sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Regenerar os partidos

Há certos políticos que insistem em sujar a sua actividade política com a nódoa da incoerência. Estes senhores, depois de se tornarem políticos a partir dos aparelhos partidários, depois de anos e anos como dirigentes partidários sem desencadearem uma única mudança a nível do funcionamento do seu partido, depois de ocuparem altos cargos políticos surgem agora como os grandes críticos dos partidos, como os grandes arautos da credibilização da vida partidária.
Dizem que os partidos políticos precisam de mudar porque não têm nada a ver com a população e a qualidade das pessoas que andam no seu interior não é nada boa. E o que é que andaram por lá a fazer?

Mas já não dizem que foram eles os construtores do pior desses aparelhos partidários. Foram eles que sustentaram essa forma de fazer política partidária, foram eles que mais ajudaram a denegrir a imagem dos partidos e dos políticos em geral e têm hoje esta posição crítica ou porque estão no final da carreira política, ou porque perderam os lugares de sempre, ou porque, simplesmente, está na moda. Tiveram tempo, estabilidade e poder para mudar o que havia para mudar, mas nada fizeram nesse sentido, antes pelo contrário, anulavam qualquer tentativa de mudança. A incoerência aumenta quando são estes mesmos senhores que falam na criação de novos partidos e em movimentos independentes de partidos (?), naturalmente, liderados por estes senhores críticos, mas que agora, se criarem um novo partido ou se integrarem um movimento independente qualquer regeneram-se, qual Fénix renascida das próprias cinzas. Na verdade, os partidos políticos têm de alterar a sua forma de funcionamento. Se pretendem reconquistar a confiança do povo e criar uma imagem de credibilidade há que se adaptar aos novos tempos, mudando comportamentos e lançando novas formas de fazer política partidária.

5 comentários:

Jingas disse...

Não acredito em políticos. Seja qual for a cor partidária, só pretendem protagonismo. Mesmo os mais idealistas cedo ou tarde se corrompem...

Não acredito num poder que não aceita as boas ideias da oposição, nem numa oposição que critica as boas decisões do poder.

Falo no poder/oposição central e regional.

Anónimo disse...

Não acha que devia fundamentar quais são os politicos que andam a dizer essas coisas do que continuar a meter todos no mesmo saco? Sim, porque lendo o seu texto até parece que todos tâs mesmas culpas.

Roberto Rodrigues disse...

Caro Rui,

Concordo plenamente consigo.

Cumprimentos

RR

Espaço do João disse...

Razão tinha Rafael Bordalo Pinheiro. O Zé Povinho come e cala-se.

Anónimo disse...

Castro Guimarães Diz:
27 Setembro, 2008 às 5:44 pm
A falta de vergonha na cara não tem limites.
O jornalista (e escritor) Baptista Bastos pediu uma casa ao Jorge Sampaio, então presidente da Câmara, e este apressou-lhe a facultar-lha.
Isto numa altura em que abundavam (e continua a haver) desgraçados a viverem em barracas, por não ganharem sequer um décimo do que ganhava (e ganha) o eminente plumitivo comunista, sempre pronto a dar lições de moral a todo o mundo.
Abordado sobre o caso pelo “Expresso”, disse peremptório: “Não há aqui prendas”.
Então, se não houve “prenda”, houve o quê?
E vai o moralista “de esquerda” continuar a ocupar a casa da Câmara ou transferir-se para a que comprou em Constância na mesma altura em que a CML lhe deu a não-prenda?