Madeira - Açores
De vez em quando, lá aparece a incómoda pergunta: por que razão os Açores têm tantos escritores com projecção nacional e a Madeira não? De seguida, vêm nomes: Antero de Quental, Teófilo Braga, Roberto de Mesquita, Armando Cortes-Rodrigues, Vitorino Nemésio, Natália Correia, José Martins Garcia, Eduíno de Jesus, João de Melo e tantos outros.
Ainda contrapomos com Cabral do Nascimento, Edmundo de Bettencourt, Herberto Helder, Viale Moutinho. Mas o prato da balança pende sempre para o lado de lá.
Ainda contrapomos com Cabral do Nascimento, Edmundo de Bettencourt, Herberto Helder, Viale Moutinho. Mas o prato da balança pende sempre para o lado de lá.
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Sair literariamente da ilha continua, porém, a ser difícil. Nos últimos anos, Ana Teresa Pereira e José Tolentino Mendonça trilham, com êxito, esse caminho. Contudo, levanta-se sempre um problema com aqueles madeirenses que se vão afirmando lá fora. Parecem enjeitar a ilha, ou a ilha os rejeita. A rejeição pela ilha assume contornos diversos, desde a inveja ao ostracismo político. O enjeitar da ilha corresponderá provavelmente a uma não identificação com certas pessoas e realidades políticas e socioculturais ou a um corte do fio umbilical.
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