segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Estudo sobre aluviões custou 340 mil euros

Oito meses após ter sido encomendado o 'Estudo de Avaliação do Risco de Aluviões na Madeira', foi agora publicado o respectivo contrato de adjudicação, no valor de 340 mil euros.
É a primeira vez que se sabe quanto custou o trabalho realizado em conjunto pelo Instituto Superior Técnico, Laboratório Regional de Engenharia Civil e Universidade da Madeira. A 13 de Agosto passado, aquando da apresentação dos primeiros resultados deste estudo, o secretário regional do Equipamento Social, Santos Costa, disse desconhecer o valor gasto no mesmo e considerou isso uma questão secundária.
O relatório-síntese deste trabalho, em cuja elaboração estiveram envolvidos mais de cinco dezenas de técnicos das três instituições citadas, tem 193 páginas e discorre sobre os diversos factores que estiveram na origem da catástrofe de 20 de Fevereiro. Não foi, contudo, imune às críticas.

O investigador e docente universitário Hélder Spínola elogiou o esforço para se compreender o fenómeno das aluviões que ciclicamente assolam a Madeira, mas apontou lacunas ao estudo: está "inacabado" pois apenas avaliou as bacias hidrográficas dos concelhos do Funchal e Ribeira Brava e esqueceu o resto da ilha; "a avaliação foi feita apenas a uma escala macro, faltando um levantamento no terreno sobre os casos concretos que devem ser corrigidos para reduzir a exposição ao risco"; e não foi caracterizado o efeito da canalização das ribeiras no escoamento dos fluxos de água e detritos e no aumento/redução dos riscos associados às aluviões. Também da área política surgiram críticas.
O vice-presidente do PS, Rui Caetano, caracterizou o estudo como "uma esponja para apagar tudo aquilo que foi feito de ilegal até agora" e cuja responsabilidade atribuiu às câmaras municipais e ao Governo Regional.

In Diário
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Se o estudo servir para evitar os mesmos erros, cometidos ao longo de anos e anos a fio, o custo não é relevante, contudo, se o estudo servir apenas para abafar os erros cometidos e continuarem a esquecer as regras de urbanismo, as questões de segurança, os mapas de risco etc, então, mais uma vez, os madeirenses estão a ser bem enganados!

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