O surfista Tiago Pires doou o seu prémio no valor de 6.500 dólares (cerca de 4.600 euros) referente ao 17.º lugar obtido em Queensland, na Austrália. Doou e até nem é de cá. Ainda há dias, foi o Governo de Timor-Leste, que aprovou o envio de 750 mil dólares norte-americanos (556 mil euros) de ajuda às vítimas da tragédia na Madeira.Surpresa das surpresas! Dois pequenos exemplos, mas com muita coisa que se lhe diga ou se calhar até nem tanto quanto isso. Tal como uma imagem, as acções, também valem mais que mil palavras. Sobretudo numa terra dita de Povo Superior. Dois gestos, mas com uma única interpretação: hoje ajudo eu, amanhã ajudamos nós! Depois de ter lido estas acções beneméritas, recordo-me (como muitos outros também se recordarão) de algumas frases que na altura ecoaram. "Nem um tostão para Timor". Tempo antes, foram as críticas aos "surfistas pé de chinelo" que desciam até à freguesia do Jardim do Mar à procura das famigeradas ondas.
Tiago Pires, há alguns dias, antes de partir para a competição passou pela Madeira para um pequeno estágio da ilha. O surfista 'cubano', é considerado o melhor surfista português de sempre, e quando terminou a prova na Austrália afirmou ao site da ASP (Associação dos Surfistas Profissionais) que sentiu a nossa tragédia de forma especial.
Só para madeirense ler, deixo aqui a transcrição do Tiago, que se calhar, agora, deixou de estar no rol dos classificados 'pé de chinelo': "A Madeira é uma ilha portuguesa. Eu vou lá muitas vezes e sinto que ela faz parte de mim. Sinto que é minha obrigação ajudar. Estou muito longe, não posso lá ir agora e esta é a minha forma de ajudar".
Vítor Hugo, Jornalista
1 comentário:
Junta-te aos bons, serás um deles, junta-te aos maus e serás pior do que eles. Neste caso o Tiago mostrou que a solidariedade para com aqueles que sofrem não é vã.
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