quinta-feira, 1 de abril de 2010

GOLPE na GUINÉ? - Presidente da Guiné-Bissau fez um apelo "à calma e à tranquilidade"

O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, lançou hoje à tarde um apelo à calma e à tranquilidade, dizendo que os problemas verificados a partir do meio da manhã são essencialmente entre os militares. Os dois principais responsáveis da intervenção militar, um antigo vice-chefe da Armada e aquele que ele apresentou como o novo Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMFA), respectivamente José Américo Bubo Na Tchuto e general António Indjai, já tinham protagonizado anteriores casos de tensão político-militar.
Em coordenação, estes dois militares detiveram aquele que estava há um ano como CEMFA, o almirante Zamora Induta, e mais quatro dezenas de militares, segundo fonte militar citada pela AFP.
Bubo Na Tchuto fora destituído do cargo de vice-chefe da Armada em 8 de agosto de 2008, sob a acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado contra o antigo Presidente Nino Vieira, que viria a ser assassinado em Março de 2009, horas depois de ter sido igualmente morto o CEMFA de então, Tagme Na Waie.Cerca de mês e meio depois de ter sido demitido, Bubo Na Tchuto pediu “asilo humanitário” na Gâmbia, negando a acusação de que foi alvo.
Regressou a Bissau no fim de 2009 e até hoje de manhã encontrava-se refugiado nas instalações locais das Nações Unidas.
Ao longo das últimas cinco horas, Na Tchuto e Indjai manifestaram ter muito poucas simpatias pelo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), tendo chegado a detê-lo.
Mas depois acabaram por o libertar, pelo que passou pelo seu gabinete e foi para casa, enquanto populares se manifestavam a seu favor.O general Indjai, falando em crioulo, aconselhou a população a ir para casa, antes que ele “perdesse a paciência” e matasse o primeiro-ministro.
O Governo de Cabo Verde, cuja independência foi conseguida em simultâneo com a da Guiné-Bissau, condenou a situação e apelou ao regresso da “normalidade institucional”.

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