terça-feira, 30 de março de 2010

A maior crise da Igreja Católica dos últimos 100 anos

Por António Marujo
A Igreja Católica atravessa a mais profunda crise do último século. Para encontrar algo de dimensão semelhante, devemos recuar até ao início do século XX, com o anti-modernismo do Papa Pio X. Ou antes, a 1870 e ao Concílio Vaticano I, com o dogma da infalibilidade papal, o cisma dos velho-católicos e o fim dos Estados Pontifícios. Há uma diferença: esta crise atinge um catolicismo universal, ao contrário do de há um século, quando ainda era uma realidade pouco mais que europeia.

Há várias questões à volta deste tema que, de repente, coloca um Papa académico perante um dos mais graves problemas pastorais da Igreja. Será ele capaz de afrontar o problema com a coragem necessária?Ratzinger é um teólogo notável no diálogo cultural, mesmo com filósofos não-crentes como Jürgen Habermas ou Paolo Flores d’Arcais (como se pode perceber em Existe Deus?, editado na Pedra Angular).
Eleito para um pontificado de transição, cuja marca seria afirmar a importância do facto cristão no diálogo multicultural contemporâneo, Bento XVI tem o desafio de “limpar a Igreja” da sua sujidade, como ele próprio afirmou na Via-Sacra de Sexta-Feira Santa de 2005, poucos dias antes da morte de João Paulo II.

2 comentários:

Unknown disse...

A Igreja Católica enquanto instituição bimilenar, conseguiu em parte toda esta longevidade devido ao seu conservadorismo, adaptando-se gradualmente às circunstâncias e raramente produzindo rupturas profundas (sem desprimor para outros, porventura enquadraremos aqui o concílio de Trento ou o último do Vaticano II).

Toda este aparente conservadorismo da Cúria em relação a questões que são consensuais e plenamente aceites para a generalidade das opiniões públicas - em questões como o uso do preservativo ou a questão do celibato, apenas revela que face ao facto de hoje em dia existir uma maior e mais rápida troca e circulação de informação - decorrente do movimento que se designa de globalização - faz com que a capacidade de adaptação das estruturas da Igreja tenha de ser necessariamente outra.

Ainda que ao contrário do propalado, o Catolicismo não esteja em crise a nível mundial - ao contrário da Europa Ocidental, os convertidos até têm crescido em número - creio que esta aparente imobilidade é uma situação transitória, sendo de esperar mudanças e reformas profundas, procurando adaptar a Igreja aos nossos dias, algo que talvez irá ocorrer mais cedo do que se imagina.

Anónimo disse...

Esta padralhada quando estão carentes sexualmente,porque não se enrabam uns aos outros em vez de violarem crianças indefesas?