Hoje, a reunião da Câmara Municipal do Funchal foi pública. Como é habitual, são vários os munícipes que se dirigem à reunião para expor os seus problemas e pedir ajuda.
São problemas relacionados com estradas, becos e caminhos, questões de vizinhos, incumprimentos da lei do ruído, falta de água e outros problemas sociais, uns mais graves do que outros, uns com razões e outros sem qualquer razão.
Contudo, há um problema que surge em todas as reuniões públicas. É o problema da falta de HABITAÇÃO.
Os casos que chegaram hoje foram tão dramáticos, tão tristes, tão comoventes, que as lágrimas invadiram-me os olhos. Não fui capaz de resistir a determinados relatos. Meu Deus, como é que alguém se atreve a dizer que não existe pobreza na Madeira? Como é que alguém pode afirmar que não há fome na Madeira? Eu vi hoje fome no rosto de algumas destas pessoas. Algumas delas diziam, com lágrimas nos olhos, que deixavam de comer para dar de comer aos filhos e acredito. Porque eu vi. Alguns são cidadãos que ganham 400 euros por mês, tem 3, 4 e 5 filhos, pagam 250 euros por um quarto, ou 500 por um apartamento, mas depois falta dinheiro para o resto: água, luz, gás, escola etc, etc.
Como é que alguém pode afirmar que o problema de habitação está controlado na Região? NÃO e NÃO. Eu ouvi, eu tenho visto por esse Funchal acima.
O problema é grave. Os munícipes que se dirigiram hoje à Câmara com problemas de habitação vivem situações de terceiro mundo. É de chorar. Funchalenses que vivem debaixo de telheiros, casas a cair de podre, quartos a albergar mulher, marido e quatro filhos e uma casa de banho, no mesmo quarto. Casas com famílias a partilhar os quartos com ratos, lagartixas e água pelo telhado quando chove. Habitações sem água, sem luz e sem casas de banho. Casas, ou qualquer coisa parecida, sem as condições mínimas.
Gente que está inscrita no Instituto de Habitação há 20 anos e desesperam por um apartamento que lhes dê alguma dignidade. Para não falar de situações demasiado complicadas para descrever no blogue.
Estas situações demonstram que o modelo de desenvolvimento do Governo Regional do PSD-Madeira foi um fracasso. Criou estradas, túneis e outras infra-estruturas, mas não resolveu o problema da habitação social dos madeirenses nem apagou os fenómenos mais graves de pobreza.
Há pobreza, há miséria, há desemprego e há imensa tristeza na sociedade madeirense.
1 comentário:
É esta gente que de rastos vai depositar o seu voto no PSD/M desde há mais de 30 anos! Não tenha pena...pois são esses que na sua pobreza de espírito têm orgulho em ser do PSD/M, em esmagar virtualmente a oposição pois na vida real não são nada...
amsf
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