A Conferência Anual do Turismo, da Ordem dos Economistas / Madeira, é ou pode tornar-se um marco nas conferências nacionais sobre turismo. É bom que a Madeira que tem muito pouco trabalho (lamentavelmente) em matéria de reflexão económica e societal possa liderar nesta matéria estratégica para o seu desenvolvimento e para o país. Há várias ideias interessantes que foram apresentadas e discutidas.
A primeira diz respeito ao título de Pérola do Atlântico. Todos temos a noção de que a designação (carinhosa) de Pérola do Atlântico acompanhou durante muito tempo a imagem exterior da Madeira. Foi um 'activo' poderoso até aos Anos 70/80.
Depois, as autoridades responsáveis pela promoção turística resolveram tentar uma nova imagem de marca para a Região, depois outra e outra e outra. Nenhuma verdadeiramente pegou. Tente o leitor lembrar-se das imagens de marca que se tentaram lançar. Muito provavelmente não se lembrará de nenhuma. Porque é difícil criar um activo em matéria de imagem.
Custa dinheiro (muito), persistência (campanhas prolongadas), pertinência (que respeite o real mas estimule sensações subjectivas)… e até sorte. Só imagens de marketing que correspondam a sensações partilhadas têm eco no cidadão e no consumidor. Uma Madeira que queira ser 'Mar', 'Natureza' ou 'body and mind' e coisas semelhantes aplicam-se à Madeira como à Croácia, à Tunísia, à Turquia, a Malta, a Cuba, ao Douro ou aos Açores, etc. etc.
Pérola do Atlântico é, pelo contrário, único como mensagem. E corresponde à identidade, autenticidade e diferenciação do produto Madeira. Não é por acaso que no follow-up da tragédia de 20 de Setembro a ideia de Pérola do Atlântico tenha reaparecido espontaneamente nos meios de Comunicação.
Como sublinhado na Conferência, a coerência sistémica (não apenas no Marketing) é vital para um produto Madeira valorizado. Ver o turismo não apenas como 'oferta hoteleira' mas como um macro-produto, um desenvolvimento em 'cluster' em que hotelaria / hospitalidade em geral / serviços e animação / segurança / monumentos / paisagem natural / ordenamento do território / transportes / agricultura e poios / comércio citadino formam um todo.
Como sublinhado na Conferência, a coerência sistémica (não apenas no Marketing) é vital para um produto Madeira valorizado. Ver o turismo não apenas como 'oferta hoteleira' mas como um macro-produto, um desenvolvimento em 'cluster' em que hotelaria / hospitalidade em geral / serviços e animação / segurança / monumentos / paisagem natural / ordenamento do território / transportes / agricultura e poios / comércio citadino formam um todo.
Neste sentido, excesso de vias rápidas e praias de areia amarela descaracterizam e penalizam a coerência do produto Madeira. Projectos como o Teleférico do Rabaçal são errados. Intervenções como o Radar do Pico do Areeiro também. Insegurança nas ruas e nas levadas 'matam' a imagem. Desordenamento do território também.
Uma outra ideia relevante tratada na Conferência foi a necessidade de ajustar os meios de promoção aos novos tempos. Há meios convencionais de promoção e marketing que já não cumprem um papel de relevo. Hoje a 'notoriedade electrónica' via Web e redes sociais (Facebook, Twitter, You Tube) é vital.
Uma outra ideia relevante tratada na Conferência foi a necessidade de ajustar os meios de promoção aos novos tempos. Há meios convencionais de promoção e marketing que já não cumprem um papel de relevo. Hoje a 'notoriedade electrónica' via Web e redes sociais (Facebook, Twitter, You Tube) é vital.
Aí se determina 80% da pré-decisão de fazer férias e viajar para este ou aquele destino. Abrir o site oficial da Região e ver informação desactualizada não ajuda nada. Pesquisar internacionalmente sítios de destino e não encontrar a Madeira não é bom sinal. Identidade, autenticidade, diferenciação, coerência, notoriedade são ideias-força que ficam para a nossa reflexão na sociedade madeirense - tão exposta aos riscos que enfrenta o turismo no mundo actual.
Sem comentários:
Enviar um comentário