O Diário do Notícias de ontem publicou uma reportagem sobre as contratações de professores na Madeira avançando com os seguintes números: " 8620 candidatos. A maioria foi excluída. Só há lugar para 1572"
A dirigente sindical Marília Azevedo abordou a questão indicando os números da Secretaria Regional da Educação: "Refere que se candidataram 8620 docentes, para todos os grupos de docência, mas, (...) apenas serão contratados 1572". "Pelo menos 7048 docentes deverão ficar excluídos".
Marília Azevedo tem toda a razão ao afirmar que esta situação é muito grave na Região e no Continente, diz, e muito bem, que estamos na presença de um drama social, pois, "Por trás destes números está uma família em situação de desemprego".
No meu ponto de vista, faltou discutir um pormenor relevante.
Ora, destes candidatos excluídos, 7048, quantos é que não possuem uma licenciatura via ensino?
Quantos destes candidatos frequentaram e concluíram cursos com uma vertente apenas científica e não via ensino?
Quantos destes candidatos sem a mínima formação pedagógica, sem um curso estruturado para formar professores, sem vocação para estar à frente de uma turma de alunos, se candidataram porque não encontraram uma vaga na sua área específica?
Quantos destes candidatos se formaram no ramo das mais diversas engenharias e em tantas outras áreas profissionais, sem uma única vertente ligada à docência, mas procuram no ensino uma saída?
Estes números necessitam de um outro olhar. De um olhar que nos valorize enquanto professores.
Desconheço estes números, mas devem ser muitos, seria interessante conhecê-los e reflectir sobre esta questão.
Não tenho nada contra estas pessoas, têm o direito de se safar na vida, pois se o sistema permite estas candidaturas a culpa não é deles, mas de quem organiza o ensino.
Precisamos de valorizar a nossa profissão. Temos de acabar com a ideia de que qualquer um pode ser professor desde que tenha uma licenciatura. Não pode ser!
Sendo assim, esta gente licenciada deveria também concorrer para ocupar vagas de médicos e enfermeiros nos hospitais e centros de saúde. E, já agora, deveriam concorrer para as vagas de juízes nos tribunais ou de pilotos na aviação civil.
2 comentários:
Quem é professor vai ter de começar a pensar em mudar de ramo. Um professor também pode fazer muitas mais coisas do que dar aulas, pode fazer livros, investigação, etc etc. O problema é que não há natalidade, a coisa tá preta, logo, não há miudos para encher as escolas.
Aqui no norte da ilha as escolas estão a virar lares de idosos! lol. O futuro a nível mundial vai ser famílias monoparentais já que isto está tão mau que nem casar é "bom negócio" e ter filhos muito menos... lol. Tendo em conta a situação negra aqui na Madeira, é melhor nem sair da casa dos pais do que ficar 50 anos a trabalhar para os bancos!
Se concorrem é porque possuem as qualificações mínimas exigidas e muitos deles até já têm tempo de serviço assinalável.
Com este discurso, quem pretende o autor do blog ajudar? O PS do Continente? O PSD-M? Ou ambos?
Com análises destas, o PS-M nunca será poder na RAM, porque de um partido de esquerda espera-se solidariedade nestes momentos...
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