quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Três notas de André Escórcio

O deputado do PS-Madeira, André Escórcio, no seu blogue, http://comqueentao.blogspot.com/, escreve três reflexões sobre alguns assuntos publicados na Comunicação Social regional de hoje que, pela sua pertinência, merecem uma leitura atenta.
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"A MALÍCIA DE UMA RONHA INSUSTENTÁVEL
A leitura da comunicação social da Região merece-me três notas sobre as quais concentrei a minha atenção:
1º O artigo de opinião do Deputado Carlos Pereira. Aqui fica a parte inicial. O restante pode ser lido
aqui."Encanta-me o prazer, e assumo totalmente o pleonasmo, de viver paredes meias, ou quase coincidentes, com a irreverência da mudança. Por isso, preocupa-me a malícia dos que preferem a morbilidade de manter tudo igual, numa tentativa absurda e manhosa de disfarçar fragilidades, preconceitos, incompetência e, no limite, falta de "amor próprio". É normalmente assim com aqueles que insistem em justificar o poder estabelecido, demonstrando estarem absolutamente contagiados pela ronha que, por vezes, também ataca os homens. Não sei nada dessa "parasitose", mas observo alguns indivíduos com ronha e há neles uma espécie de comichão silenciosa que provoca chagas, dores e maleitas incuráveis, remetendo-os para um desassossego sem limites".
2º O aval do Governo Regional à Associação de Futebol da Madeira, no valor de € 3.208.500,00 euros, pelo prazo de 15 anos, para financiar a construção do complexo desportivo de Gaula. É quase certo que se trata de um valor que, tarde ou cedo, de uma ou de outra forma, será o orçamento da Região a pagar. A AFM não tem, pelos seus próprios meios capacidade de pagar tal valor. Ou então, por uma questão de transparência política e pública, deve o avalista e a instituição beneficiária esclarecer como tudo se processará no que diz respeito às fontes de receita. E, já agora, justificar-se-á uma instalação daquelas, com os encargos que tem, pomposamente designada por "casa das selecções"? Quais selecções e quantas por ano desportivo?
3º Um rácio de 0,24 casos de homicídios e mortes violentas por mil habitantes colocam o Funchal no 12.º lugar, entre Setúbal (0,28) e Porto (0,23), num 'ranking' onde constam 99 cidades médias europeias. A prova evidente que este já não é, infelizmente, um "Cantinho do Céu". Depois, o Funchal, no que concerne à violência doméstica, das nove cidades portuguesas, é a que apresenta o maior rácio de maus tratos em casa: 6 por mil habitantes, numa lista com 98 cidades europeias. Afinal, que sociedade estamos a construir? Seria interessante, para compaginar com outros indicadores disponíveis e, daí, retirarmos outras leituras, a publicação do número total de homicídios registados na Madeira nos últimos dez anos e o número de suicídios registados no mesmo período".

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