terça-feira, 23 de março de 2010

“Subsídios descem mas avales sobem” - David Caldeira frisa que o 'corte' nas comparticipações não define panorama global

Governo Regional (GR) reduziu em 57,5% as comparticipações a entidades públicas e privadas quando comparados os anos de 2008 e 2009. No último ano o montante entregue a entidades dos mais diversos sectores quedou-se pelos 229 milhões de euros, menos 310,7 milhões que em 2008.
Os dados não surpreendem David Caldeira, especialista em assuntos financeiros, que ressalva que a análise não fica completa sem se olhar a um “pequeno artifício”.
“Os subsídios descem mas os avales sobem”, frisou David Caldeira, indicando que a “visão global” só é alcançada com uma fórmula simples - “subsídios + avales”.
Neste capítulo o GR duplicou o valor avalizado junto da banca de 15.512.943,00 euros em 2008 para 32178.783,00 euros em 2009, ainda assim um valor muito distante dos 148.039.972 euros no ano de 2007.
O especialista em assuntos económicos salvaguarda que os avales do Governo às entidades não são sinónimo de dívida pública, contudo não deixa de referir que essa é, à partida, uma realidade em casos de entidades que não têm por finalidade o gerar de receita.
Desporto profissional: ”Valor que fica na região é zero”
“Estar o Governo, leia-se o dinheiro dos cidadãos que pagam impostos a ser utilizado, por exemplo para pagar chineses para jogar 'ping-pong' na Ponta do Pargo (…), ou para comprar jogadores de futebol. No fim do ano desaparecem e o valor que fica na região é zero”. David Caldeira classificou de anedótica a política financeira direccionada ao desporto profissionalizado que não tem por objectivo fomentar a actividade desportiva em geral.
Por outro lado, o economista não estranha que o GR tenha aplicado na 'Empresa Jornal da Madeira' um valor idêntico ao ano de 2008 (4.100.000,00 euros em subsídios).
“Se calhar já não há nenhum banco que empreste ao 'Jornal da Madeira' mesmo com aval do Governo”, aponta o economista. “É entristecedor que não haja de facto uma política financeira transparente e, sobretudo que seja sustentada”.
O DIÁRIO publica hoje um suplemento de informação intitulado 'Especial Subsídios', onde apresenta na integra os números de 2009 e respectiva comparação com os anos de 2008 e 2007. O já referido 'corte' nos subsídios reflecte-se sobretudo nas comparticipações às empresas e entidades públicas empresariais. Em 2009 arrecadaram 67.213.011,00 euros, um 'pequeno' montante quando comparado aos 377.249.992,00 euros de 2008.
http://www.dnoticias.pt/default.aspx?file_id=dn01013001220310&id_user=

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