Ver : Amor. Esta obra fabulosa, envolvente, narra a história de um menino de nove anos, o Momik, filho de uma família judia que se salvara do Holocausto nazi.
Momik ia ouvindo, às escondidas, os familiares a falarem do Holocausto e não conseguia perceber o sentido daquilo tudo. Mas com a inesperada chegada do tio-avô, desaparecido desde a segunda guerra, antigo escritor, doente e fortemente traumatizado, o rapaz passa a escutar os seus monólogos com atenção e vai juntando, aos poucos, as partes da cruel história nazi.
Dividido em quatro partes, o romance vai-nos surpreendendo a cada página. Atrai a originalidade de nos confrontarmos com a visão de uma criança sobre os horrores da guerra. Através das histórias do seu tio-avô, Momik envolve-se de uma forma profunda nas réstias de humanidade que ainda conseguem nascer em cada monstruosidade praticada pelo nazismo. É um livro diferente, pois apesar de contar a morte, realça a força da vida.
Grossman, nascido em jerusalém, com o seu Ver: Amor recusa a fórmula do castigo daquela violênca atroz que se encravara nas memórias dos povos, mostra outro caminho: o do amor.
2 comentários:
A meio de uma tragédia (holocausto), deve existir algo de positivo, que se possa inclusive extrair uma lição de vida. Acho, de facto, uma boa sugestão de leitura, apesar das férias estarem no fim. Enfim, prometo dar uma espreitadela pelo mencionado romance.
É um tema tabu nos dias de hoje. Poucos gostam de falar e muito poucos são aqueles com coragem para ouvir as mais trágicas histórias, de famílias separadas e de mortes cruéis. Senti um bocado essa tristeza ao visitar a casa de Anne Frank em Amesterdão. Tudo isto foi insuportavelmente real e comoveu-me imenso aquela injustiça.
Será sem dúvida, uma boa leitura. Quando tiver oportunidade debruçar-me-ei sobre esta obra.
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