segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Semenya com testosterona três vezes superior ao normal

Ao ponto é que o desporto chegou. Já não bastava o problema com o doping, agora surge este tipo de questões. No entanto, estas situações devem ser tratadas com todo o sigilo em respeito pela dignidade das pessoas.
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Testes preliminares a Caster Semenya mostram que a atleta sul-africana que venceu os 800 metros femininos nos Mundiais de Berlim tem níveis de testosterona três vezes superior ao normal numa mulher, adianta o jornal britânico “Daily Telegraph”.
Estes testes foram realizados ainda na África do Sul e, segundo o jornal inglês, terão contribuído para a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) requerer um teste de género à atleta sul-africana, cujos resultados só deverão ser conhecidos nas próximas semanas.
O “Daily Telegraph” adianta ainda que o treinador principal da equipa sul-africana de atletismo é Ekkart Arbeit, antigo técnico na Alemanha de Leste, que ficou conhecido por ter dado hormonas masculinas a atletas femininas. O jornal inglês recorda o caso de Heidi Krieger, uma atleta que mudou de sexo em 1997 e sempre acusou Arbeit de ser o responsável por lhe ministrar hormonas masculinas.
O caso de Semenya recupera uma já longa discussão sobre as questões de género, mas originou também muitas críticas pelo facto de IAAF ter publicamente assumido que estava a realizar uma investigação.
Lamine Diack, presidente da IAAF, assumiu ontem que o assunto deveria ter sido tratado com mais sensibilidade: “Não se teria tornado um assunto se a confidencialidade tivesse sido respeitada”, admitiu Diack, depois de as autoridades sul-africanas terem acusado a Federação Internacional de Atletismo de “racismo” e de “violação do direito à privacidade”. O Parlamento sul-africano está mesmo a preparar uma queixa ao comissário dos Direitos.
in Público

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