O sítio da Fajã dos Padres

Aspecto da entrada para a Fajã os Padres.

O presidente da autarquia de Câmara de lobos, Arlindo Gomes, resolveu desencadear uma polémica contra a população da freguesia do Campanário.
Afirmou na comunicação social que pretendia administrar politicamente o sítio da Fajã dos Padres pelo facto de fazer fronteira com a freguesia da Quinta Grande.
A Fajã dos Padres, embora possua infra-estruturas privadas, é um local paradisíaco com acesso público à sua praia e que pertence ao Concelho da Ribeira Brava.

O senhor Arlindo Gomes diz ter uns projectos turísticos para o local. Como está a rever o Plano Director Municipal do seu Concelho pretende englobar aquela enseada, tão apetitosa em termos de investimento, no seu novo PDM. É preciso ter lata e uma aura de abuso de poder. Quer destruir o que não lhe pertence.

Mais uma vez, este senhor coloca à frente do interesse público e dos bens colectivos, o interesse particular, aceitando assumir um papel de porta-voz destes magnatas do imobiliário.
Estamos mesmo a ver quais são os seus reais interesses!
Pretende satisfazer o capricho de algum interesse imobiliário ou algum capitalista da área dos complexos turísticos?
Tem um projecto pessoal para construir naquela zona? Talvez uma bomba de gasolina! Ou pretende dar um jeitinho a um empresário que apresentou, na Câmara da Ribeira Brava, no ano passado, um projecto, chumbado por unanimidade, que previa a privatização de toda a praia da Fajã dos Padres até a uns três metros dentro de água, com o objectivo de impedir o acesso púbico?

Naturalmente que as reacções, no Campanário e em todo o Concelho da Ribeira Brava, foram violentas contra o presidente da autarquia de Câmara de Lobos. Mas de que é que estava à espera?
Ismael Fernandes, o Presidente da Câmara da Ribeira Brava já disse que nem discutia o assunto. No entanto, considero que temos de defender a Fajã dos Padres destes abutres que destroem as orlas costeiras sem dó nem piedade.
Por isso, na qualidade de vereador, com o objectivo de garantir o acesso público e preservar aquela excelência natural, a harmonia das construções ali existentes, a beleza paisagística, o tipo de vegetação e a qualidade ambiental, apresentei na última reunião de Câmara uma proposta, que foi aprovada por unanimidade, no sentido de classificar a Fajã dos Padres como um conjunto de interesse patrimonial.

Assim, talvez se consiga salvaguardar, por mais tempo, este património.