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No que se refere ao sector privado, nos últimos anos, salvo honrosas excepções, a alternativa reside na política empresarial, em prol da valorização e promoção da cultura da Editora O Liberal, liderada pelo dr. Edgar Aguiar. Esta empresa do ramo editorial tem assumido a ousadia de publicar novos talentos, inéditos residentes na Região, sem qualquer garantia de venda que salvaguarde o retorno do investimento. Esta visão empresarial, digna de realce, tem maior valor, quando todos sabemos que cada vez se lê menos em Portugal e se os consagrados têm dificuldade em vender e motivar à leitura, imagine-se os inéditos.
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Torna-se justo relevar também a quantidade de publicações lançadas no âmbito das comemorações dos 500 anos da cidade do Funchal. É, na verdade, uma fase mediática, simplesmente conjuntural, que não tem nada a ver com uma estratégia política de divulgação e incentivo ao livro, o que é pena. Não obstante, embora sem continuidade, considero, mesmo assim, positiva esta atitude da autarquia de publicar novas obras literárias e reeditar outras.
Uma editora é uma empresa, por isso, compreendo que tenha dificuldade em investir nesta área sem garantirem alguma viabilidade. O mundo do livro exige muitos encargos. Os custos de impressão são elevados, os meios de divulgação além de escassos são caros e o sector das vendas exige também a sua margem de lucro.
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Perante este panorama real, onde o risco é elevadíssimo, a política editorial do LIBERAL, que reserva uma margem da sua facturação para apoiar os novos escritores, impulsionando o livro e a leitura, representa uma atitude de grande valor merecedora de todo o reconhecimento.
Se olharmos para a quantidade de obras publicadas e vendidas por esta Editora, apercebemo-nos de que, neste momento, constitui uma referência inequívoca, no mercado editorial da Região.
Se olharmos para a quantidade de obras publicadas e vendidas por esta Editora, apercebemo-nos de que, neste momento, constitui uma referência inequívoca, no mercado editorial da Região.
8 comentários:
Colega Rui Caetano
Andei à sua procura pena Net, porque, sem querer, rejeitei o seu comentário no meu blogue. Carreguei no botão errado. Acabei por encontrá-lo no Brasil, no blogue da Regina Coeli.
Espero que me desculpe essa indelicadeza e que volte, pois será muito bem-vindo. Eu também voltarei aqui, para ler tudo com mais calma.
Obrigado
Mas a verdade é que deve dar lucro com o Tribuna e com Diário da Cidade...
Ninguém dá nada a ninguém sem receber nada em troca...
Mais uma informação importante sobre a Madeira. Não conhecia o Liberal, que merece toda a nossa consideração, apoio e incentivo.
Mas a "paisagem" editorial aqui no continente não é diferente da daí, infelizmente...
Um abraço, com flores de jacarandá à mistura :))
parabéns pela ousadia e inovação ao Liberal
beijos
Concordo com a/o Justine
Com os autores contemporâneos até pode ser uma questão de moda ou mesmo de compadrio. E poderá mesmo produzir efeito contrário, como sucedeu a muitas gerações com "Os Lusíadas" e outras obras clássicas da nossa Literatura. Em Espanha aconteceu o mesmo com o D. Quixote de La Mancha, obra imortal que já perfez quatro séculos de existência...
O ideal seria o empreendimento duma boa política de apoio à leitura, com boas propostas, como a edição de livros atractivos e a preços adequáveis. Outra opção a criação de boas bibliotecas bem equipadas. Um dos problemas da Madeira é o extraordinário clima que convida a sair de casa, e a leitura requer relaxação.
Estive quase quarenta anos ligado ao mundo editorial, entre Plaza & Janés e Carroggio; as vivências que tive foram diversas, mas sempre foi a oferta superior à demanda e, como sabes, isso não é bom para o livro.
O livro 500 anos do Funchal, é atractivo, não sei como será o conteúdo, mas tem gancho.
Parabéns por esta edição
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