No próximo ano lectivo já não entram em vigor os programas de Língua Portuguesa dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos. O Ministério da Educação decidiu adiar, uma vez que está prevista uma revisão curricular e a definição das metas de aprendizagem para o ensino básico.
A Associação de Professores de Português acolhe a decisão com “surpresa”. O coordenador dos novos programas lamenta e acusa a tutela de “adiar e suspender”. Para os editores e autores de manuais esta medida deita por terra “ano e meio de trabalho e centenas de milhares de euros”.
Actualmente, os programas que estão em vigor datam de 1991. A anterior ministra Maria de Lurdes Rodrigues propôs a criação de novos e convidou Carlos Reis, especialista em Estudos Portugueses e actual reitor da Universidade Aberta para coordenar a equipa de autores.
Também Carlos Reis foi surpreendido com a decisão de Isabel Alçada, lembrando que os programas colheram consenso científico. “Limito-me, por agora, a dois comentários. Um: quem tomou a medida tem legitimidade formal para o fazer. Outro: a medida parece corresponder às dominantes actuais da política educativa: adiar e suspender”, lamenta.
“Não queria acreditar que pudesse acontecer”, é a primeira reacção de Paulo Feytor Pinto, presidente da Associação de Professores de Português (APP). A entrada em vigor destes programas está previsto desde 2007, recorda.
O ministério está a transmitir um “mau sinal” aos professores. “O programa está previsto há três anos e a seis meses de ser aplicado muda-se de ideias?”, questiona, salvaguardando que fala a título pessoal e não em nome da APP.
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