quinta-feira, 18 de março de 2010

Temporal – Responsabilidades - Lei da rolha

O governo regional do PSD nunca assume qualquer responsabilidade por nada que corra mal. No continente, o PSD adopta a lei da rolha e expulsa do partido quem criticar, na Região, não é preciso porque a auto-censura faz parte do modo de viver dos militantes do PSD, dos cidadãos acomodados e dos que receiam o sistema político imposto. Aqui, a esmagadora maioria da sociedade civil gosta muito do quentinho do sofá e do aconchego da mesa de café onde se limita a criticar sem nada fazer.
À custa desta postura “civil”, o governo do PSD assume tudo o que é positivo e tudo o que corre bem, quando acontecem tragédias, erros estratégicos claros ou outra situação mais negativa, a culpa é sempre dos outros ou das intempéries. E a sociedade aplaude!
Analisando os acontecimentos de 20 de Fevereiro, visitando alguns dos locais onde as ribeiras abandonaram o seu leito, concluímos que houve muita negligência, falta de bom senso e, em outros casos, alegadamente, responsabilidades criminais.
Encontramos estradas construídas em cima do leito das ribeiras, cruzamentos que alteraram o seu leito, que criaram curvas na ribeira, que estrangularam o curso das águas. Enquanto, em algumas linhas de água, ribeiras, ribeirinhos e ribeiros, diminuíram a sua largura, outras obstruíram totalmente o seu curso. Em alguns casos, onde a ribeira foi entubada, as entradas estavam de tal forma reduzidas que não seria fácil passar grande quantidade de água, quanto mais o entulho, as terras e as pedras.
Algumas casas foram construídas junto de ribeiros, algumas com a parede da casa a fazer de muro da ribeira, outras em zonas de risco iminente.
Mais a montante, encontramos algumas pedreiras e aterros que ajudaram a agravar a tragédia, lançando terras e rochas pelas ribeiras abaixo. Os cidadãos foram os mais prejudicados e existem responsabilidades que não podem ficar esquecidas.
Ao percorrermos alguns dos locais mais afectados apercebemo-nos, sem dificuldade, do tipo de responsabilidades que estão em causa.
Urge conhecer as verdadeiras causas, torna-se imperioso informar e sensibilizar as famílias mais afectadas e que vivem em zonas de risco, é imprescindível que a reconstrução tenha uma visão de futuro, que seja feita por gente séria e responsável.

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