terça-feira, 19 de outubro de 2010

Uma escola de proximidade

A escola é uma realidade complexa. As crianças, os adolescentes e os adultos que a frequentam integram a sociedade real. E se a sociedade contemporânea vive uma crise de valores, de convicções, de referências e se assiste a constantes situações de instabilidade, se persiste entre os cidadãos o sentimento de insegurança, cenários de intolerância e violência, a escola acolhe na íntegra este quadro social.
Não podemos definir projectos educativos sem tomarmos a plena consciência de que a escola é um espaço de inter-relações humanas activas e diferenciadas onde todos, sem excepção, actuam segundo a complexidade das suas vidas, agem na linha das suas vulnerabilidades e incertezas.
É nesta realidade que a escola tem de cumprir a sua missão de educar e formar para a vida. A escola não ensina apenas os conteúdos das disciplinas, é verdade que os exames nacionais avaliam apenas os conteúdos, mas os professores educam para outras competências do saber ser, do saber fazer e do saber estar.
Ambicionamos encontrar as soluções para a realidade concreta, porque o futuro constrói-se hoje, sem um hoje não existe um amanhã. É importante escreverem tratados sobre educação, é necessário publicarem estudos e teorias sobre a escola, apreciamos as teses de mestrado e doutoramento, todavia, existem os problemas concretos, diários, que precisam de soluções imediatas.
A solução poderá estar numa escola de proximidade, com responsabilidades partilhadas, interligada aos pais e aberta à sociedade e uma sociedade com as portas escancaradas à escola.
Publicado no DIÁRIO

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