A histórica sindicalista, Guida Vieira, uma lutadora pelos direitos dos trabalhadores que muito admiro, embora de outros quadrantes ideológicos, vem hoje, 15/11/2007, confirmar no DN, por outras palavras, naturalmente, o que eu escrevera, aqui no blogue, há tempos sobre os sindicatos.
O curioso é que aquilo que eu escrevera fora bastante criticado pela Guida Vieira e pelo dirigente do Bloco de Esquerda Roberto Almada. E agora é a própria sindicalista a reconhecer os mesmos problemas do sindicalismo já apontados.
E agora sr Roberto Almada, eu tinha ou não tinha razão nos meus argumentos? Aguardo um comentário seu.
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Excertos das suas palavras hoje no DN.
"Acho lamentável que alguém continue na direcção sindical quase até ao caixão. É preciso dar um sinal claro de se passar das palavras aos actos. Não se pode em discurso andar a defender que é preciso renovar os quadros sindicais e, na prática, verificar que nada disso acontece."
"Eu não compreendo como é que há grandes sindicatos na Região que continuam a ter os mesmos quadros há 30 anos à frente e não dão o lugar a pessoas mais novas. Eu acho que a União precisa de dar esse sinal. Eu julgo que a minha atitude revela esse sinal, de querer passar das palavras aos actos. Não é em alturas especiais dizer que é preciso dar o lugar aos jovens, que o movimento sindical precisa de ter gente a dar-lhe continuidade e, depois, na hora da verdade, quando se tem de eleger uma direcção para quatro anos, deixarmos sempre as mesmas pessoas."
Mais uma vez, Guida Vieira aponta também "a falta de quadros novos no sindicalismo". O problema é nacional. "Há uma permanência de quadros de há 30 anos", volta a alertar. Dado o envelhecimento gradual de quem está no activo, com um historial de luta, Guida Vieira considera importante preparar as novas gerações para assumir as rédeas. No entanto, nota "um grande atraso" nesta caminhada.
"Eu não compreendo como é que há grandes sindicatos na Região que continuam a ter os mesmos quadros há 30 anos à frente e não dão o lugar a pessoas mais novas. Eu acho que a União precisa de dar esse sinal. Eu julgo que a minha atitude revela esse sinal, de querer passar das palavras aos actos. Não é em alturas especiais dizer que é preciso dar o lugar aos jovens, que o movimento sindical precisa de ter gente a dar-lhe continuidade e, depois, na hora da verdade, quando se tem de eleger uma direcção para quatro anos, deixarmos sempre as mesmas pessoas."
Mais uma vez, Guida Vieira aponta também "a falta de quadros novos no sindicalismo". O problema é nacional. "Há uma permanência de quadros de há 30 anos", volta a alertar. Dado o envelhecimento gradual de quem está no activo, com um historial de luta, Guida Vieira considera importante preparar as novas gerações para assumir as rédeas. No entanto, nota "um grande atraso" nesta caminhada.
11 comentários:
olá rui!
obrigado pela visita e comentário no nossos blogue de cinema
um abraço cinéfilo
paula e rui lima
Sem dúvida uma grande sindicalista... Pena é que fez com que acabasse com o bordado Madeira... Houve uma coisa que nao soube ser sensivel... Nomeadamente que as mulheres que "antigamente" bordavam eram mulheres do campo ou mulheres das zonas altas e arredores do Funchal que tinham os poios para plantar as semilhas e etc... Nao queriam que bordar fosse a sua vida... Elas nao bordavam como se fosse um emprego de entrar as 9 sair as 18 com uma ou duas horas de almoco...
Essas pessoas porque ela defendeu, nao sei porque, mas a odeiam... Nem a suportam... Porque fez com que acabasse os biscates das telas, do bordado e etc...
Quando a se manter ou nao se manter... Enfim...
Se aqueles que lutam nao conseguem os seus objectivos devem ser substitudos, agora uma pessoa que consegue sempre os objectivos nao se mexe... Como no futebol... Equipa que ganha nao se mexe...
Viva!
Eu fui sindicalista e , nos locais adequados, denunciei isso mesmo .
Lamentavelmente, ainda ontem tive ocasião de comentar com um amigo a etrnização das mesmas caras nos sindicatos.
Parece que a crise de valores e...está em todo o tecido social, desgraçadamente!
Saudações!
Olá, Rui Caetano.
Parece que quando as pessoas sentem-se detentoras de algum tipo de poder fica mais difícil ter bom senso e clareza. Mas pelo que pude perceber, começará a haver renovação, não?
Aproveitando que hoje temos um feriado, consegui finalmente vir conhecer teu blog. Obrigada por tuas visitas.
:)
Olá Rui!
Passei para te ler e desejar-te um bom fim de semana!
Bjs :)
Ol�,
Para algu�m como eu sempre sem tempo e que com o tempo fui criando uma certa avers�o � TV e at� � politica, :) digo, venho aqui e fico informada, �ptimo. :)Venho aqui e sinto a politica ser tratada com sentimento. :)
Venho aqui e fico t�o feliz por algu�m ter "estofo" para lutar por algo tanta vez ut�pico neste pais e faze-lo sem exalta�es mas com opini�es claras e sentidas. Que bom! Voltarei.
Deixo-lhe mimos e admira�o
Nota: Tamb�m concordo plenamente com a mensagem que encontro aqui.
Sim, oportunidades para quem quer fazer, para quem sabe fazer, para quem n�o se resigna. :):)
Que tengas un buen fin de semana y espero que podamos seguir en contacto.
Un abrazo.
Ola Rui
Agradeço te a tua visita .
Fico com pena que nada sei dos problemas da madeira.
Embora gostaria muito de um dia a visitar...
desejo te um dia cheio de paz
Deixo te um beijo doce
M@ri@
Olá Rui,
O lugar aos jovens.....
O mundo sindical está ainda muito ligado aos meios de onde surgiu, onde predominam ideologias maioritariamente comunistas e aos quais se associam normalmente os partidos de esquerda.
Independentemente das ideologias serem da esquerda ou da direita, o mundo da competitividade e da globalização ganhou, tal como a democracia triunfou sobre o comunismo, pondo fim à guerra fria.
Os jovens de hoje vivem num mundo onde os direitos laborais estão a ser reduzidos em nome da competitividade, sendo mais difícil encontrar quem queira assumir essas batalhas difíceis com o movimento de redução de direitos e regalias que se vive.
Já os mais velhos têm uma visão diferente da ocupação dessas posições, porque são frutos de uma outra época (que no caso de Portugal são fruto do 25 de Abril).
A questão é dá-las (as oportunidades) aos mais capazes, independentemente da idade!
Saliento, ainda, numa altura em que cada vez mais se forçam as pessoas a ir "para casa mais cedo" e em que a idade para a reforma é cada vez mais tardia, o papel e o contributo importantíssimos que nos podem dar os mais velhos, muito mais experientes, se conscientes de viverem no tempo presente.
Fiquem bem!
Stella
Caro Rui Caetano: É com muito gosto que respondo ao seu repto. Eu penso que o que foi mau na sua apreciação sobre os sindicalistas e o sindicalismo foi a generalização. Os sindicalistas não são todos iguais e o que não se pode fazer (como fazem alguns "comentaristas") é dizer que os sindicalistas estão todos ultrapassados e que devem ir embora. A Guida Vieira - que ao contrário do que aqui referiu um comentador conseguiu muita coisa para as bordadeiras, entre elas a reforma para essas pessoas (algumas delas, mal agradecidas que se esquecem disso) - decidiu deixar de ser Dirigente da USAM. Estou de acordo com as suas razões. Não estaria de acordo com ela se deixasse o sindicalismo, o que não é o caso. Continuará a ser sindicalista (se calhar até morrer, e ainda Bem!) e a trabalhar nos sindicatos. Apenas deixou de ser Dirigente. Não vai dirigir, vai ser dirigida. Pena é que outros não tenham a humildade de se deixarem dirigir (sindicalmente falando!)...
Curioso ver aqui a Guida Vieira, do Sindicato das Bordadeiras (foi assim que a conheci) ainda ligada aos sindicatos, certo?
Mulher aguerrida, é verdade, mas na época (há 30 anos ou mais) com um discurso muito repetitivo....
Deixei o sindicalismo há uns anos largos. Mas o bichinho continua cá, sem sombra de dúvida.
Politicamente foi a actividade que mais me preencheu e mais gozo me deu.
Um abraço
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