O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros pode estar em vias de abandonar o governo. A hipótese volta a estar em cima da mesa e às razões pessoais de Luís Amado - que o ano passado chegou a pedir para sair alegando cansaço - somam-se agora razões políticas.
O ministro de Estado foi ontem desautorizado na Assembleia da República, sem contemplações, pelo primeiro-ministro. E à bruta: quando Paulo Portas perguntou a Sócrates se concordava com a inscrição na Constituição de um limite para o endividamento, defendida por Amado em entrevista ao "Diário Económico", o primeiro-ministro foi directo: "A resposta é não. Não sou favorável."
Depois, e sem nenhuma palavra de benevolência com o seu ministro de Estado, que não estava no Parlamento por ter ido ao aeroporto receber o MNE do Congo, Sócrates justificou que "uma limitação constitucional altera e põe em causa aquilo que é um dever do Estado: responder, baseado na boa doutrina do Estado, a situações excepcionais". "Oponho-me a esse princípio constitucional", insistiu Sócrates, invocando a "obrigação moral" do Estado de intervir em alturas de crise.
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