Depois das denúncias, Ismael Fernandes passa "às provas". Anteontem, o ex-deputado tornou pública uma deliberação do Tribunal Constitucional (TC) a dar conta de " ilegalidades/irregularidades" nas contas relativas à campanha eleitoral para as últimas regionais.
O ex-mandatário financeiro do MPT queixa-se de estar a ser lesado pelo partido. "Quando mostrei isto ao Isidoro, ele respondeu: 'não está ai o teu nome, então o problema é teu, desenrasca-te", critica Ismael Fernandes.
No documento cedido, ao DIÁRIO por Ismael Fernandes, o TC deixa claro que "todas estas ilegalidades/irregalidades [ver destaque] (...) foram cometidas pelo MPT e pelo seu mandatário financeiro para a campanha eleitoral em causa".
O Tribunal acrescenta que "do exposto, e relativamente às infracções atrás especificadas, promove-se, nos termos do art. 43, nº 3, da Lei Orgânica nº 2/2005, que seja aplicada, a cada uma das candidaturas visadas, bem como aos respectivos mandatários financeiros, a correspondente coima".
A multa em questão deve, segundo o TC, ser graduada "em conformidade com o número e gravidade das infracções cometidas".Da parte de Ismael Fernandes, ficam agora duras críticas à postura de João Isidoro Gonçalves, enquanto líder do MPT-M. "Ele não tem argumentos", critica. O ex-deputado justifica a sua demissão com a deliberação do TC e por não se identificar com a gestão financeira do MPT.
Embora o documento date de 27 de Janeiro, Ismael diz só ter tomado contacto com o conteúdo "a 9 ou 10" de Fevereiro porque "a carta foi enviada para a morada de campanha" e depois devolvida.No que às irregularidades diz respeito, o ex-mandatário financeiro do Partido da Terra defende-se com "a falta de experiência", garantindo que nunca agiu de má fé.
"Não tenho conhecimentos de contabilidade", vinca Ismael Fernandes, adiantando não ter reparado nas datas das facturas: "não reparei nas datas, eu peguei nas facturas e mandei para o contabilista".
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