terça-feira, 9 de março de 2010

Mais IRS para famílias que ganham acima de 7250 € anuais

Corte nas deduções de saúde e educação agravam imposto para 3,5 milhões de portugueses .
Cerca de 3,5 milhões de portugueses, assalariados e pensionistas da classe média e média alta, terão, nos próximos anos, aumentos efectivos no IRS - o imposto sobre salários, rendas e juros bancários - entre os cem euros e os 700 euros anuais.
A explicação é simples: as deduções ao imposto com as facturas relativa à conta da farmácia e educação, por exemplo vão passar a ter um tecto máximo. O mesmo acontecerá com as deduções de juros de habitação, Planos Poupança Reforma (PPR) e prémios de seguros de saúde.
Também os reformados, pensionistas serão o alvo do fisco. As deduções específicas vão diminuir, em convergência com os "descontos" dos trabalhadores, o que aumentará a pensão sujeita à taxa de imposto.
O Governo só poupa os agregados familiares com rendimentos até aos 7250 euros anuais. A partir deste rendimento e até aos 17 979 euros de ganhos anuais sujeitos a imposto (IRS), os contribuintes pagam uma média de cem euros. Neste caso, são mais de 900 mil contribuintes o alvo deste aumento de imposto.
Sob fogo cerrado do fisco estarão cerca de dois milhões de contribuintes, o "núcleo duro" da classe média portuguesa, com rendimentos entre os 18 mil euros e os 41,3 mil euros. Em média mensal, boa parte destes contribuintes vai ficar sem 13 euros, 180 euros anuais.
A classe média alta - cerca de 400 mil contribuintes - é também chamada a "pagar a crise", ao liquidar, em média, entre os 390 euros e os 700 euros.
O ataque do fisco à carteira dos portugueses está calendarizado para 2011, com o Orçamento do Estado a apresentar em Outubro próximo. Será sob os rendimentos do próximo ano que os contribuintes vão sentir a falta de dinheiro, cujo encontro de contas (época dos reembolsos) está marcado para Março de 2012.
O argumento para estas alterações é o de sempre. Em 2009, as despesas do Estado superaram em 15,4 mil milhões de euros as receitas (boa parte em impostos).
Ou seja, o défice foi de 9,3% da PIB e é preciso um esforço para levar o défice até 2,8% em 2013. para isso, o Governo pretende cortar 0,5 pontos percentuais do PIB às despesas sociais, enquanto pretende aumentar as receitas em 0,8 pontos percentuais. Em 2013, os impostos arrecadados pelo Estado significarão 43,6% do PIB.

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