quarta-feira, 13 de maio de 2009

O humor das Bilhardeiras

Quem tem por hábito ligar a sua rádio pelas 7h.40 ou pelas 18h.20 sintonizado na TSF Madeira, corre o sério risco de passar uns 10 minutos bastante divertidos. Nestas horas, “senhoras e senhores, chegaram elas”, as Bilhardeiras. A partir daí, em quase todos os programas, fartamo-nos de rir às gargalhadas com as “bombas” atiradas pelas bilhardeiras de serviço. Falam, intrigam, alcovitam, denunciam, insinuam e relatam de tudo e de todos sem qualquer complexo. Até contam as aventuras do célebre “bóbó da Quinta Grande” e da “Cristininha”.
Coscuvilham sobre a política, o desporto, a “alta” e a “baixa” sociedade, a cultura, acontecimentos banais do dia-a-dia, eventos diversos, em suma, conseguem transformar um pequeno episódio da vida social madeirense numa paródia. Aquilo é uma autêntica bilhardice sem freio na língua nem nas canções que, na maioria dos programas, apresentam uma letra incrivelmente hilariante, como elas dizem, “a nossa rafeirada musical”. Onde será que aquelas duas “desavergonhadasbilhardeiras desenterram algumas daquelas maravilhas do espectáculo musical? A sorte é que no final da actuação, as nossas amigas guardam os CDs no fundo da sanita com muita água a correr. O que é nosso também é muito bom. O programa humorístico da TSF AS Bilhardeiras é um programa de humor e crítica, tantas vezes lancinante, com imensa qualidade ao nível dos melhores programas radiofónicos de humor “rasgadinho” que conheço.
Deste género, o que faz parte da nossa memória como o melhor de todos é, inquestionavelmente, o clássico Os Parodiantes de Lisboa. Embora noutro contexto, servindo um humor mordaz e uma crítica requintada à sociedade, aos hábitos e ao regime, nasceu, em 1947, pelas mãos de José Andrade, Os Parodiantes de Lisboa que fez sorrir todo o País. Anos mais tarde, lançaram novos programas onde se destaca o “Graça com Todos”.
Na actualidade, e sem especificar as rádios, os mais conhecidos para mim, além das Bilhardeiras, são Portugalex, A Dona Rosete, com Maria Rueff e “O Tal País” de Herman José, mas este sem grande piada.

2 comentários:

Joana disse...

Também gosto muito, ouço sempre que estou aí... E não conheço nenhum dos visados, da Quinta Grande e afins, mas lá que é do melhor humor que se tem feito nos últimos tempos, aí e até mesmo a nível nacional..., é! Concordo consigo. Houvesse vontade e coragem de passarem a rubrica para a televisão e talvez o youtube lhes desse outra visibilidade, a que eles merecem e que a disponibilização dos ficheiros de mp3 no site da TSF não lhes consegue granjear.

Jinhos.

Silvia Gouveia disse...

Concordo com o Sr. professor em parte e também gosto de ouvir as "bilhardeiras" sem dúvida, mas estranho não ter mencionado outro programa regional e do qual eu prefiro mais:as crónicas do "compadre Jodé" na Antena 3 Madeira à Sexta-feira. O homem representa uma personagem tipicamente regional do campo e depois está por dentro de toda a actualidade social, politica, religiosa, desportiva e...sei lá que mais! Dele não perco uma sexta-feira, o pior do programa são mesmo os locutores que não têm pedalada para ele, mas que é sem dúvida um grande artista, lá isso é. Este ano tive a oportunidade de vê-lo ao vivo no Carnaval de Santana, vulgo festa dos compadres, e é de facto um grande espectaculo.