quinta-feira, 18 de outubro de 2007

SER OPOSIÇÃO NA MADEIRA I

Na Madeira, dar a cara pelo PS, um partido que se assume como alternativa ao poder, representa grandes complicações e enormes responsabilidades. Já se tornou frequente culpabilizar o PS-M pela actual conjuntura política regional.
No entanto, havendo rigor na análise, embora o PS tenha a sua quota-parte do ónus, o fardo não pode recair apenas nos seus ombros.
Ganha contornos de desonestidade, procurarem esconder o facto visível de o PS-M enfrentar um PSD que, além de criar empregos na função pública, através do governo, controla e domina a igreja, as casas do povo, os clubes desportivos e associações culturais, empresas públicas e muitas privadas. Um PSD que possui rádios, espalhadas por toda a região, um jornal oficial do partido e uma fundação, com dinheiros inesgotáveis.
O campo de batalha é este e não outro. É nesta arena de leões ferozes que o PS-M e outros partidos da oposição lutam todos os dias.
O trabalho partidário não expressa a única forma de se fazer oposição, é evidente. Há mais incomodados a se manifestarem: alguns sindicatos, alguma comunicação social, alguns intelectuais, os opositores sentados no café a discutirem com os amigos, os críticos que, no local de trabalho, manifestam a sua revolta contra as injustiças e os que se indignam, entre os muros da casa, em frente à televisão.
Porém, esta forma de estar, confortável, não compromete nem implica se envolver num projecto diferente daquele de quem nos governa. É uma opção legítima, todavia, não desencadeia uma mudança política.

8 comentários:

MMV disse...

Hoje escrevi algo que vai de acordo com isto! :)

Apesar de eu me rever no PSD... Reconheço isso! Mas também é preciso ver que o PS foi sempre muito mau ao longo dos anos...

Sol da meia noite disse...

Realmente é uma situação um tanto complicada...
Mas, e o que não é complicado, desde que envolva a vertente política com oposição à mistura?...
*

Anónimo disse...

Caro Rui Caetano,

Você não deixa de ter alguma razão nos seus argumentos. De facto o PSD é um partido que monopoliza toda a cena política regional. Esta hegemonia comporta alguns riscos e tem consequências no tecido social da nossa terra.

Contudo, importa lembrar que se tal acontece em muito se deve à fraca criatividade dos líderes da oposição nos últimos 30 anos. Nunca foram capazes de apresentar um programa alternativo, credível, mobilizador das pessoas.

sofialisboa disse...

já lá vão uns anos desde que aí estive, mas lembro-me de uma estrada que se repente ficava cheia de buracos e em muito mau estado, achei aquilo estranho e quando parei num café para comer perguntei a razão de tal, responderam-me que estava em terras socialistas...nem queria acreditar! sofialisboa

Anónimo disse...

O PS-M tem de mudar para melhor e fazer politica a sério.
E ter muito cuidado com os "independentes" do Funchal e do Porto Moniz.

Su disse...

simplesmente não há oposição


jocas maradas

Anónimo disse...

Estamos no mesmo barco Sr. Dr. Rui. Aqui em São Vicente é uma tristeza como ha gente a roubar e ninguem faz nada. É quase uma missão impossivel fazer oposição nesta ilha perdida. Criticam-nos porque só sabemos criticar, mas a verdade é que nós não vamos andar a apresentar programas e ideias para que o pe-pe-deia os venha copiar e usar e serem eles a facturar, como sempre o fazem. Por isso temos de continuar a apontar as burrisses e aldrabisses deles. Soluções pra isto? Temos de apertar ainda mais com eles para ver se ganhamos algumas câmaras em 2009! NUNCA DESISTIR! Porque agua mole em pedra dura, tanto bate até que fura! :)

Anónimo disse...

Bem dito.