-chegado à Universidade pelos conhecimentos que as actividades promovidas possibilitam, e, mais, prepara para a vida: tem que se aprender a dizer NÃO. Eu aprendi. Porque a minha liberdade não pode acabar graças a um capricho, ou mais, de meia dúzia de pessoas mais velhas certo, mais experientes certo, mas de resto pouco diferentes de mim. Disse-o muitas vezes e ninguém me ostracizou por isso. Há pessoas mais susceptíveis, certo, ninguém merece estar paraplégico aos 18, nem aos 81, nem nunca, mesmo. Mas ainda assim, parece-me que as praxes, no PLURAL (existe, é sinónimo de actividade, iniciativa inserida no âmbito do processo maiusculado), i.é., esta actividade que descreve e outras de que ouvimos falar, obviamente ridículas (não vejo qual a função integradora de um escorrega) não deviam ser objecto de regulamentação exterior aos estudantes. A minha vida é o ensino superior, agora já não como estudante, e creio que há regulamentação própria, na minha Faculdade há um código de praxe, há instâncias a que se dirigir, há o direito inalienável de não fazer e há o direito de ser anti-praxe.
Digo eu, que tenho colegas e irmãos que davam tudo para repetir e eu comparativamente até nem gostei por aí além da minha, mas não me arrependo de nada do que fiz e muito menos do que me recusei a fazer.

Jinhos.

Lapa disse...

Sempre fui contra a praxe!

gaivota disse...

as praxes, não concordo, nunca concordei e, antigamente (já sou antiga)não eram assim tão drásticas, seja como fôr, não aceito mesmo!(também, não podiam ser...)
até me sinto engasgada com o que tantas vezes se continua a passar...
divirtam-se, na boa, e sem pôr em risco a vida dos colegas e/ou os pôr em ridículo, absurdo mesmo.
um beijinho daqui do continente

Luis Eme disse...

Eu nunca percebi muito bem a lógica da praxe, se excluir a tradição de "humilhar", nem vejo qualquer vantagem nesta faceta "superior"...

Como já entrei na universidade pai de filhos, passei ao lado deste universo. Acharam que era "velho" demais para se praxado.

Em relação e este caso, li uma notícia de que se tratava de um aluno do 3º ano (por tanto não era caloiro) e fiquei com a sensação que aquele número tinha sido voluntário...

Sha disse...

Vim agradecer e retribuir a visita.

Na minha terra diz-se "o que é demais é exagero".
Qualquer tipo de excesso ou abuso, é demais. Como tal, condenável.

Passei os olhos pelo blog.
Voltarei com mais tempo.

Sha

La Turca y sus viajes disse...

Hola!!!!!!!!!

¿Qué esta haciendo esa gente???, esta festejando algo??.
Gracias por tu visita a mi casa.

Un beso y abrazo de oso.

Luna disse...

Seja o que for se for em excesso
Acaba por ter consequências, nefastas

Quem pode achar graça a estas barbaridades
Cumprimentos
luna

Mónica disse...

Olá Rui,

acredito e imagino que haja muita chantagem e pressão sobre os praxados...mas os caloiros não se podem esquecer de que têm o direito de recusar qualquer tipo de praxe.

Não deixa de ser uma vergonha não haver uma lei que proibida esse tipo de coisas...enfim...

Anónimo disse...

É preciso ter tomates como eu para ser anti-praxe.

Eu no inicio do meu curso estava a aceitar o convivio e tal mas a partir do momento que vi a coisa entrar no ridículo e na falta de respeito, simplesmente virei-lhes as costas.

O que se passa em Portugal é que só temos mariquinhas pés de salsa no meio da caloirada e por isso as praxes são a porcaria que são neste país, algo muito estúpido, decadente e que em nada ajuda na formação cívica de um jovem. Nas praxes fazem-se andar alunos a arrastar latas a fazer poluição sonora e visual, em fraldas ou roupa interior por fora, a dizer palavrões e coisas ridículas.

Nas praxes os ursos vestidos de negro aproveitam-se para tentar comer as caloiras, nas praxes empurram-se os caloiros para as drogas, o alcool e o hábito de faltar aulas para ir pra noite. Também tenta-se intimidar, explorar e ganhar dinheiro com os caloiros com festas e jantares e arrastalos como ovelhas para manifestações e outras coisas que não tem nexo. É por isso que há muitos ignorantes que dizem que tem saudades da praxe e do tempo que estiveram na faculdade porque o que andaram na faculdade a fazer foi férias, fazer cadeiras à custa do trabalho dos outros e das cábulas... Depois são uns profissionais de meia-tigela quando entram no mercado de trabalho. Isto explica a baixa produtividade do povo Português. É boémio na sua generalidade e muito pouco culto.

É este o espelho do Portugal que temos, um país cheio de gente sem personalidade, gente que só serve pra ser pau mandado, sem tomates para defender o seu nariz, gente submissa que engole tudo, não reclama, não exige.... Olhamos para os espanhois e vê-se logo a diferença... Aqui ao lado na espanha estas coisas e muitas outras são bem diferentes... Isso prova a minha teoria... Contra factos, não há argumentos....

Pelo facto de eu ser anti-praxe fui discriminado, mas também admirado por muitos. Cada um faz o que quer da sua vida, mas no que eu puder, eu vou acabar com as praxes e filho meu não há nunca de passar pelo mesmo que eu tive de enfrentar, nem que eu tenha de o mandar pra Londres estudar!

Tenho muita pena de existir gente que apoia a praxe.. Deve ter algum problema mental...

MouTal disse...

O grande problema é que os estudantes não sabem distinguir Praxe de Práxis.

Sei que existes disse...

Sinceramnete nunca entendi muito bem qual o motivo das praxes... Não lhe acho lógica nenhuma, nem benefício!
Beijo grande

Su disse...

eu sou contra a praxe......
tenho dito


mas tb não haveria se os totós qd lá entram-os caloiros (na realidade são loiros mesmo!!!!)
- não achassem piada a essas merdas......e simplesmente ignorassem qdo lhes desse na real gana.....ops farta de tretas eu................afinal entra no jogo quem quer ....e quem parvo é..parvo será-------mm com dr:)

jocas maradas ...sempre

rosa dourada/ondina azul disse...

Para mim o problema é que tudo o que é em excesso, é errado.
De há muito tempo que as praxes são motivo de aproveitamento de alguns...


Bom fim-de-semana,

alexia disse...

Estava aqui indecisa em relação à minha própria opinião ou à falta dela. Pior um lado lembrei-me das touradas e da desculpa da tradição e apeteceu-me desancar a praxe ( no singular antes que me chamem à atenção), mas passado o primeiro impulso influenciado pelo teu post abrandei a ira e li os comentários!
Sei lá…acho que acabo por concordar com a maioria, quando a argumentação é bem fundamentada e bem educada é difícil cair em excessos! Sou ou não sou uma cabecinha tonta?!:)))

Boa semana!

Nascimento disse...

Amigo,
o que dizes relativamente está completamente desmedido.
Para tua informação, a praxe na agrária é muito melhor do que qualquer praxe em qualquer sítio do país.
A praxe aqui serve para integrar e acidentes acontecem.
Para tua real informação meu caro, ninguém obriga ninguém a fazer o que quer que seja e para ficares mais atónito com o espírito que nesta escola se vivi, a pessoa em questão de que falas, tinha 3 matriculas na altura e foi por inicitiva própria que o desejou fazer, porque o amor à praxe e a esta escola é tanto que a alegria das nossas tradições longevas nunca morrerá.