sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Um aqueduto abandonado na Ribeira Brava


O Governo Regional e as autarquias da Madeira não possuem uma política do Património. Esqueceram-se de preservar a nossa história, desvalorizando as suas reais potencialidades tanto em termos turísticos, como na criação de qualidade de vida para os cidadãos.
Investiram num desenvolvimento apressado e sem planeamento, desqualificando, por isso, a paisagem urbana e rural.
Não nos podemos esquecer de que as artes, a arquitectura, a preservação do ambiente e da paisagem, a recuperação de centros ou núcleos históricos constituem um valor cultural imprescindível para a formação da identidade e do carácter de uma cidade, de uma freguesia ou de uma localidade.


A política cultural das autarquias não se pode limitar a organizar espectáculos musicais e a atribuir subsídios, embora sejam muito importantes, é preciso muito mais.
Uma verdadeira política cultural tem de se ligar às questões do património. O turismo procura na Região o deslumbramento da natureza, a paisagem, o clima e a segurança. O turista procura, nos concelhos que percorre ao longo da ilha, a nossa autenticidade, a originalidade de cada sítio, as nossas características rurais.
Como é evidente, deverão ser as Câmaras as primeiras a defender este património natural e a incentivar a sua preservação.
Um desafio: sejam inovadores e criem uma Sociedade de Desenvolvimento do Património.

22 comentários:

Woodworm disse...

Realmente uma verdadeira relíquia...

Mas será que alguém já informou a quem de direito da sua existência e da sua necessidade de recuperação?

Rui Caetano disse...

Sim, eu já avisei a Câmara da Ribeira Brava. Aliás, já fiz uma proposta de expropriar aquele aqueduto, que pertence a um particular, porque passa nos seus terrenos, e propor a classificação a património municipal. Mas eles têm a maioria e votam contra. Além disso a sensibilidade daquela gente só vê estradas, caminhos, betão e mais betão, o resto é desperdício de dinheiro. O que fazer?

maria-joão disse...

Estive na Madeira uma única vez á 8 anos atrás. Tudo lindo, tudo impecável, simpático, emfim tudo aprumadinho e resplandescente. Adorei.
A nossa guia turistica deu-nos uma dicas de uns pontos bons mas nós preferimos guiar-nos pelas iniciativas do próprio Hotel. No entanto chamou-nos a tenção o facto de nos ter indicado uma rua do Funchal que não valeria a pena passar daí porque não tinha nada de especial. Ora pois claro que uma das nossas noites foi reservada exactamente para o local sem interesse. E aí vimos todo o tipo de gente diferente do outro lado inclusive bebedeiras. Os restaurantes vazios ao contário dos outros que abarrotavam de turistas. Foi aí mesmo que jantamos, num restaurante quase sem ninguem, servido por uma senhora super simpática e sem pressas atabalhoadas. Conversou conosco e até teve ela própria a ideia de levar o meu bife para passar melhor.
Ainda hoje não sei qual a intenção da guia: deixar aquela parte da Madeira calminha e sossegada para os madeirenses ou esconder do turismo aquela parte visivelmente mais pobre?

rui disse...

Olá Rui Caetano

Lindo!
Lindo aqueduto, com arcos perfeitos, e todo feito em pedra aparelhada!
Pena que já se nota sinais de degradação!

Abraço

MMV disse...

Mais sociedades? Acabem é com as empresas publicas...

Pergunto-me como se chama aquela empresa de Arqueologia da Madeira, que nada faz? E que para poupar recursos mete miudinhos nas escavações? Essa se calhar devia ter mais utilidade para a Madeira...

Anónimo disse...

Sociedade de desenvolviento do ptrimónio, uma empresa pública para tratar de coisas que não dão dinheiro nem tachos dos grandes? tás mas é louco. Eles só querem o que dá dinheiro. este aqueduto é bem fixe e já se vê as pedras a cair.

Joana disse...

Bem, dar a conhecer a situação por estes lados já é um começo.

Estas são as alturas em que se vê bem o quanto a Madeira é um ilha, óptima qualidade/nível de vida, notável desenvolvimento viário, extraordinária aposta na cultura, surge uma questão como esta, quanto a mim simples - a ver pelas suas sugestões - mas tornada difícil - a ver pelos obstáculos às suas diligências - se bem percebi pela exiguidade de algumas mentalidades.

Pode-se tirar as pessoas da(s) "ilha (s)" em que vivem através do betão, mas não se pode tirar a(s) ilha(s), ou o betão, das pessoas!

É pena.

sofialisboa disse...

que imagem incrivel, estes monumentos mantem-se apenas porque foram bem construidos. e não há nada que se posso fazer? um sugestão aos caciques da madeira? bom fim de semana sofialisboa

GarçaReal disse...

Lindo realmente.

Pena o estado de conservação...Afinal temos tanto disso por cá.....



bjgrande

rendadebilros disse...

Boas fotos e ... intervenção activa... isso é que é... Pois eu já fui à Madeira e adorei... às vezes, gosto de viver aqui ( na Guarda)durante a semana, é tudo calmo e tal, outras vezes, nem tanto, por exemplo, fins de semana...
Bom fim de semana.

Silvia Madureira disse...

Bem...infelizmente este cenário repete-se por todo o Portugal! Breve ninguém vai querer visitar este país...ou se o fizer vai triste...ou poderia ir muito mais feliz.
Penso que não se dá valor ao que se devia dar...talvez por factores que me ultrapassam como os económicos...o mais importante numa localidade é saber preservar a sua história pois de edifícios altos e mal construídos já estamos fartos!

Um abraço

Bolinha disse...

é um mal geral deste PAÍS , cabe-nos a todos preservar,tens toda a razão quando dizes que os turistas querem é ver e perceber a nossa originalidade, bêjo

Claudia Pinelli® disse...

Caro Rui, obrigada pela visita e pelo comentário gentil; e sim, volte sempre que quiser.
Será muito bem vindo.
Um abraço do Brasil.

Unknown disse...

.

Talvez nossos governantes estejam mais preocupados em seus próprios bolsos e interesses pessoais do que a cultura de nosso país.

O que é uma lástima.

Abraço!

.

PAULO CAFÔFO disse...

Efectivamente, existe muito património abandonado nesta região, nomeadamente elementos da arquitectura popular, que com a evolução e a chegada da modernidade caíram em desuso.
Para além desta questão, a do abandono, o que mais me preocupa é a destruição pura e simples de património,para a edificação de novas vias ou novos edifícios (quase sempre comerciais), quando existem alternativas.Só para dar alguns exemplos rápidos: engenho de cana sacarina na Madalena do Mar (destruído para construção de acesso ao túnel Madalena - Ponta do Sol); ponte do Ribeiro do Alcaide, na Fajã da Ovelha (destruida para a construção de uma rotunda da via expresso Calheta-Ponta do Pargo); Cadeia Velha na Ponta do Sol(destruida para construção de um edifício comercial).
Não é necessário criar-se uma nova sociedade de desenvolvimento para o património. Já chega de "tachos" para idiotas incompetentes. As autarquias e o Governo já possuem competências legislativas e técnicas que permitem a salvaguarda do património. O que é necessário é que as apliquem, e não cedam a interesses económicos.
Entendo a defesa do património, mais como uma questão de preservação da nossa identidade cultural, do que uma questão de imagem e interesse turístico. É claro que ambos se devem complementar. Afinal os turistas também procuram o património histórico, além do natural.
A questão está em não ceder aos "glutões" do regime.
Já agora eu tinha interesse em saber o sitio em que se localiza o referido aqueduto.
Obrigado.

Anónimo disse...

Este já um mal antigo em Portugal. Noutros países tentam preservar ao máximo a cultura dos seus antepassados. Infelizmente por cá, a nossa história e o valor cultural da mesma é deitada ao lixo. Para eles mais vale 30 prédios de betão todos equipados que ter um monumento histórico património nacional ou até mundial...

Rui Caetano disse...

Para Paulo Cafôfo.

O aqueduto fica na Serra de Água. Na estrada que vai dar ao túnel que liga a S. Vicente, na direcção ascendente, fica localizado a uns 300 metros antes da saída para a Igreja da Serra de Água, à esquerda quen sobe.

Dakini disse...

Nao conhecia... este pais pk k e assim deixar pra tras estas coisas..

Lu disse...

Que lindo este lugar. Pena que mal preservado. Aqui em Porto Alegre também temos muitos lugares, casas antigas em completo abandono. No fim das contas, ficamos sem ter o que mostrar da nossa história, ou contamos e mostramos tudo aos pedaços. Lamentável.

Abraços!

Unknown disse...

Não há dinheiro para pedaços de pedra ...

(está tudo bem contadinho para satisfazer a carteirinha bem real e mais presente dos partidários)

Anónimo disse...

Saudações!
Sr.Rui Caetano, você, na qualidade de membro na Câmara Municipal da R.B. deveria ter vergonha! Pois você deveria apresentar um projecto de melhoramento desse aqueduto, ou de qualquer outro assunto, tendo uma base técnica, e engenheiros nao faltam na câmara...
Assim, em vez de criticar prontamente, apresente soluções, averigue o estado, faça calculos de disponibilidade financeira, no fundo faça o trabalho de quem é eleito para representar a população (pois tb foi eleito), em vez de passar a vida a fazer conferencias de imprenssa maldizentes!

Rosa Vermelha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.