"Estão lá o presidente e os vereadores, as reuniões são abertas ao público, mas o público raramente aparece. É assim na maior parte dos concelhos da Madeira".
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Esta é a forma que os madeirenses encontram para exercerem a sua cidadania. O tipo de política praticada pelo poder absoluto do PSD-M, ao longo dos anos, cultivou este medo de reivindicar localmente.
Preferem telefonar aos partidos da oposição, escrever aos partidos da oposição, alertar os partidos da oposição, falar, às escondidas, com os representantes da oposição. Mas dar a cara, enfrentar o poder de frente, mesmo que seja para defender os seus interesses, os madeirenses, no geral não se atrevem a marcar presença. Escondem-se!
Só aparecem em massa, se for para contestar o governo do continente.
2 comentários:
Caro Rui, temo que a situação se verifique também pelo restante território nacional.
Creio que o 3RRR tem razão. Este é um mal geral português e por norma manifesta-se em países que dispõem baixa confiança. Com latinos que somos e olhando às nossas especificidades histórico-culturais com um passado corporativista de tendência paternalista - basta ver a posição da Igreja Católica e do Estado Novo face à população geral.
Creio que na Madeira, acresce-se um problema de fraco "empowerment" dos direitos e deveres de cidadania existentes. A rápida transição verificada, não permitiu uma efectiva maturação do sistema.
A (nula) rotatividade existente nos cargos de poder é apenas um sintoma do que falo. O fraco poder reivindicativo ou exposição através de canais próprios é muitas vezes inexistente.
Creio que o paradigma e a disponibilidade neste aspecto tenderão a mudar - em especial quando os constrangimentos decorrentes desta autêntica paralisia governativa e o acumular de erros cometidos se fizer sentir.
Ou seja, só em situações limite, as pessoas irão começar a ser mais proactivas e não meramente reactivas.
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